São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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18.04.2013 Views

oração de S. Clemente foi atendida pelo céu. No último ataque feito por Napoleão, tornou-se a luta encarniçada; o desespero apoderou-se dos franceses, o grãoduque Carlos saltou do cavalo e à frente dos seus soldados empunhou a bandeira animando com seus exemplos e com seu valor os soldados que o seguiram vibrando de entusiasmo; mais umas poucas horas e o campo de batalha achava-se em poder dos austríacos; era a primeira batalha aberta que Napoleão perdia. Quem reconhece que é Deus quem distribui as vitórias segundo os sapientíssimos desígnios da sua Providência, não hesitará em crer que a família Habsburgo foi salva mediante as súplicas do grande Apóstolo de Viena, pois que Deus não deixa de atender os pedidos dos seus Santos. Se a Áustria não venceu em Wagram, foi por disposição da Providência; pois que no caso de vitória o josefismo ter-se-ia consolidado na Áustria e produzido à pátria de S. Clemente maiores males do que poderia fazer a derrota dos austríacos por Napoleão. Porém não foi só com suas orações que o servo de Deus prestou à sua Pátria relevantes serviços nessa ocasião. Os soldados feridos nas grandes batalhas foram conduzidos em massas para a cidade e, como conseqüência natural, a febre tifóide começou a grassar desastradamente em Viena, cujos habitantes se alarmaram. O bispo convocou o clero, e ele, ancião de seus 79 anos, deu a todos o bom exemplo trabalhando incansável nos hospitais da cidade e dos arrabaldes. S. Clemente recebeu especial convite para os hospitais militares, onde dia e noite se cansava no cuidado espiritual e temporal dos pobres enfermos, esquecendo-se de si próprio, do sono e da fome para que aos doentes nada faltasse. Foi nessa ocasião que um soldado sem religião no auge do desespero clamou ao avistar S. Clemente: “Venha aqui, que lhe quero arrancar os olhos”. S. Clemente foi ter com o infeliz e com suas palavras repassadas de bondade e de fé converteu-o para Deus inoculando-se na alma sentimentos de arrependimento e de confiança em Deus. Muitos sacerdotes perderam sua vida nessa época de heroísmos. A S. Clemente Deus reservara para coisas maiores e mais importantes empreendimentos. As portas do apostolado em Viena estavam abertas dessa data em diante, ao nosso Santo. Como nos hospitais militares de Viena havia uma infinidade de soldados franceses e italianos, foram destacados para o serviço dos soldados enfermos todos os sacerdotes da Capital, que pudessem prestar serviços nessas duas línguas; entre esses distintos sacerdotes achava-se também o Pe. Luiz Virginio, Diretor da Igreja dos Italianos em Viena. Tendo Deus levado para melhor vida o Pe. Virginio, que faleceu vítima de seus trabalhos em prol dos soldados, cuja moléstia contraíra, passou a direção da Igreja dos Italianos ao venerando Pe. Caselli, que não podendo lá trabalhar em virtude de sua idade avançada, recebeu um coadjutor na pessoa de S. Clemente, a quem deu carta branca no serviço espiritual da igreja. Era pois S. Clemente quem desempenhava todas as funções religiosas na vasta e bela igreja; o trabalho porém era pouco, porque quase não havia pregações durante o ano, e porque na quaresma, o único tempo em que se podia anunciar a palavra de Deus, era costume chamar da Itália algum orador de celebridade mundial, para deliciar os ouvidos dos italianos de Viena. O serviço principal de Clemente era o confessionário, onde ele passava boa parte do dia, sendo procurado mormente pelos polacos que residi- 46 am em Viena; aos poucos tornou-se bem considerável o núcleo de vienenses que se agrupavam ao redor do confessionário do nosso Santo. Em 1809 os padres Mechitaristas 6 , acossados pelos franceses, de Trieste foram procuram um abrigo em Viena, onde o imperador lhes cedera o antigo convento dos Capuchinhos. No princípio o povo assustado por aquelas figuras barbadas e de rito tão diverso, não quis freqüentar a igreja dos recém-chegados. S. Clemente compreendendo o embaraço daqueles sacerdotes, foi ter com eles e lá permaneceu três semanas auxiliando-os no arranjo da casa, pregando e ouvido as confissões, numa palavra, envidando os maiores esforços para que os Michitaristas fossem conhecidos e estimados do povo. É por esse motivo que esses religiosos, reconhecidos e gratos para com S. Clemente, lhe dão o honroso nome de “Anjo da Guarda da Congregação”. Como uma das virtudes mais características do nosso Santo era a constância em todos os seus trabalhos, quando neles entrevia algum aumento da glória divina, ou algum proveito espiritual para as almas, permaneceu quatro anos quase inteiros na igreja dos Italianos a ouvir pacientemente as confissões das numerosas pessoas que o procuravam, e a apurar conversões estupendas que só Deus conhece. São Clemente pregava apenas uma ou outra vez nas igrejas dos arrabaldes de Viena, porém a sua pessoa não tardou a empolgar a população vienense. Crianças, jovens e adultos de todas as classes procuravam avizinhar-se dele, para de seus lábios ouvirem falar de Deus e da religião. Um senhor de Würzburg que gostava de freqüentar a igreja dos Italianos, já naquele tempo pôde escrever: “De 1811 a 1812 fui eu diversas vezes à igreja dos Italianos, que se achava sob a direção do Pe. Clemente Maria Hofbauer; sua humildade e devoção edificaram-me tanto, que me parecia ver um anjo do céu. Desejava muito falar com esse distinto sacerdote, mas um notável número de moços que o rodeavam, não me deixou chegar até ele; nunca em minha vida tinha eu visto um homem como o Pe. Clemente”. O nome de S. Clemente começava a ser pronunciado pelas altas rodas da cidade com admiração e amor; as pessoas mais distintas pelo nascimento ou pelas belas qualidades pessoais alistaram-se no rol dos penitentes do nosso Santo, a quem abriam seus corações. Uma das mais notáveis figuras femininas de Viena, Júlia Zichy, a mais nobre matrona da Capital, em a qual, como disse alguém, no mais puro ideal do feminismo resplandecia a maior beleza, a expressão da inocência e da virtude em toda a plenitude, depois de conhecer o Pe. Clemente, cuja vida santa e cuja ciência sobre-humana admirava, deixou-se vencer pela graça e tomou-o por diretor espiritual. O mesmo deu-se com a donzela distinta tanto por sua beleza e espírito como por sua ilustração e nobreza de sentimentos, Nina Hartl; deixou-se guiar em tudo pela mão firme e santa de Clemente, encontrando na vida austera a maior consolação para sua alma. Enquanto tudo parecia correr às mil maravilhas, preparava Deus amargos golpes para o coração de São Clemente. A polícia continuava a persegui-lo sem lhe permitir sossego. Ao perceber o governo que o arcebispo de Viena protegia a Clemente dando-lhe até uma colocação na igreja dos Italianos, indignou-se e protestou contra o Ordinário, que se defendeu com um tanto de azedume. O chanceler Ugarte que em nome do governo, desejava ver o nosso Santo pelas costas, propôs a S. Clemente a alternativa: “Ou emigrar ou abandonar a Con-

gregação que não era reconhecida na Áustria”. Clemente, torcendo da alternativa, declarou querer terminar a vida em sua pátria. O nosso Santo assim respondeu ao chanceler porque nutria a convicção íntima de trabalhar pela Congregação e conseguir para ela a confirmação e a consolidação na Áustria. Em Valais ia tudo bem como diziam cartas do Pe. Passerat. Os padres Redentoristas trabalhavam lá assiduamente na vinha do Senhor, e esperançosos olhavam para o futuro, pois que tinham vinte jovens a completar o estudo da filosofia e teologia. Foi nessa ocasião que o Pe. Passerat, fatigado de tantos esforços, rogou a S. Clemente, se dignasse nomear o Pe. José Hofbauer Reitor da Suíça, pois que tudo estava em ordem e o futuro da Congregação parecia já garantido. S. Clemente porém que pensava de outra forma escreveu ao Superior Geral; “Pe. Passerat é um homem extraordinário em prudência e piedade, exige de todos a observância exata das Regras e Constituições sendo em tudo a paciência personificada; possui extraordinário zelo e não foge dos trabalhos nem teme os perigos...; nele tem a Congregação o modelo de todas as virtudes; se aprouver a Deus chamar-me deste mundo, desejo e peço que ele seja meu sucessor no cargo que ocupo”. Não obstante toda a tranqüilidade do momento, Passerat procurava um lugar seguro de refúgio e suas vistas dirigiam-se para Würzburgo, e com razão, porque, como pressentira, ainda nesse mesmo ano Valais tornou-se um departamento francês, passando os Redentoristas com essa mudança de governo a súditos de Napoleão, que os não podia tragar; era pois necessário fugir. Mas para onde? Na incerteza em ponto de tanta relevância foi a Viena consultar S. Clemente e o Núncio apostólico. Este opinou que em vista das circunstâncias alarmantes e excepcionais os padres deveriam continuar na Suíça trabalhando e vivendo cada um em seu canto. Estava pois novamente dissolvida a Congregação além dos Alpes. Na Polônia e na Suíça viviam os padres, em grupos de dois, nas paróquias ou no seio das famílias. A única coisa que Clemente podia fazer era esperar e confiar em Deus, e para isto não havia lugar melhor do que Viena, ainda mais que de lá lhe era mais fácil do que de qualquer outro lugar, entender-se e cartear-se com os confrades dispersos na Polônia e na Suíça. Sendo Viena a cidade mais central de toda a Europa, de la acompanharia com mais facilidade os acontecimentos e com mais vantagem trabalharia na execução dos seus gigantescos planos. Entretanto o Pe. Passerat corria todos os países e cidades da Europa em procura de um abrigo para os seus estudantes; rechaçado de todos os lados nunca perdeu a coragem nem a confiança em Deus. Em Friburgo encontrou enfim uma casa, para onde transferiu os seus estudantes, que deveriam freqüentar a universidade lá existente, os outros padres permaneceram nos lugares onde se achavam na Suíça e na Alsacia. Desejoso de conservar nos seus padres o espírito religioso, não obstante as dificuldades dos tempos, Passerat visitara ora um ora outro nas paróquias. Os que estavam mais perto iam procurálo em Friburgo. O quanto rezava Passerat por seus súditos testemunham seus dedos calejados de passar as contas do rosário. S. Clemente entregou por escrito todas as suas faculdades de Vigário Geral ao Pe. Passerat, porque vigiado e espionado sempre pela polícia não lhe era possível manter com a Suíça a correspondência epistolar regular. 47 Na Polônia ia tudo de mal a pior. O governo do arquiducado de Varsóvia caíra em poder da loja, muitas igrejas foram profanadas e entregues a fins menos dignos. São Beno não conseguiu escapar à sorte infeliz: tornou-se primeiro arquivo nacional e depois cutelaria. Pobre Polônia! S. Clemente nunca mais pôde olvidar a bela Polônia que ele amava sinceramente e onde derramara os primeiros suores do seu intenso apostolado. As saudades torturavam-lhe o coração. Parecem não ser mais do que um eco das conversas prolongadas com o Núncio apostólico as palavras, que este escreveu ao bispo de Varsóvia: “Poderemos ainda esperar a volta desse homem extraordinário e de seu Instituto a essa cidade? oh! quem dera, quem dera!”

oração de S. <strong>Clemente</strong> foi atendi<strong>da</strong> pelo céu. No último ataque feito por Napoleão,<br />

tornou-se a luta encarniça<strong>da</strong>; o desespero apoderou-se dos franceses, o grãoduque<br />

Carlos saltou do cavalo e à frente dos seus sol<strong>da</strong>dos empunhou a bandeira<br />

animando com seus exemplos e com seu valor os sol<strong>da</strong>dos que o seguiram<br />

vibrando de entusiasmo; mais umas poucas horas e o campo de batalha<br />

achava-se em poder dos austríacos; era a primeira batalha aberta que Napoleão<br />

perdia. Quem reconhece que é Deus quem distribui as vitórias segundo os<br />

sapientíssimos desígnios <strong>da</strong> sua Providência, não hesitará em crer que a família<br />

Habsburgo foi salva mediante as súplicas do grande Apóstolo de Viena, pois<br />

que Deus não deixa de atender os pedidos dos seus Santos. Se a Áustria não<br />

venceu em Wagram, foi por disposição <strong>da</strong> Providência; pois que no caso de<br />

vitória o josefismo ter-se-ia consoli<strong>da</strong>do na Áustria e produzido à pátria de S.<br />

<strong>Clemente</strong> maiores males do que poderia fazer a derrota dos austríacos por<br />

Napoleão.<br />

Porém não foi só com suas orações que o servo de Deus prestou à sua<br />

Pátria relevantes serviços nessa ocasião. Os sol<strong>da</strong>dos feridos nas grandes batalhas<br />

foram conduzidos em massas para a ci<strong>da</strong>de e, como conseqüência natural,<br />

a febre tifóide começou a grassar desastra<strong>da</strong>mente em Viena, cujos habitantes<br />

se alarmaram. O bispo convocou o clero, e ele, ancião de seus 79 anos,<br />

deu a todos o bom exemplo trabalhando incansável nos hospitais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e<br />

dos arrabaldes. S. <strong>Clemente</strong> recebeu especial convite para os hospitais militares,<br />

onde dia e noite se cansava no cui<strong>da</strong>do espiritual e temporal dos pobres<br />

enfermos, esquecendo-se de si próprio, do sono e <strong>da</strong> fome para que aos doentes<br />

na<strong>da</strong> faltasse. Foi nessa ocasião que um sol<strong>da</strong>do sem religião no auge do<br />

desespero clamou ao avistar S. <strong>Clemente</strong>: “Venha aqui, que lhe quero arrancar<br />

os olhos”. S. <strong>Clemente</strong> foi ter com o infeliz e com suas palavras repassa<strong>da</strong>s de<br />

bon<strong>da</strong>de e de fé converteu-o para Deus inoculando-se na alma sentimentos de<br />

arrependimento e de confiança em Deus. Muitos sacerdotes perderam sua vi<strong>da</strong><br />

nessa época de heroísmos. A S. <strong>Clemente</strong> Deus reservara para coisas maiores<br />

e mais importantes empreendimentos. As portas do apostolado em Viena estavam<br />

abertas dessa <strong>da</strong>ta em diante, ao nosso Santo.<br />

Como nos hospitais militares de Viena havia uma infini<strong>da</strong>de de sol<strong>da</strong>dos<br />

franceses e italianos, foram destacados para o serviço dos sol<strong>da</strong>dos enfermos<br />

todos os sacerdotes <strong>da</strong> Capital, que pudessem prestar serviços nessas duas<br />

línguas; entre esses distintos sacerdotes achava-se também o Pe. Luiz Virginio,<br />

Diretor <strong>da</strong> Igreja dos Italianos em Viena. Tendo Deus levado para melhor vi<strong>da</strong> o<br />

Pe. Virginio, que faleceu vítima de seus trabalhos em prol dos sol<strong>da</strong>dos, cuja<br />

moléstia contraíra, passou a direção <strong>da</strong> Igreja dos Italianos ao venerando Pe.<br />

Caselli, que não podendo lá trabalhar em virtude de sua i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong>, recebeu<br />

um coadjutor na pessoa de S. <strong>Clemente</strong>, a quem deu carta branca no serviço<br />

espiritual <strong>da</strong> igreja. Era pois S. <strong>Clemente</strong> quem desempenhava to<strong>da</strong>s as<br />

funções religiosas na vasta e bela igreja; o trabalho porém era pouco, porque<br />

quase não havia pregações durante o ano, e porque na quaresma, o único<br />

tempo em que se podia anunciar a palavra de Deus, era costume chamar <strong>da</strong><br />

Itália algum orador de celebri<strong>da</strong>de mundial, para deliciar os ouvidos dos italianos<br />

de Viena. O serviço principal de <strong>Clemente</strong> era o confessionário, onde ele<br />

passava boa parte do dia, sendo procurado mormente pelos polacos que residi-<br />

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am em Viena; aos poucos tornou-se bem considerável o núcleo de vienenses<br />

que se agrupavam ao redor do confessionário do nosso Santo.<br />

Em 1809 os padres Mechitaristas 6 , acossados pelos franceses, de Trieste<br />

foram procuram um abrigo em Viena, onde o imperador lhes cedera o antigo<br />

convento dos Capuchinhos. No princípio o povo assustado por aquelas figuras<br />

barba<strong>da</strong>s e de rito tão diverso, não quis freqüentar a igreja dos recém-chegados.<br />

S. <strong>Clemente</strong> compreendendo o embaraço <strong>da</strong>queles sacerdotes, foi ter com<br />

eles e lá permaneceu três semanas auxiliando-os no arranjo <strong>da</strong> casa, pregando<br />

e ouvido as confissões, numa palavra, envi<strong>da</strong>ndo os maiores esforços para que<br />

os Michitaristas fossem conhecidos e estimados do povo. É por esse motivo que<br />

esses religiosos, reconhecidos e gratos para com S. <strong>Clemente</strong>, lhe dão o honroso<br />

nome de “Anjo <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>”.<br />

Como uma <strong>da</strong>s virtudes mais características do nosso Santo era a constância<br />

em todos os seus trabalhos, quando neles entrevia algum aumento <strong>da</strong><br />

glória divina, ou algum proveito espiritual para as almas, permaneceu quatro<br />

anos quase inteiros na igreja dos Italianos a ouvir pacientemente as confissões<br />

<strong>da</strong>s numerosas pessoas que o procuravam, e a apurar conversões estupen<strong>da</strong>s<br />

que só Deus conhece. <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> pregava apenas uma ou outra vez nas<br />

igrejas dos arrabaldes de Viena, porém a sua pessoa não tardou a empolgar a<br />

população vienense. Crianças, jovens e adultos de to<strong>da</strong>s as classes procuravam<br />

avizinhar-se dele, para de seus lábios ouvirem falar de Deus e <strong>da</strong> religião.<br />

Um senhor de Würzburg que gostava de freqüentar a igreja dos Italianos, já<br />

naquele tempo pôde escrever: “De 1811 a 1812 fui eu diversas vezes à igreja<br />

dos Italianos, que se achava sob a direção do Pe. <strong>Clemente</strong> <strong>Maria</strong> <strong>Hofbauer</strong>;<br />

sua humil<strong>da</strong>de e devoção edificaram-me tanto, que me parecia ver um anjo do<br />

céu. Desejava muito falar com esse distinto sacerdote, mas um notável número<br />

de moços que o rodeavam, não me deixou chegar até ele; nunca em minha vi<strong>da</strong><br />

tinha eu visto um homem como o Pe. <strong>Clemente</strong>”. O nome de S. <strong>Clemente</strong> começava<br />

a ser pronunciado pelas altas ro<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de com admiração e amor; as<br />

pessoas mais distintas pelo nascimento ou pelas belas quali<strong>da</strong>des pessoais<br />

alistaram-se no rol dos penitentes do nosso Santo, a quem abriam seus corações.<br />

Uma <strong>da</strong>s mais notáveis figuras femininas de Viena, Júlia Zichy, a mais<br />

nobre matrona <strong>da</strong> Capital, em a qual, como disse alguém, no mais puro ideal do<br />

feminismo resplandecia a maior beleza, a expressão <strong>da</strong> inocência e <strong>da</strong> virtude<br />

em to<strong>da</strong> a plenitude, depois de conhecer o Pe. <strong>Clemente</strong>, cuja vi<strong>da</strong> santa e cuja<br />

ciência sobre-humana admirava, deixou-se vencer pela graça e tomou-o por<br />

diretor espiritual. O mesmo deu-se com a donzela distinta tanto por sua beleza<br />

e espírito como por sua ilustração e nobreza de sentimentos, Nina Hartl; deixou-se<br />

guiar em tudo pela mão firme e santa de <strong>Clemente</strong>, encontrando na vi<strong>da</strong><br />

austera a maior consolação para sua alma.<br />

Enquanto tudo parecia correr às mil maravilhas, preparava Deus amargos<br />

golpes para o coração de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>. A polícia continuava a persegui-lo sem<br />

lhe permitir sossego. Ao perceber o governo que o arcebispo de Viena protegia<br />

a <strong>Clemente</strong> <strong>da</strong>ndo-lhe até uma colocação na igreja dos Italianos, indignou-se e<br />

protestou contra o Ordinário, que se defendeu com um tanto de azedume. O<br />

chanceler Ugarte que em nome do governo, desejava ver o nosso Santo pelas<br />

costas, propôs a S. <strong>Clemente</strong> a alternativa: “Ou emigrar ou abandonar a Con-

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