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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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esses três homens, aliás sem influência extraordinária, resistir a todos os diplomatas<br />

do Congresso, que não eram poucos, e impedir a realização dos planos<br />

de Wessenberg e de todos os seus grandes amigos e admiradores. Atrás dos<br />

bastidores trabalhava um outro, que por sua prudência e santi<strong>da</strong>de valia mais<br />

que todos eles: era S. <strong>Clemente</strong>. O Reitor <strong>da</strong> Igreja de Santa Úrsula, embora<br />

não tivesse assento no Congresso, na<strong>da</strong> deixou por fazer a fim de evitar a catástrofe<br />

tão sinistra, que parecia inevitável. Não passava um dia, sem que<br />

Helfferich fosse ter com S. <strong>Clemente</strong> a examinar com ele os papéis e as propostas<br />

que iria fazer no Congresso, a provar os argumentos e os arrazoados que<br />

pretendia desenvolver com energia na presença dos nobres Congressistas. Os<br />

outros amigos e discípulos de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> preparavam a opinião pública por<br />

meio de artigos calorosos nos principais diários de Viena, expondo com clareza<br />

e entusiasmo o que ouviam do seu Mestre; até o príncipe <strong>da</strong> Baviera ia pedir as<br />

instruções e os conselhos de <strong>Clemente</strong>, que tomara por confessor nos dias <strong>da</strong><br />

sua esta<strong>da</strong> em Viena; é notório que ele uma vez ficou conferenciando com o<br />

Reitor de Santa Úrsula <strong>da</strong>s 8 horas <strong>da</strong> noite até à 2 <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> ventilando<br />

as mais intrinca<strong>da</strong>s questões e diluci<strong>da</strong>ndo os pontos mais importantes a tratarse<br />

na seguinte sessão do Congresso. Zacharias Werner, o discípulo e amigo de<br />

S. <strong>Clemente</strong>, recebeu de seu Diretor ordem expressa de pregar em to<strong>da</strong>s as<br />

igrejas de Viena, durante o tempo do Congresso, sobre os pontos religiosos em<br />

discussão orientando o povo e preparando os ânimos. A forma literária de seus<br />

sermões, sua conversão sensacional, seu modo original de expor as teses, sua<br />

bela linguagem, suas descrições poéticas e franqueza rude atraíam as multidões<br />

para a igreja onde pregava; a afluência, por vezes, era tamanha, que alguns<br />

por falta de espaço no templo, subiam em cima dos altares e dos confessionários<br />

para não perderem a ocasião de ouvi-lo. O inspirador de Zacharias<br />

Werner era o nosso Santo que, em tudo isto, visava o triunfo <strong>da</strong> Igreja e a glória<br />

de Deus.<br />

Se <strong>Clemente</strong> não conseguiu quanto desejava do Congresso, teve a glória<br />

de salvar a Áustria do cisma que a ameaçava, e de destruir por completo os<br />

planos <strong>da</strong> separação excogitados e defendidos pelo poderoso Wessenberg. Essa<br />

vitória foi uma <strong>da</strong>s mais gloriosas, que S. <strong>Clemente</strong> alcançou em sua vi<strong>da</strong>.<br />

Terminado o Congresso, o nosso Santo não quis descansar à sombra dos<br />

louros colhidos; colocou-se de atalaia para que não perigasse o que com tanto<br />

esforço conseguira. Em qualquer perigo mobilizava os seus, e com exatidão<br />

punha Roma ao par de tudo quanto se passava na Áustria. Em 2 de julho de<br />

1818 escreveu entre lágrimas a Pio VII, expondo-lhe as dificul<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Igreja<br />

em sua Pátria e os perigos que lá ameaçavam a cristan<strong>da</strong>de. “Não tememos<br />

pela Igreja, cuja pedra fun<strong>da</strong>mental foi lança<strong>da</strong> por Jesus Cristo, mas receamos<br />

uma lamentável separação, cujos inícios parece-nos já perceber, e essa separação<br />

começa a efetuar-se com tanta petulância e progride tão espantosamente,<br />

que quase já não podemos esperar consolação nem auxílio senão do céu,<br />

<strong>da</strong> intercessão dos Santos”.<br />

<strong>Clemente</strong> entretanto rezava com insistência pela conversão dos que perseguiam<br />

a Santa religião. Dalberg, logo depois do Congresso converteu-se sinceramente,<br />

separou-se de Wessenberg, detestou sua ação separatista e muitas<br />

vezes repetia a seus alunos em Ratisbona: Meus senhores, não andeis com<br />

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o mundo; eu confiei nele, e o mundo me enganou vergonhosamente; não confieis<br />

nele mas permanecei fiéis à Igreja”. Dalberg teve uma morte edificante em 1817.<br />

Vagando com sua morte a diocese de Constança S. <strong>Clemente</strong> apressou-se a<br />

escrever a Roma, em nome do Núncio Severoli, apresentando para sucessor<br />

de Dalberg o seu amigo Wambold, o grande batalhador pela causa <strong>da</strong> Igreja.<br />

Com esse último ato S. <strong>Clemente</strong> terminou a obra grandiosa que começara no<br />

Congresso de Viena: destruiu os planos dos inimigos <strong>da</strong> Igreja e consolidou a<br />

obra de Cristo assegurando-lhe brilhante futuro.

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