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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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consciência etc.<br />

Em 1800 os Redentoristas de S. Beno aceitaram a direção de um seminário<br />

de clérigos seculares. Com a supressão <strong>da</strong> Companhia de Jesus em muitos<br />

seminários ficaram desprovidos de professores; eis porque muitos seminaristas<br />

de fora iam a Varsóvia para lá continuarem seus estudos; e não poucos dentre<br />

eles tornaram-se, mais tarde fervorosos Redentoristas. Essa medi<strong>da</strong> extraordinária,<br />

toma<strong>da</strong> por <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, garantiu a subsistência ao convento de S.<br />

Beno sob o governo <strong>da</strong> Prússia, que timbrava em proteger todos os que se<br />

dedicavam à educação <strong>da</strong> infância e <strong>da</strong> moci<strong>da</strong>de. Também outras ordens religiosas,<br />

como, por exemplo, os Lazaristas 2 serviram-se desse estratagema para<br />

a manutenção do Instituto.<br />

A instrução na escola dos meninos pobres foi ministra<strong>da</strong> pelos padres somente<br />

nos primeiros anos; mais tarde o Superior Geral entregou esse serviço<br />

aos estu<strong>da</strong>ntes que pediam admissão na <strong>Congregação</strong>. <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> considerava<br />

essas escolas não só como uma obra de cari<strong>da</strong>de para com os pobres,<br />

mas como um dos melhores meios de apostolado; e de fato na ci<strong>da</strong>de de Varsóvia<br />

na<strong>da</strong> menos de 700 crianças a saber 400 meninos e 300 meninas, recebiam<br />

sempre instrução e educação religiosa nessas escolas, preservando-se assim<br />

<strong>da</strong> corrupção geral que campeava impune na grande ci<strong>da</strong>de; durante a esta<strong>da</strong><br />

relativamente curta dos padres Redentoristas em Varsóvia na<strong>da</strong> menos de onze<br />

mil crianças passaram por essas escolas. Os prédios em que funcionavam as<br />

escolas eram naturalmente bem primitivos, sem luxo e sem as comodi<strong>da</strong>des<br />

que se requerem geralmente em semelhantes estabelecimentos; as paredes<br />

eram, em grande parte, de madeira. Isso porém não estranha porque o próprio<br />

convento dos padres era pobre e mais que modesto, o Vigário Geral e o Reitor<br />

<strong>da</strong> casa, residiam no mesmo quarto por falta de acomo<strong>da</strong>ções.<br />

É certo que Varsóvia nunca fora lugar apto para casa de noviços e estu<strong>da</strong>ntes;<br />

<strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> era o primeiro a reconhecê-lo, mas a necessi<strong>da</strong>de o constrangia.<br />

Quem acreditara, que Deus se serviria dessa circunstância para humilhar<br />

seu Servo e fazê-lo passar por momentos bem amargos!<br />

Nem todos os Redentoristas de Varsóvia estavam inteiramente de acordo<br />

com a ativi<strong>da</strong>de extraordinária e estafante, que nos primeiros anos de desenvolveu<br />

em S. Beno. — Os padres Passerat e Vannelet, almas <strong>da</strong><strong>da</strong>s à contemplação<br />

e ao recolhimento, não deixaram de estranhar esse moto contínuo na<br />

igreja e no convento, com o que achavam incompatível a observância <strong>da</strong> Regra<br />

que man<strong>da</strong> o recolhimento de espírito. Como bons religiosos e santos sacerdotes<br />

julgaram-se em consciência obrigados a relatar tudo ao Superior Geral em<br />

Roma. Monsenhor Litta, Núncio apostólico, ao voltar de S. Petesburgo a Roma,<br />

levou a carta de Passerat; embora o Núncio fosse um acérrimo e eloqüente<br />

defensor <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, o Superior Geral esteve mais propenso<br />

ao Pe. Passerat do que a Litta. Os trabalhos de Varsóvia eram realmente exagerados<br />

e contrários aos princípios na <strong>Congregação</strong> nas casas <strong>da</strong> Itália. O Capítulo<br />

Geral reunido em 1793 para a união <strong>da</strong>s duas partes <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>, aboliu<br />

as permissões e resoluções de Scifelli que outorgara carta branca a <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong><br />

no Norte, proibiu as escolas, os colégios e semelhantes trabalhos por<br />

serem contrários à letra e ao espírito <strong>da</strong> Regra; <strong>Clemente</strong> porém na<strong>da</strong> ouvira<br />

desse Capítulo, ou porque os Superiores de Roma se esqueceram de lho parti-<br />

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cipar, ou porque as cartas se extraviaram, o que não era coisa rara naqueles<br />

tempos. O Superior Geral, levando em conta e tomando em consideração a<br />

carta do Pe. Passerat, admoestou o Vigário Geral exigindo sossego e tranqüili<strong>da</strong>de<br />

para a casa dos noviços e dos estu<strong>da</strong>ntes, aconselhando apenas duas<br />

pregações por dia em vez <strong>da</strong>s cinco usuais, e lembrando-lhe a proibição de<br />

dirigir escolas, seminários etc. Às explicações de S. <strong>Clemente</strong>, que na sua carta<br />

acentuava a ignorância religiosa do povo, a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s escolas para a<br />

subsistência <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>, o bem espiritual <strong>da</strong>s almas, o desejo e a ância<br />

do povo por ouvir a palavra divina, bem como a afirmação ver<strong>da</strong>deira de que os<br />

estudos não eram de modo algum negligenciados, visto serem os alunos<br />

redentoristas sempre os primeiros nos exames dos ordinários, pacificaram completamente<br />

o Superior Geral.<br />

Diversas desinteligências amarguraram bem o Vigário Geral, cujas intenções<br />

eram, sem dúvi<strong>da</strong>, as melhores possíveis. Deus permitiu esses dissabores<br />

para mais o conservar na humil<strong>da</strong>de e para acrisolar a sua virtude. Não há<br />

dúvi<strong>da</strong> de que bem grande era o perigo de uma cisão e separação do ramo<br />

transalpino <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>, e se S. <strong>Clemente</strong> não tivesse sido um Superior de<br />

alta envergadura, tão prudente e tão afeiçoado à sua queri<strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>,<br />

talvez fosse inevitável esse desfecho. Apesar <strong>da</strong> troca de cartas menos amistosas<br />

tanto de Roma como de S. Beno, não nos é lícito concluir que tenha havido<br />

estremecimento entre esses dois ramos vigorosos <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong> Redentorista.<br />

Ninguém poderá estranhar que o Superior Geral, obedecendo a um dever sagrado,<br />

tenha tentado tudo para impedir qualquer transformação essencial e contrária<br />

à Regra nos conventos além dos Alpes. Se o Pe. Blasucci, Superior Geral,<br />

não se achasse já enfraquecido pela i<strong>da</strong>de e se os tempos calamitosos e incertos<br />

de então o permitissem, certamente o representante do Santo Fun<strong>da</strong>dor<br />

atravessaria os Alpes e iria em pessoa regularizar tudo segundo os seus desejos.<br />

Os padres <strong>da</strong> Itália interessavam-se vivamente pela <strong>Congregação</strong> transalpina<br />

e não poucas vezes se lembravam dela enviando sau<strong>da</strong>ções e cartas aos padres<br />

de <strong>São</strong> Beno. Assim, p. ex. escreve o Pe. Tannoia de Pagani ao Santo:<br />

“Quem nos dera asas para voarmos até ai e vos <strong>da</strong>rmos o amplexo do nosso<br />

amor e fraterni<strong>da</strong>de!” Esse grande biógrafo de Santo Afonso, acrescentou a<br />

essa biografia interessantes notícias sobre as casas de Varsóvia e Mitau: isso<br />

mostra o interesse com que os padres italianos acompanhavam o desenrolar<br />

<strong>da</strong> grande ativi<strong>da</strong>de apostólica dos Redentoristas, súditos do nosso Santo além<br />

dos Alpes.<br />

Teria sido realmente um ver<strong>da</strong>deiro desastre se S. <strong>Clemente</strong>, por causa<br />

dessas desinteligências tivesse abandonado a “missão continua<strong>da</strong>” de S. Beno.<br />

Ninguém podia desconhecer o grande bem que ela operava entre o povo e em<br />

to<strong>da</strong>s as ro<strong>da</strong>s e classes <strong>da</strong> população. Isto era mais uma prova de que S.<br />

<strong>Clemente</strong> não seguia apenas um capricho qualquer, mas que tinha em vista tão<br />

somente a maior glória de Deus e o bem <strong>da</strong>s almas. É ele mesmo quem declarou<br />

uma vez, que após os dez anos de trabalhos em Varsóvia lá se formou um<br />

número bem considerável de católicos, de ambos os sexos, que poderiam fazer<br />

honra aos cristãos do primeiro século <strong>da</strong> cristan<strong>da</strong>de pelo brilho de to<strong>da</strong>s as<br />

virtudes.<br />

A prova mais evidente <strong>da</strong> conversão radical de muitos e <strong>da</strong> difusão cons-

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