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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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te os trabalhos dos Redentoristas, <strong>Clemente</strong> teria voltado à Itália, e a grande<br />

obra <strong>da</strong> reforma dos costumes <strong>da</strong> Polônia e na Áustria ficaria por fazer, Deus<br />

sabe até quando.<br />

O demônio, que não estava na<strong>da</strong> contente com a pie<strong>da</strong>de sempre crescente<br />

em S. Beno, envidou os maiores esforços para destruir a obra começa<strong>da</strong> com<br />

tão belos auspícios e tão brilhantes êxitos espirituais para as almas. Por intrigas<br />

e má vontade de um dos padres, que logo depois abandonou a <strong>Congregação</strong>,<br />

começaram a surgir certas desinteligências entre Varsóvia e Roma, de sorte<br />

que o Procurador Geral dos Redentoristas julgou necessário pedir ao Núncio<br />

Apostólico que verificasse, se de fato <strong>Clemente</strong> havia falsificado a Regra, e o<br />

Superior Geral, desconfiado pela falta de cartas que explicassem a situação,<br />

perguntou a <strong>Clemente</strong>, se os padres de S. Beno planejavam uma ruptura de<br />

relações com a <strong>Congregação</strong>, pretendendo declarar-se independentes. Essas<br />

suspeitas cresciam, dia a dia, por causa <strong>da</strong> desorganização dos correios e em<br />

conseqüência <strong>da</strong>s guerras e outras perturbações sociais, que tornavam difícil,<br />

para não dizer quase impossível a comunicação epistolar com Roma. A correspondência<br />

era feita ou por portadores especiais ou, então, por intermédio <strong>da</strong><br />

Nunciatura.<br />

Devido a tudo isso a questão entre S. Beno e Roma azedou-se de forma<br />

que <strong>Clemente</strong> chegou a pedir ao Superior Geral a exoneração do pesado cargo<br />

de Vigário Geral <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>, pedido esse que ficou sem efeito.<br />

O ano de 1790 começou alvissareiro para a <strong>Congregação</strong> Redentorista; às<br />

casas do reino de Nápoles, que por decreto real não podiam antes seguir o<br />

regulamento aprovado pelo Papa, foi permitido pelo rei seguir a Regra antiga<br />

sem falsificações, operando-se assim a união delas aos conventos dos Estados<br />

Pontifícios; o Capítulo Geral reunido elegeu Reitor-mor o padre Paulo Blasucci,<br />

cujo governo abrangia então as dezoito casas <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>, existentes nos<br />

Estados Pontifícios, na Sicília, em Nápoles e em Varsóvia. <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> foi<br />

confirmado pelo Superior Geral no campo de Vigário Geral e de representante<br />

do Reitor-mor para todos os efeitos, além dos Alpes. <strong>Clemente</strong>, para se tornar<br />

menos impedido no desempenho de seu cargo, procurou dividir um pouco o<br />

peso <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de imediata, nomeando o padre Thadeu Hübl Reitor <strong>da</strong><br />

casa e o Pe. Jestersheim ministros do convento. A coisa ia pois desenvolvendose<br />

admiravelmente a contento de todos e com a garantia <strong>da</strong> proteção do Rei<br />

que também se dignou de reconhecer, aprovar e admitir em to<strong>da</strong> a Polônia, de<br />

uma vez para sempre, a <strong>Congregação</strong> dos Redentoristas.<br />

20<br />

CAPÍTULO II<br />

O apostolado em Varsóvia<br />

Polônia e sua história — Finis Poloniae — O comando <strong>da</strong> Prússia — Os<br />

trabalhos apostólicos — Corpus Christi — O confessionário e o púlpito — Vi<strong>da</strong><br />

de convento — As escolas — Os oblatos Redentoristas — Apostolado <strong>da</strong> imprensa.<br />

Nos primeiros anos, a contar de 1790, S. <strong>Clemente</strong> pouco se preocupou<br />

com os trabalhos de fun<strong>da</strong>ções, que se tornaram impossíveis devido às numerosas<br />

guerras enceta<strong>da</strong>s e realiza<strong>da</strong>s nesse lapso de tempo. Varsóvia não foi<br />

poupa<strong>da</strong> nesses tempos calamitosos; antes parecia ter sido escolhi<strong>da</strong> para teatro<br />

principal e mais doloroso <strong>da</strong>s graves perturbações européias de então.<br />

Desde o primeiro desmembramento a Polônia não conseguiu mais levantar-se<br />

<strong>da</strong> sua ruína. Catarina II <strong>da</strong> Rússia, de há muito, planejara-lhe a ruína completa;<br />

de na<strong>da</strong> valeu a brilhante vitória conquista<strong>da</strong> com bravura por Cosciusko em<br />

Cracóvia. Varsóvia passou a pertencer ao domínio <strong>da</strong> Prússia. A prepotente<br />

imperatriz <strong>da</strong> Rússia impôs ao reino <strong>da</strong> Polônia a Estanislau Poniatowski, seu<br />

favorito, rei sem energia e sem amor à Pátria, <strong>da</strong>do às letras e à estética, porém<br />

sem caráter e sem força moral “rei <strong>da</strong>s mulheres e não rei dos heróis”. A nobreza<br />

<strong>da</strong> Polônia, outrora tão forte e poderosa, acabara de enfraquecer-se nos<br />

combates contra a Rússia; a flor <strong>da</strong> fi<strong>da</strong>lguia polaca sucumbira, em parte, nos<br />

combates sangrentos empreendidos em defesa sagra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Pátria, e em parte,<br />

sob o ferro desapie<strong>da</strong>do dos carrascos. Dentre os nobres restaurantes, quase<br />

todos preferiam comer o pão do exílio e mendigar o sustento longe <strong>da</strong> Pátria, a<br />

curvar-se ante o domínio humilhante <strong>da</strong> Rússia. Entre os poucos nobres, que<br />

se deixaram ficar na Polônia, reinava a mais degra<strong>da</strong>nte desunião; porque, enquanto<br />

uns se prontificaram a derramar o sangue pela Pátria, outros venderamse<br />

vergonhosamente à Rússia, cuja devassidão procuravam imitar. Infelizmente<br />

também alguns prelados seguiram em tudo a nobreza; os que com heroísmo<br />

cristão se levantaram contra os ataques do cisma russo e <strong>da</strong> violência do domínio<br />

estrangeiro, foram deportados para a Sibéria e outros pontos <strong>da</strong> Rússia. Os<br />

seus substitutos não passavam de humildes criaturas <strong>da</strong> imperatriz Catarina e<br />

juntamente com a nobreza degenera<strong>da</strong> puxavam o carro triunfante <strong>da</strong> Czarina.<br />

O baixo clero, em grande parte ignorante, deixava-se guiar quase em tudo pelos<br />

seus prelados. O comércio achava-se todo nas mãos dos judeus, que se<br />

enriqueciam explorando escan<strong>da</strong>losamente os cristãos enquanto que a indústria<br />

pertencia exclusivamente a estrangeiros. Nas guerras de 1764 e 1772 foram<br />

arrasa<strong>da</strong>s aldeias, vilas e ci<strong>da</strong>des inteiras pelos cossacos russos, sendo os<br />

seus habitantes, homens e mulheres, velhos e crianças, truci<strong>da</strong>dos com a mais

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