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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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vontade divina que se fun<strong>da</strong>ssem residências no Norte, ain<strong>da</strong> mais que ele<br />

esperava <strong>da</strong> Curlândia inúmeras conversões. <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> destacou para essa<br />

missão dois padres e um clérigo, que se dirigiram a Mitau, capital <strong>da</strong> Curlândia,<br />

e tomaram por residência o antigo convento dos padres jesuítas; poucos anos<br />

depois fundou ain<strong>da</strong> as residências de Radzynim e de Lutkowka, e mais outras<br />

teria aceito, se não fossem tão maus os tempos, porquanto se achava pronto a<br />

fazer o bem onde quer que fosse, mesmo nos países mais longínquos. De Mitau<br />

não tar<strong>da</strong>ram a chegar as mais consoladoras notícias sobre a ativi<strong>da</strong>de dos<br />

padres e sobre o resultado obtido; os padres conseguiram cativar o povo, que<br />

neles depositava inteira confiança; os próprios luteranos, vindos de longe, iam<br />

receber a bênção dos missionários. Tudo isso fez com que S. <strong>Clemente</strong> se comprometesse,<br />

por um contrato, a enviar para lá mais sete padres, contanto que o<br />

aumento dos Redentoristas em Varsóvia correspondesse a seus cálculos; desejava<br />

que Mitau fosse para o Norte e que S. Beno era para Varsóvia e para a<br />

Polônia.<br />

Já em 1792 um nobre cavalheiro fôra <strong>da</strong> Suíça a Varsóvia para pedir a S.<br />

<strong>Clemente</strong> que se dignasse fun<strong>da</strong>r em sua Pátria uma residência, expondo-lhe<br />

as belezas <strong>da</strong> Suíça e mais ain<strong>da</strong> o abandono em que se achava o povo sedento<br />

de ouvir, naqueles regiões, a palavra de Deus; por absoluta falta de pessoal<br />

teve S. <strong>Clemente</strong> de indeferir, embora muito contra a vontade, o pedido do nobre<br />

senhor; essa oferta, porém, tanto o impressionou que não lhe saiu mais <strong>da</strong><br />

lembrança. Três anos mais tarde o convento de Varsóvia contava já maior número<br />

de religiosos. Um belo dia <strong>Clemente</strong>, havendo descido do púlpito, dirigiase<br />

à sacristia a fim de paramentar-se para o santo Sacrifício, quando recebeu<br />

de alguém uma carta; termina<strong>da</strong> a missa pôs-se o Santo a ler a escrita assina<strong>da</strong><br />

por um cônego Lin<strong>da</strong>u na Alemanha, a pedir-lhe que se lembrasse <strong>da</strong> Suabia<br />

com a fun<strong>da</strong>ção de um convento, e a prometer auxiliá-lo nos primeiros anos.<br />

<strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> viu nisso o dedo <strong>da</strong> Providência e alegrou-se com o antegozo <strong>da</strong><br />

realização de seus mais lisonjeiros intentos; iria encontrar um convento para<br />

seus noviços e assim garantir a existência dos Redentoristas além dos Alpes. S.<br />

Beno teria que sofrer, provisoriamente, com a per<strong>da</strong> dos padres, dos quais dois<br />

já tinha ido ao Norte e agora mais quatro sairiam em procura de novas casas,<br />

pois que também de Constança tinha chegado insistente pedido para uma nova<br />

fun<strong>da</strong>ção. Os três que deviam ficar em Varsóvia, porém, eram fortes e corajosos,<br />

podendo com facili<strong>da</strong>de desempenhar-se do serviço <strong>da</strong> Igreja já bem organizado<br />

e consoli<strong>da</strong>do. <strong>Clemente</strong> toma o bordão do vian<strong>da</strong>nte, apronta a sua<br />

pequena mala, e tendo por companheiro o Pe. Thadeu Hübl, diz adeus aos que<br />

ficavam, e depois dos paternais conselhos e necessárias recomen<strong>da</strong>ções põese<br />

a caminho para a bela Suíça. A Europa achava-se então mais ou menos<br />

tranqüila; a França e a Prússia acabavam de entrar em acordo em Basiléia e a<br />

Áustria estava já entabolando as negociações para a paz. <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> aproveitou<br />

nessa ocasião o ensejo de cumprir o voto feito a S. João Nepomuceno no<br />

assédio de Varsóvia. Em Praga permaneceu nove dias em visita ao túmulo do<br />

grande Taumaturgo e às relíquias dos célebres Santos Padroeiros <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de:<br />

<strong>São</strong> Norberto, Sta. Ludmila, <strong>São</strong> Wenceslau e <strong>São</strong> Vito; de lá dirigiu-se a Lin<strong>da</strong>u<br />

passando por Ratisbona. As suas esperanças, porém, foram bal<strong>da</strong><strong>da</strong>s; não conseguiu<br />

na<strong>da</strong> por causa <strong>da</strong> revolução que acabava de rebentar outra vez; levou<br />

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somente para casa a mais viva impressão <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des espirituais do povo<br />

e o desejo, ain<strong>da</strong> mais ardente, de socorrer os infelizes. Em uma carta ao Superior<br />

Geral escreve: “Entre os católicos do Norte é grande a fome do pão <strong>da</strong><br />

palavra divina a distribuir-se pelos operários evangélicos; o estado em que se<br />

acham as igrejas é mais triste do que se possa crer; em to<strong>da</strong> a parte reina<br />

incalculável ignorância a respeito <strong>da</strong>s mais importantes ver<strong>da</strong>des <strong>da</strong> salvação.<br />

Na Boêmia é tão sensível a falta de sacerdotes, que muitas paróquias estão<br />

desprovi<strong>da</strong>s de vigários, os quais, em os dias santificados, devem ir de um lugar<br />

para o outro afim de celebrar a santa missa; os escân<strong>da</strong>los estão na ordem do<br />

dia e não há quem lhes possa <strong>da</strong>r remédio; em todos os lados há falta de fé e os<br />

inimigos <strong>da</strong> religião difundem os erros <strong>da</strong> heresia, não havendo que os possa<br />

rebater”.<br />

Na volta de Lin<strong>da</strong>u visitou Viena, que já não vira há mais de nove anos.<br />

Francisco II, católico fervoroso, inimigo dos “iluminados” governava a Áustria;<br />

mas o espírito josefino, que tudo perturbara, dirigia a burocracia; aos bispos<br />

continuava ain<strong>da</strong> proibi<strong>da</strong> to<strong>da</strong> e qualquer influência na formação dos teólogos,<br />

e nas preleções <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des ensinavam-se os princípios falsos e heréticos<br />

do josefismo. S. <strong>Clemente</strong>, pois, não podia pensar em fazer tentativas <strong>da</strong><br />

fun<strong>da</strong>ção na Áustria. Felizmente não faltavam homens de talento, peso e nobreza<br />

que quisessem levantar o espírito <strong>da</strong> época. Diversos desses sacerdotes<br />

distintos trabalhavam em Viena para a regeneração religiosa do povo, porém,<br />

sempre às ocultas e com medo <strong>da</strong>s perseguições; faziam, entretanto, constantemente<br />

suas conferências pela restauração <strong>da</strong> fé e empenhavam-se na difusão<br />

de livros católicos e morais. Nos poucos dias que S. <strong>Clemente</strong> lá esteve,<br />

relacionou-se com esses sacerdotes, aumentando assim seus conhecimentos<br />

e deixando em tão distintos ministros de Deus a mais indelével e a melhor<br />

impressão, como veremos mais tarde. Não havia entre eles quem não reconhecesse<br />

em <strong>Clemente</strong> um homem superior, pois que de outra forma não se poderia<br />

explicar como um religioso sem nome, sem fortuna, sem distinção de família<br />

e sem maiores sucessos conhecidos, pudesse exercer tanta atração e força<br />

sobre aqueles espíritos inteligentes e experimentados <strong>da</strong> grande Capital.<br />

Por Tasswitz, sua ci<strong>da</strong>de natal, dirigiu-se para Varsóvia acompanhado de<br />

quatro meninos que pediram a admissão no colégio de S. Beno; depois de três<br />

meses de ausência <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> e Pe. Thadeu Hübl chegaram a Varsóvia em<br />

meados de dezembro.<br />

Entretanto, na Curlândia as coisas não corriam na<strong>da</strong> bem; o novo governo<br />

começava a imiscuir-se nos negócios <strong>da</strong> Igreja. Os padres podiam, sim, trabalhar<br />

e desenvolver sua ativi<strong>da</strong>de, mas a comunicação com os Superiores tornara-se-lhes<br />

quase impossível. De outro lado, em Roma não compreendiam bem<br />

as intenções de S. <strong>Clemente</strong> em seus novos empreendimentos. Fun<strong>da</strong>r casas<br />

em tantos lugares ao mesmo tempo parecia exagero aos Superiores de Roma,<br />

que viam, em tudo isto, possível enfado de Varsóvia, ou sau<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Pátria<br />

austríaca por parte de <strong>Clemente</strong> e seus companheiros. Em uma longa carta<br />

explica <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> as suas intenções, manifesta a vontade que sempre nutrira<br />

de morrer, talvez, em Roma junto dos caros confrades, e declara ser o<br />

desejo do seu coração em todos esses trabalhos, empreendimentos e viagens,<br />

abrir novos horizontes para a <strong>Congregação</strong>. Corrigindo, com alguma ironia, o

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