São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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Santo, tinha apenas 10 anos de idade, esquecera desde então muita coisa que se passara em sua vida, mas os traços da fisionomia e da bondade de S. Clemente permaneceram gravados em sua memória e muito mais ainda em seu coração. Em sinal de respeito e veneração para com São Clemente, deixaram vazio, durante muitos anos, o quarto em que ele residia em a casa paroquial durante a sua permanência em Babenhausen, e na parede do quarto penduraram o retrato do Santo, que quase todos conservavam no coração. Um indivíduo de Babenhausen, que não possuía nem religião, nem fé disse um dia: “Tenho um estômago de soldado, mas gostei imensamente desse homem” — era S. Clemente. Em Weinried porém havia também alguns que não se simpatizavam com S. Clemente, e que nem queriam ouvir pronunciar-lhe o nome; mas isso não admira, porque os maus não podem suportar o brilho da virtude; o próprio Jesus Cristo, a Bondade infinita, teve inúmeros adversários que o desprezaram, denegriram e por fim lhe deram a morte infame da cruz. Também em Babenhausen havia um rapaz libertino e malcriado, a quem as pregações de S. Clemente causavam dor de cabeça e mau estar, porque o Santo se aprazia em discorrer, repetidas vezes, sobre a obediência, temperança, castidade e semelhantes virtudes, que o jovem detestava tanto na teoria como principalmente na prática. O infeliz perdendo-se na leitura dos filósofos da Revolução francesa e nas más companhias, julgava-se liberto dos mandamentos da lei de Deus e supunha já não existir o sexto mandamento. E como S. Clemente sempre pregava sobre esse assunto, as moças começavam a revestir-se de grande seriedade, as senhoras casadas tornaram-se modelos de virtude, e as próprias infelizes, que antes se entregaram ao vício, caíram em si, mudaram de vida e fizeram penitência. O rapaz libertino via pois em S. Clemente o seu maior inimigo, enraiveceu-se contra ele e entregou ocasião oportuna em que pudesse vingar-se. Aconteceu passar uma noite má o pobre rapaz; não pregou os olhos pois que estava fortemente excitado da paixão, e tocado do calor do álcool; achava-se conseqüentemente de mau humor, cabeça pesada, olhos cansados e consciência carregada. Ao amanhecer lembrou-se de descarregar a sua cólera no pobre Pe. Clemente, que em sua humilde cela estava a fazer a meditação da manhã. Colocando-se em frente à janela do Santo desatou a língua nas mais grosseiras imprecações, nos nomes mais injuriosos contra Deus e seu Servo; e quanto mais impropérios soltava, mais se enraivecia; não encontrando, em seu copioso vocabulário, palavras que lhe traduzissem todo o rancor que nutria contra o Santo, colecionou umas pedras na rua, e com elas fez em cacos a vidraça do quarto onde estava São Clemente, de sorte que os pedaços iam cair aos pés do nosso Santo, que chorava não de medo das pedradas nem de raiva das palavras injuriosas, mas de compaixão para com o infeliz, que assim ofendia a Deus e escandalizava o povo. Ao clamor do rapaz e ao som das pedradas acordaram as pessoas dos arredores, que vendo o procedimento do moço, se amaram de cacetes, bengalas e chicotes para lhe darem uma boa lição de urbanidade. Quando S. Clemente percebeu que a vizinhança se pusera em movimento, desceu também, não para se vingar, mas para tomar em sua defesa o rapaz libertino que o acabava de injuriar tão covardemente. Recomendando a todos que tivesse compaixão do infeliz, disse: “Não lhe façais mal; vou agora à igreja, 36 celebrar a missa por intenção dele”. Os lavradores que acorreram, voltaram para casa descontentes por perderem uma ocasião tão boa de ensinar moralidade ao libertino, porém edificados com o procedimento de São Clemente, que executava o conselho do divino Mestre: “Orai pelos que vos perseguem e caluniam”. Como esse pobre rapaz havia também outros, mesmo entre o clero, que não podiam ver com bons olhos a atividade apostólica e os resultados estupendos obtidos por S. Clemente. Não encontrando outras armas, nem descobrindo na vida de Clemente coisa alguma que depusesse contra ele, recorreram à calúnia que forjaram com tanta habilidade, que muitos deram crédito às suas palavras. Assim acusaram o Santo ao delegado de polícia, de haver arrombado violentamente o sacrário para levar a comunhão a um dos seus doentes contra a vontade do vigário que lhe havia negado a chave. Como o delegado era prudente chamou o respectivo vigário, que aproveitou a ocasião para tecer oficialmente os mais elogiosos encômios ao zelo apostólico e às virtudes consumadas daquele Servo de Deus, que trouxera à sua paróquia as mais copiosas bênçãos do céu. As más línguas porém não cansam, quando querem vingar-se ou fazer mal a um sacerdote; eram tantas as calúnias inventadas pelos maus, que S. Clemente pôde escrever a seus confrades na Itália: “São tantos os inimigos que se levantam contra nós nesta terra, onde estamos há pouco tempo, que sentimos necessidade de amigos verdadeiros que nos consolem e nos levantem o ânimo”. Durante todo tempo em que o príncipe Fugger dominou em Babenhausen, estavam os Redentoristas bem amparados, porquanto esse bondoso príncipe era amigo de São Clemente, escolher o Pe. Sabelli para educador de seus filhos e tinha já em vista construir, em seu território, um convento e uma igreja para os padres Redentoristas. Mas naquele tempo andava Napoleão pela Europa mudando e transferindo reis e coroas, como se fossem figuras de xadrez; em 1806 Fugger foi pelo poderoso monarca dos franceses despojado de suas terras que passaram a pertencer à Baviera cujo príncipe eleitoral fora mimoseado por Napoleão com a coroa real, por lhe haver prestado auxílio contra a Alemanha. Embora Maximiliano José fosse um monarca de bom coração e um cristão de convicção, deixou-se rodear de maus auxiliares, a cuja testa se achava o ímpio Montgelas, maçom e “iluminado”, que possuía tanta fé como a sua escrivaninha, arrogando-se poderes papais, espoliando as igrejas e abolindo todos os conventos da Baviera. Um dos seus primeiros atos foi, baixar um decreto, que proibia os Redentoristas toda e qualquer atividade no reino da Baviera. Entretanto recebia S. Clemente as mais desoladoras notícias do seu querido convento de São Beno, que desde o momento em que Varsóvia passou para o governo prussiano, fora o alvo do ódio dos maçons e dos “iluminados” que o queriam arrasar. Grave acusação acabava de ser feita contra os Benonitas ao rei da Prússia; estando o Reitor da casa, Pe. Thadeu, gravemente enfermo teve o Pe. Jestersheim de ir pessoalmente a Berlim desfazer a calúnia e defender-se junto ao rei, o que conseguiu felizmente com o mais brilhante êxito. Todas essas circunstâncias alarmantes faziam S. Clemente compreender que não se achava seguro em Babenhausen nem em Varsóvia. Mas para onde ir? Pensou primeiro na Itália e nesse sentido escreveu a Severoli, que infeliz-

mente nem com a melhor vontade pôde servir a seu amigo por não ter, na hora, nenhum colégio disponível na diocese, mas que aconselhou Clemente a não sair da Alemanha. Guiando-se por esse conselho resolveu dirigir-se a Würzburg no caso que a situação em Babenhausen se tornasse insuportável e insustentável, o que infelizmente sucedeu. Por ordem de Montgelas os vigários receberam proibição expressa e terminante de chamar Redentoristas para as suas paróquias, e o povo, de confessar a eles, dar-lhes intenções de missa, presentes etc. Tudo isso era anunciado e comentado publicamente do alto do púlpito. São Clemente sentiu o coração partido; todas as suas esperanças ruíram por terra; o Santo via-se só, perseguido de todos os lados. Um pensamento porém o consolava: era perseguido de todos os lados. Um pensamento porém o consolava: era perseguido tão somente por causa do bem que Ele e seus padres operavam; e Jesus dissera: “Bem-aventurados os que sofrem perseguições por amor da justiça”. Mas ele responsabilizara-se diante dos Superiores em Roma pela implantação do Instituto redentorista além do Alpes, e era esse o ideal da sua vida. Vendo que lhe era de todo impossível fixar-se na Europa, volveu seus olhos para a América, a terra clássica da liberdade, que cheia de vida e vigor se mostrava aos europeus, prometendo as maiores esperanças para o futuro. Clemente era homem prudente, mas de decisões rápidas, quando necessário; estava pois decidido: durante o inverno ficaria em Würzburg com os seus e logo, ao entrar na primavera, atravessaria os mares em demanda do Canadá; de lá mandaria missionários para cristianizar a Europa. — A única coisa que ainda o preocupava então, eram as dificuldades da viagem por causa da guerra da França com a Inglaterra. Ele escreveu ao Pe. Thadeu: “Já estão feitos os preparativos para a viagem, porque sinto mandar embora e demitir da Congregação tão boa gente... muitas palavras causar-te-ão surpresa e dir-me-ás que o caminho do Canadá é longo; não faz mal, contanto que tenhamos um lugar, onde esperar tempos melhores, e formar missionários para a infeliz Europa! Da Suabia muitos se unirão a nós porque eles gostam de viajar; a dificuldade única é agora arranjar as passagens por causa da guerra... nunca me sinto tão bem como quando me lembro do Canadá... quero cuidar dos meus filhinhos antes de deixar este mundo... estamos estudando o mapa e a geografia... só Deus sabe, onde os meus ossos aguardarão a ressurreição...; se tiveres algum plano melhor, peço-te comunicar-me... do Canadá poderemos com o tempo mandar missionários para o Oriente”. E continuando a carta dá ao Pe. Thadeu a notícia de que todo o peso recai sobre os seus ombros: “... Aqui o Pe. Passerat detém-se no confessionário o dia inteiro, de sorte que nem lhe posso falar; ele pensa que todo o merecimento de um padre consiste em sentar-se no confessionário dia e noite; os outros são crianças, nem refletem na possibilidade de sermos expulsos da noite para o dia; tudo pois se acumula sobre a minha pessoa”. A 6 de agosto S. Clemente recebeu do Pe. Thadeu uma carta pedindo uma entrevista em Viena. Clemente com os mais negros pressentimentos abandona a idéia de ir a Würzburg e dirige-se a Viena; antes porém escreveu a S. Beno: “Coragem, Deus é o Senhor, que dirige tudo para a sua glória e o nosso bem; quem se levanta contra nós, leva-nos para onde Deus quer; caros confrades, conservemos a inocência e a perfeição: é só a isso que devemos aspirar; um 37 anime o outro”. Partiu para a capital da Áustria, e o seu coração lhe dizia que já não haveria de ver a muitos dos seus filhos. Com as lágrimas a rebentar-lhe dos olhos despediu-se: “É forçoso deixar-vos, caros confrades; em Varsóvia há maiores dificuldades ainda do que aqui em Babenhausen; rezai pela Congregação para que ela não venha a perecer; os tempos são maus; quem sabe o que será de nós; talvez não nos vejamos mais”. Recomendando ainda a todos a mais fiel obediência ao Pe. Passerat, do qual ninguém deveria separar-se, abraçou paternalmente a todos apertando-os contra seu coração; depois de uma breve oração levantou suas mãos ao céu e deitou sua bênção sobre a comunidade, implorando para ela as bênçãos de Deus. Em seguida tomou o bordão do viajante e com o clérigo Martinho Starck partiu para Varsóvia passando por Viena. Os moradores de Weinried, que idolatravam seu apóstolo e benfeitor, foram a São Clemente dizer-lhe o último adeus — e em sinal da sua gratidão ofereceram-lhe cem escudos para a viagem. Era a última vez que eles veriam São Clemente sobre a terra.

Santo, tinha apenas 10 anos de i<strong>da</strong>de, esquecera desde então muita coisa que<br />

se passara em sua vi<strong>da</strong>, mas os traços <strong>da</strong> fisionomia e <strong>da</strong> bon<strong>da</strong>de de S. <strong>Clemente</strong><br />

permaneceram gravados em sua memória e muito mais ain<strong>da</strong> em seu<br />

coração. Em sinal de respeito e veneração para com <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, deixaram<br />

vazio, durante muitos anos, o quarto em que ele residia em a casa paroquial<br />

durante a sua permanência em Babenhausen, e na parede do quarto penduraram<br />

o retrato do Santo, que quase todos conservavam no coração. Um indivíduo<br />

de Babenhausen, que não possuía nem religião, nem fé disse um dia: “Tenho<br />

um estômago de sol<strong>da</strong>do, mas gostei imensamente desse homem” — era<br />

S. <strong>Clemente</strong>.<br />

Em Weinried porém havia também alguns que não se simpatizavam com S.<br />

<strong>Clemente</strong>, e que nem queriam ouvir pronunciar-lhe o nome; mas isso não admira,<br />

porque os maus não podem suportar o brilho <strong>da</strong> virtude; o próprio Jesus<br />

Cristo, a Bon<strong>da</strong>de infinita, teve inúmeros adversários que o desprezaram, denegriram<br />

e por fim lhe deram a morte infame <strong>da</strong> cruz. Também em Babenhausen<br />

havia um rapaz libertino e malcriado, a quem as pregações de S. <strong>Clemente</strong><br />

causavam dor de cabeça e mau estar, porque o Santo se aprazia em discorrer,<br />

repeti<strong>da</strong>s vezes, sobre a obediência, temperança, casti<strong>da</strong>de e semelhantes virtudes,<br />

que o jovem detestava tanto na teoria como principalmente na prática. O<br />

infeliz perdendo-se na leitura dos filósofos <strong>da</strong> Revolução francesa e nas más<br />

companhias, julgava-se liberto dos man<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> lei de Deus e supunha já<br />

não existir o sexto man<strong>da</strong>mento. E como S. <strong>Clemente</strong> sempre pregava sobre<br />

esse assunto, as moças começavam a revestir-se de grande serie<strong>da</strong>de, as senhoras<br />

casa<strong>da</strong>s tornaram-se modelos de virtude, e as próprias infelizes, que<br />

antes se entregaram ao vício, caíram em si, mu<strong>da</strong>ram de vi<strong>da</strong> e fizeram penitência.<br />

O rapaz libertino via pois em S. <strong>Clemente</strong> o seu maior inimigo, enraiveceu-se<br />

contra ele e entregou ocasião oportuna em que pudesse vingar-se. Aconteceu<br />

passar uma noite má o pobre rapaz; não pregou os olhos pois que estava<br />

fortemente excitado <strong>da</strong> paixão, e tocado do calor do álcool; achava-se conseqüentemente<br />

de mau humor, cabeça pesa<strong>da</strong>, olhos cansados e consciência<br />

carrega<strong>da</strong>. Ao amanhecer lembrou-se de descarregar a sua cólera no pobre Pe.<br />

<strong>Clemente</strong>, que em sua humilde cela estava a fazer a meditação <strong>da</strong> manhã.<br />

Colocando-se em frente à janela do Santo desatou a língua nas mais grosseiras<br />

imprecações, nos nomes mais injuriosos contra Deus e seu Servo; e quanto<br />

mais impropérios soltava, mais se enraivecia; não encontrando, em seu copioso<br />

vocabulário, palavras que lhe traduzissem todo o rancor que nutria contra o<br />

Santo, colecionou umas pedras na rua, e com elas fez em cacos a vidraça do<br />

quarto onde estava <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, de sorte que os pe<strong>da</strong>ços iam cair aos pés do<br />

nosso Santo, que chorava não de medo <strong>da</strong>s pedra<strong>da</strong>s nem de raiva <strong>da</strong>s palavras<br />

injuriosas, mas de compaixão para com o infeliz, que assim ofendia a Deus<br />

e escan<strong>da</strong>lizava o povo. Ao clamor do rapaz e ao som <strong>da</strong>s pedra<strong>da</strong>s acor<strong>da</strong>ram<br />

as pessoas dos arredores, que vendo o procedimento do moço, se amaram de<br />

cacetes, bengalas e chicotes para lhe <strong>da</strong>rem uma boa lição de urbani<strong>da</strong>de.<br />

Quando S. <strong>Clemente</strong> percebeu que a vizinhança se pusera em movimento, desceu<br />

também, não para se vingar, mas para tomar em sua defesa o rapaz libertino<br />

que o acabava de injuriar tão covardemente. Recomen<strong>da</strong>ndo a todos que<br />

tivesse compaixão do infeliz, disse: “Não lhe façais mal; vou agora à igreja,<br />

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celebrar a missa por intenção dele”. Os lavradores que acorreram, voltaram<br />

para casa descontentes por perderem uma ocasião tão boa de ensinar<br />

morali<strong>da</strong>de ao libertino, porém edificados com o procedimento de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>,<br />

que executava o conselho do divino Mestre: “Orai pelos que vos perseguem<br />

e caluniam”.<br />

Como esse pobre rapaz havia também outros, mesmo entre o clero, que<br />

não podiam ver com bons olhos a ativi<strong>da</strong>de apostólica e os resultados estupendos<br />

obtidos por S. <strong>Clemente</strong>. Não encontrando outras armas, nem descobrindo<br />

na vi<strong>da</strong> de <strong>Clemente</strong> coisa alguma que depusesse contra ele, recorreram à<br />

calúnia que forjaram com tanta habili<strong>da</strong>de, que muitos deram crédito às suas<br />

palavras. Assim acusaram o Santo ao delegado de polícia, de haver arrombado<br />

violentamente o sacrário para levar a comunhão a um dos seus doentes contra<br />

a vontade do vigário que lhe havia negado a chave. Como o delegado era prudente<br />

chamou o respectivo vigário, que aproveitou a ocasião para tecer oficialmente<br />

os mais elogiosos encômios ao zelo apostólico e às virtudes consuma<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong>quele Servo de Deus, que trouxera à sua paróquia as mais copiosas<br />

bênçãos do céu.<br />

As más línguas porém não cansam, quando querem vingar-se ou fazer mal<br />

a um sacerdote; eram tantas as calúnias inventa<strong>da</strong>s pelos maus, que S. <strong>Clemente</strong><br />

pôde escrever a seus confrades na Itália: “<strong>São</strong> tantos os inimigos que se<br />

levantam contra nós nesta terra, onde estamos há pouco tempo, que sentimos<br />

necessi<strong>da</strong>de de amigos ver<strong>da</strong>deiros que nos consolem e nos levantem o ânimo”.<br />

Durante todo tempo em que o príncipe Fugger dominou em Babenhausen,<br />

estavam os Redentoristas bem amparados, porquanto esse bondoso príncipe<br />

era amigo de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, escolher o Pe. Sabelli para educador de seus filhos<br />

e tinha já em vista construir, em seu território, um convento e uma igreja para os<br />

padres Redentoristas. Mas naquele tempo an<strong>da</strong>va Napoleão pela Europa mu<strong>da</strong>ndo<br />

e transferindo reis e coroas, como se fossem figuras de xadrez; em 1806<br />

Fugger foi pelo poderoso monarca dos franceses despojado de suas terras que<br />

passaram a pertencer à Baviera cujo príncipe eleitoral fora mimoseado por<br />

Napoleão com a coroa real, por lhe haver prestado auxílio contra a Alemanha.<br />

Embora Maximiliano José fosse um monarca de bom coração e um cristão de<br />

convicção, deixou-se rodear de maus auxiliares, a cuja testa se achava o ímpio<br />

Montgelas, maçom e “iluminado”, que possuía tanta fé como a sua escrivaninha,<br />

arrogando-se poderes papais, espoliando as igrejas e abolindo todos os<br />

conventos <strong>da</strong> Baviera. Um dos seus primeiros atos foi, baixar um decreto, que<br />

proibia os Redentoristas to<strong>da</strong> e qualquer ativi<strong>da</strong>de no reino <strong>da</strong> Baviera.<br />

Entretanto recebia S. <strong>Clemente</strong> as mais desoladoras notícias do seu querido<br />

convento de <strong>São</strong> Beno, que desde o momento em que Varsóvia passou para<br />

o governo prussiano, fora o alvo do ódio dos maçons e dos “iluminados” que o<br />

queriam arrasar. Grave acusação acabava de ser feita contra os Benonitas ao<br />

rei <strong>da</strong> Prússia; estando o Reitor <strong>da</strong> casa, Pe. Thadeu, gravemente enfermo teve<br />

o Pe. Jestersheim de ir pessoalmente a Berlim desfazer a calúnia e defender-se<br />

junto ao rei, o que conseguiu felizmente com o mais brilhante êxito.<br />

To<strong>da</strong>s essas circunstâncias alarmantes faziam S. <strong>Clemente</strong> compreender<br />

que não se achava seguro em Babenhausen nem em Varsóvia. Mas para onde<br />

ir? Pensou primeiro na Itália e nesse sentido escreveu a Severoli, que infeliz-

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