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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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Em 1864 teve início o processo para a beatificação do Servo de Deus. As<br />

trinta testemunhas chama<strong>da</strong>s a depor, eram to<strong>da</strong>s amigos e discípulos dele, e<br />

por isso podiam depor com segurança e de ciência, ain<strong>da</strong> mais que eram homens<br />

santos e de inteira confiança.<br />

Declarado venerável em 1867 foi beatificado em 1888 na grande basílica<br />

de <strong>São</strong> Pedro. A beatificação do Servo de Deus fora pedi<strong>da</strong> pelo próprio Imperador<br />

<strong>da</strong> Áustria, por D. Miguel de Bragança, <strong>Maria</strong> Adelaide de Bragança,<br />

arquiduquesa <strong>Maria</strong> Tereza, seis cardeais, quarentas bispos de diversos países,<br />

oitenta e duas Ordens e Congregações religiosas, inúmeros dignatários<br />

eclesiásticos, dez Superiores Gerais de Ordens e Congregações, muitos professores<br />

de universi<strong>da</strong>des etc etc. Leão XIII determinou o dia 29 de janeiro de<br />

1888 para a soleni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> beatificação do Apóstolo de Viena. Como de costume<br />

nessas ocasiões, uma multidão incalculável esperava a abertura <strong>da</strong> Porta<br />

de bronze à direita <strong>da</strong> porta principal de S. Pedro. Já muito antes <strong>da</strong>s 10 horas<br />

estava o povo apinhado no grande largo <strong>da</strong> basílica à espera que se desse o<br />

sinal <strong>da</strong> abertura <strong>da</strong> porta. Dado o sinal encheu-se a vasta e magnífica sala <strong>da</strong>s<br />

beatificações. Numeroso clero, secular e regular, estava presente; os<br />

Redentoristas ocupavam uma tribuna especial; na tribuna dos diplomatas achava-se<br />

o embaixador austríaco junto a Santa Sé com os secretários <strong>da</strong> legação.<br />

A iluminação era feérica e cerca de 4.000 velas ardiam nos lustres. Sobre o<br />

altar-mor de uma grande abertura oval, rodea<strong>da</strong> de nuvens e encoberta por um<br />

véu, salientava-se a imagem do novo Bem-aventurado irradia<strong>da</strong> de luz.<br />

Acompanhados <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> suíça apareceram os cardeais <strong>da</strong> Sagra<strong>da</strong> <strong>Congregação</strong><br />

dos Ritos com seus prelados e consultores e tomam, ca<strong>da</strong> um, seu<br />

lugar. Ladeado por seu secretário, o postulador <strong>da</strong> causa <strong>da</strong> beatificação aproxima-se<br />

do prefeito <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong> e pede licença para ler em voz alta o Breve<br />

que declara Bem-aventurado o Servo de Deus. A essa leitura segue o Te-Deum<br />

cantado pela Capela Julia alternando com o povo. Durante o hino ambrosiano<br />

puxa-se o véu do altar-mor, e rodeado de um mar de luzes apresenta-se a<br />

imagem do Bem-aventurado <strong>Clemente</strong> em atitude triunfal, circun<strong>da</strong>do de anjos.<br />

Todos os corações pulsaram com força, as lágrimas de comoção e gratidão<br />

alagaram os olhos enquanto os sinos de <strong>São</strong> Pedro festejavam o novo Bemaventurado.<br />

À tarde às três horas estava o templo outra vez repleto: era o momento em<br />

que o Santo Padre ia prestar suas homenagens ao Bem-aventurado. Às 3 horas<br />

e 15 minutos começa um zum-zum entre o povo; aos poucos calam-se todos:<br />

aproxima-se um préstito longo de prelados e cardeais, brilham os capacetes<br />

dourados <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nobre, e o representante de Deus, Leão XIII, aparece abençoando<br />

as massas. Perante o altar reza o Papa uns 12 minutos, conservando<br />

sua fronte inclina<strong>da</strong> na almofa<strong>da</strong> de se<strong>da</strong> branca; ele ora e um silêncio sepulcral<br />

apodera-se <strong>da</strong> igreja, só se ouvem as ba<strong>da</strong>la<strong>da</strong>s compassa<strong>da</strong>s do grande sino<br />

de <strong>São</strong> Pedro. O venerando Superior Geral dos Redentoristas, depois de meia<br />

hora de oração, aproxima-se do Santo Padre para lhe agradecer o favor prestado<br />

a to<strong>da</strong> a <strong>Congregação</strong>, e em sinal de gratidão oferece-lhe um bouquet e um<br />

relicário precioso e magnificamente fabricado, relíquias do novo Bem-aventurado.<br />

Depois de breves palavras de animação o Papa deixa a igreja e retira-se<br />

abençoando o povo.<br />

123<br />

A Igreja com esse ato levou <strong>Clemente</strong> aos altares, permitindo o culto de<br />

Bem-aventurado ao simples padeiro de outrora e mais tarde, pobre, porém<br />

zelosíssimo sacerdote, que libertou a Áustria <strong>da</strong>s garras do josefismo racionalista,<br />

despertando mas massas sentimentos de ver<strong>da</strong>deira pie<strong>da</strong>de.<br />

Viena exultou com esse memorável acontecimento e com festas esplêndi<strong>da</strong>s<br />

procurou glorificar o seu santo Apóstolo. Para imortalizar a recor<strong>da</strong>ção<br />

desse dia fez ain<strong>da</strong> mais.<br />

O arrabalde operário de Hernals que contava mais de oitenta mil almas,<br />

não possuía em 1888 senão uma única igreja paroquial, que mal podia conter<br />

umas seiscentas pessoas. Os vienenses lembraram-se de perpetuar a memória<br />

de <strong>Clemente</strong>, erigindo naquele bairro tão abandonado um templo monumental<br />

e um convento de Redentoristas. Esse templo tem a insigne honra de possuir<br />

hoje as relíquias sagra<strong>da</strong>s de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>. É lá e na igreja de Nossa<br />

Senhora <strong>da</strong> Esca<strong>da</strong> que o Santo continua o seu ministério apostólico em Viena<br />

atraindo as almas para Deus por meio de contínuos prodígios.<br />

Com a beatificação começou a marcha triunfal do Servo de Deus pelo<br />

mundo; em todos os conventos redentoristas foi esse acontecimento celebrado<br />

com to<strong>da</strong> a pompa e soleni<strong>da</strong>de; em as numerosas igrejas redentoristas levantaram-se,<br />

com indulto pontifício, altares ao Bem-aventurado; muitas dioceses<br />

imploraram a Santa Sé permissão de comemorar com ofício e missa própria as<br />

glórias do novo Bem-aventurado, e na Áustria, Alemanha, França e Bélgica,<br />

bem poucos Santos conseguiram tanta populari<strong>da</strong>de como o humilde <strong>Clemente</strong><br />

que viveu com o povo e para ele. O nome de <strong>Clemente</strong> foi escrito com caracteres<br />

de ouro numa placa riquíssima que adorna o salão <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Viena.<br />

Vinte anos depois fez-se novo exame sobre os mais recentes milagres operados<br />

pelo Bem-aventurado, ficando pronto o processo em poucos anos. Em<br />

1909 o Papa Pio X, na festa <strong>da</strong> Ascensão do Senhor aos 20 de maio, canonizou<br />

solenemente o grande Apóstolo de Viena.<br />

Desde então cresce, dia a dia, o número dos devotos de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>. Em<br />

todos os países católicos difundiu-se a sua devoção: altares, capelas, igrejas,<br />

conventos, casas de estudos, estabelecimentos de cari<strong>da</strong>de, levam o seu nome.<br />

Entusiasmado, que quase atingiu as raias do delírio, apoderou-se de Tasswitz,<br />

terra natal de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>; de 26 a 29 de junho de 1909 mais de oito mil<br />

peregrinos visitaram a pobre casa em que <strong>Clemente</strong> viu pela primeira vez a luz<br />

do dia. O quarto onde ele nasceu transformou-se em bela capela devota. Na<br />

véspera <strong>da</strong> conflagração européia Pio X declarou <strong>Clemente</strong> padroeiro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

de Viena. A guerra impediu a realização <strong>da</strong>s soleni<strong>da</strong>des que se haviam<br />

preparado para a condigna comemoração desse acontecimento. Em 1926 os<br />

bispos <strong>da</strong> Alemanha e <strong>da</strong> Áustria impetraram na Santa Sé, o Ofício e Missa em<br />

louvor do novo Santo, sob rito de duplex maior, de sorte que anualmente a festa<br />

de S. <strong>Clemente</strong> é celebra<strong>da</strong> com soleni<strong>da</strong>de nesses dois países a 15 de março.<br />

<strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> é como nenhum outro, o Santo dos nossos tempos.<br />

A nossa época distingue-se tristemente por uma vi<strong>da</strong> sem fé, uma ativi<strong>da</strong>de<br />

sem virtudes e um desejo ilimitado de gozos proibidos. A fé vacila, a incredu-<br />

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