São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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18.04.2013 Views

noviços entraram como candidatos; dias depois o Pe. Martinho, devidamente autorizado pelo Superior Geral, deu o hábito provisório aos noviços, pois que o noviciado começou propriamente a 2 de agosto, que é o dia do Santo Fundador. O Pe. Martinho escreveu ao Pe. Passerat que se achava ainda na Suíça: “... Os nossos noviços são humildes, obedientes e piedosos, mostram muito amor e afeição à Congregação, de modo a servirem de modelo a qualquer Redentorista mais velho; Deus recompense ao nosso querido Pai todos os seus trabalhos e esforços pela Congregação; a ele devemos esta obra; mesmo que ele estivesse agora vivo, a coisa não poderia ir melhor... V. Revma. com certeza se alegrará em ver esses seus bons filhinhos”. Entretanto o Superior Geral nomeara o Pe. Passerat para suceder a São Clemente no cargo de Vigário Geral da Congregação transalpina. Felizmente essa nomeação não encontrou nenhum obstáculo por parte do Governo. Só em dezembro é que puderam entrar em sua residência própria. Eram então 15 noviços sob a direção do Pe. Passerat, que passaram a Nossa Senhora da Escada. Bem depressa desenvolveu-se a comunidade de Viena, pois que os Redentoristas, até então desconhecidos do povo, caíram na simpatia geral. Um ano depois a casa nova já contava 40 religiosos. Sete anos mais tarde Viena mandou seus padres para Lisboa, Mautern, Innsbruck, Alsacia e Suíça. Como as leis austríacas muito embaraçavam a Congregação impedindo a comunicação com Roma, o Pe. Passerat, que sentia a premente necessidade de entrar em contato com a Congregação-mãe, mandou a Nápoles o Pe. Springer, para que estudasse, nas diversas residências redentoristas, o espírito e os usos da Congregação. Para o Capítulo Geral de 1832 em Nápoles já foi possível ao Pe. Passerat mandar seis padres transalpinos. A Congregação desenvolveu-se rapidamente, abençoada por seu segundo fundador, São Clemente Maria, que do alto do céu olhava para a sua obra predileta, a obra principal da sua vida. O Pe. Passerat governou a parte transalpina da Congregação quase trinta anos, viu realizada a profecia de Clemente, de que a Congregação se espalharia pelo mundo. Nos primeiros anos de seu governo o Pe. Passerat introduziu a Congregação na Bélgica, Holanda, América do Norte, Baviera, Inglaterra e França. Em 1848 Passerat depôs o seu pesado cargo; pouco depois foi abolido o vigariado geral transalpino, sendo a Congregação dividida em Províncias, governadas por superiores provinciais, que dependem direta e imediatamente ao Reitor-mor, que desde 1855 fixou sua residência em Roma. Em poucos anos a Congregação estendeu os ramos vigorosos ainda mais longe, para a Irlanda, Escócia, Espanha, Austrália. Ultimamente fundaram-se casas na Dinamarca, Índia Ocidental, México, Congo Belga, África Meridional e Filipinas. No último ano da guerra mundial fundou-se no Canadá uma segunda Província, e nas Antilhas uma segunda Vice-Província. Em 1918 — justamente 110 anos depois da expulsão — entraram os Redentoristas outra vez em Varsóvia. Há atualmente na Congregação Redentorista 21 Províncias e 15 Vice-Províncias com 310 residências e mais de 5.000 religiosos. Com exceção das casas que pertencem às Províncias romana, napolitana e siciliana, todas devem a sua origem ao apostolado de S. Clemente. São todas 116 filhas da casa-mãe de Viena, autorizada em 1820. As províncias da Itália tem sido incansáveis em a pregação de numerosas missões, de abençoados retiros frutificados pelas virtudes acrisoladas dos missionários e dos demais sacerdotes que, dentro dos claustros, vivem na prática das mais heróicas virtudes, observando, com religioso escrúpulo os menores pontos da santa Regra, como desejava o grande Fundador Santo Afonso. Mas essas Províncias não saíram da Itália nem propagaram, fora dela, a Congregação. Somente uma tentativa foi feita pelos padres italianos em 1853, a de abrir na América do Sul uma residência, que pouco durou, porque dos três padres que vieram, um faleceu afogado num rio, dois meses depois, outro foi consumido por uma febre perniciosa e o terceiro foi expulso a viva força. — Os Redentoristas da Itália têm desenvolvido a Congregação na sua Pátria, mas não fora dela. A Congregação transalpina, porém, bebeu o temperamento de São Clemente e herdou dele o desejo ardente de espalhar, o mais possível, os seus conventos e de penetrar em todos os países. Humanamente falando, se não fôra a Providência que mandou São Clemente a Roma fazendo-o entrar, como que por milagre, na Congregação, os Redentoristas talvez existissem apenas na Itália e não abarcassem o mundo como o vemos agora. Para que o leitor possa fazer uma idéia da expansibilidade da Congregação transalpina, e admirar a grande obra do Santo, cuja vida vimos descrevendo, pomos aqui um quadro do desenvolvimento da Congregação transalpina, segundo o último catálogo de 1927. A Província Austríaca, da qual todas as outras saíram: depois das muitas divisões possui ainda 12 casas com numerosos missionários. A Província Belga possui 31 casas: 12 na Bélgica, 3 nas Antilhas, 10 no Congo, 2 no Canadá-rutheno, e 4 na Galícia polaca. A Província de Baltimore — na América do Norte — uma das maiores da Congregação, possui 29 casas sendo: 23 nos Estados Unidos e 6 nas Antilhas. A Província de Lion possui 22 casas: 15 na França, 5 no Chile e 2 no Peru. A Província Bávara possui 15 asas: 9 na Baviera, 6 no Brasil. A Província Holandesa possui 15 casas: 8 na Holanda, 2 no Suriname — Guiana Holandesa — e 6 no Brasil. A Província Rhenana possui 20 casas: 15 na Prússia e 5 na Argentina. A Província Inglesa possui 9 casas e não tem Vice-Província. A Província de São Luiz — na América do Norte — 22 casas: 16 nos Estados Unidos e 6 na Oaklandia. A Província Irlandesa possui 7 casas: 5 na Irlanda e 2 nas Filipinas. A Província Parisiense possui 21 casas: 14 na França e 7 na Colômbia. A Província Espanhola possui 25 casas: 14 na Espanha, 9 no México e 2 na Venezuela. A Província de Praga possui 16 casas — não tem Vice-Província. A Província Polaca possui 6 casas — não tem Vice-Província. A Província Alsaciana possui 11 casas: 9 na Alsacia-Lorena e 2 na Bolívia. ***

A Província do Canadá possui 8 casas com uma Vice-Província em Annam. A Província de Toronto possui 11 casas sem Vice-Província. A Vice-Província autônoma de Zwittau possui 4 casas. A Província da Austrália, há pouco tempo separada da Província Irlandesa, possui 7 casa. Quando em 1904 a “Vida de S. Clemente”, escrita pelo Pe. Saint-Omer, foi traduzida em português, a Congregação contava com 14 Províncias com 160 casas e 3.000 membros. — Vinte anos depois subiu o número a 21 Províncias, 310 casas e cerca de 5.300 religiosos. Há poucos meses realizou-se também um dos mais ardentes votos de Sto. Afonso e de São Clemente: a Província Canadense atravessou os mares e fundou uma nova Vice-Província em Annam, com esperanças de penetrar ainda mais longe no interior da Ásia. No Brasil Até fins do século passado o Brasil permanecia fechado à Congregação Redentorista, enquanto que as outras repúblicas sul-americanas já de há muito sentiam o fogo do zelo apostólico dos filhos de Sto. Afonso. A primeira Província que se moveu, além dos Alpes, para a América do Sul foi a holandesa que em 1866 se dirigiu a Guiana Holandesa e fundou residências no Suriname. Catorze anos mais tarde, dez denodados Redentoristas franceses penetraram o Pacífico e instalaram-se em Cuenca e Riobamba, e poucos anos depois da morte do inesquecível Garcia Moreno, procuraram um seguro e garantido abrigo nas hospitaleiras terras do Chile. Em 1883 os padres da Província Rhenana entraram em Buenos Aires e no ano seguinte, a Província de Paris enviou os seus missionários para a Colômbia, levando-lhe as bênçãos da Redenção. O Brasil, a maior das repúblicas sul-americanas, consagrado desde o seu descobrimento ao mistério sublime da cruz, ainda estava por receber os filhos do Redentor, os Redentoristas. É certo que já em 1844 e outra vez em 1857 o exmo. sr. D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana, se dirigiu por cartas ao Superior Geral dos Redentoristas, pedindo missionários para a sua vasta diocese; não pôde porém ser atendido pela falta absoluta de pessoal. Quem primeiro conseguiu missionários para o Brasil foi o exmo. D. Silvério Gomes Pimenta, saudoso bispo e mais tarde Arcebispo de Mariana. Cinco sacerdotes e três irmãos leigos da Província Holandesa fundaram aos 26 de abril de 1894 a primeira casa redentorista em Juiz de Fora. Seis anos mais tarde dirigiram suas vistas para a Capital do Estado edificando o belo convento de Belo Horizonte. Em 1903, reforçados por um forte contingente que lhes veio da Província-mãe, abriram mais uma residência no Rio de Janeiro, onde levantaram magnífico templo a Santo Afonso, que se tornou um centro de grandioso movimento religioso e uma das igrejas preferidas da elite carioca: é essa igreja a mãe das numerosas Ligas Católicas espalhadas nos diversos Estados da União. Com o sempre crescente desenvolvimento da Congregação, foi-lhes possível uma fundação na distante cidade de Curvelo, onde se levantou um belo Santuário ao grande Taumaturgo São Geraldo. Há pouco tempo os padres da Província do Rio, 117 desejosos de aumentar suas fileiras com sacerdotes nacionais, abriram uma casa em Congonhas do Campo, onde se acha a escola apostólica; recentemente fundaram a casa de Campos, no Estado do Rio. No mesmo ano em que os Padres da Província Holandesa chegaram ao Brasil, dois distintíssimos representantes do episcopado brasileiro fizeram em Roma a vista ad limina. Como eram bispos segundo o coração de Deus e queriam sinceramente o bem espiritual das suas ovelhas, insistiram com o Superior Geral dos Redentoristas, para que se dignasse enviar alguns dos seus súditos para as suas respectivas dioceses na Terra de Santa Cruz. Eram eles: D. Joaquim Arcoverde, então bispo-coadjutor de S. Paulo, e D. Eduardo Duarte Silva, bispo de Goiás. A Província Bávara gemia sob o peso da perseguição do Kulturkampf 10 ; comendo de há muito o pão do exílio e sem esperança de voltar tão cedo para a cara Pátria. O Superior Geral dirigiu-se ao Provincial, expondo-lhe o pedido dos srs. bispos, mostrando a necessidade e a conveniência de atendê-los e aconselhando-os a mandar alguns dos seus padres, os mais intrépidos e animados, para que, transpondo o Oceano, fossem quebrar o pão da palavra divina aos filhos da Santa Cruz e propagar a Congregação nessa terra rica e futurosa. Os missionários bávaros receberam a insinuação do Superior Geral como uma ordem vinda do céu; resolutos despendem-se da Europa, para sempre, e confiados na Providência e na proteção de Santo Afonso e São Clemente, aprontam sua modesta bagagem, e em companhia do Sr. D. Eduardo, partem para o Novo Mundo. Eram seis padres e sete irmãos, destinados às duas futuras asas de Campinas de Goiás e de Aparecida do Norte no Estado de São Paulo. Depois de visitarem o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, cuja bênção imploraram para o futuro apostolado, embarcaram-se em Bordeaux a 5 de outubro de 1894. Embora repletos de otimismo, o coração, o coração trepidava-lhes dentro do peito na longa e arriscada travessia de mares, nunca dantes navegados por eles. A 29 do mesmo mês de outubro formaram em Aparecida a pequena comunidade, destinada a tornar-se grande, bem grande pelo número de confrades e pelo apostolado que deveriam exercer sobre não pequena parte do Brasil. A pedido do Exmo. Sr. Bispo de S. Paulo e com a devida permissão do Superior Geral os padres aceitaram a direção espiritual da paróquia e do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, tratando desde logo de dar ao serviço espiritual o desenvolvimento que exigia um Santuário tão importante. O número dos padres na comunidade de Aparecida foi crescendo de ano para ano, atingindo ultimamente o número de quinze sacerdotes que mourejam no Santuário e no colégio de Sto. Afonso. De Aparecida pode-se dizer, que se tornou, mais ou menos um segundo São Beno: o trabalho apostólico na Aparecida é uma missão continuada, que começa de manhã e termina à noite sem conhecer interrupção; em breve tornou-se Aparecida o Santuário mais querido e célebre em todo o Brasil não só porque lá se encontra a Virgem, Mãe dos brasileiros, mas também porque lá se acham sempre à disposição dos romeiros sacerdotes que se dedicam, com carinho, ao cuidado das almas, mostrando a todos o caminho do céu. É voz geral na boca de todos, que Aparecida se tornou uma paróquia modelo: o Apostolado, a Pia União das donzelas, a União dos Moços Católicos, a Liga

A Província do Canadá possui 8 casas com uma Vice-Província em Annam.<br />

A Província de Toronto possui 11 casas sem Vice-Província.<br />

A Vice-Província autônoma de Zwittau possui 4 casas.<br />

A Província <strong>da</strong> Austrália, há pouco tempo separa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Província Irlandesa,<br />

possui 7 casa.<br />

Quando em 1904 a “Vi<strong>da</strong> de S. <strong>Clemente</strong>”, escrita pelo Pe. Saint-Omer, foi<br />

traduzi<strong>da</strong> em português, a <strong>Congregação</strong> contava com 14 Províncias com 160<br />

casas e 3.000 membros. — Vinte anos depois subiu o número a 21 Províncias,<br />

310 casas e cerca de 5.300 religiosos.<br />

Há poucos meses realizou-se também um dos mais ardentes votos de Sto.<br />

Afonso e de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>: a Província Canadense atravessou os mares e fundou<br />

uma nova Vice-Província em Annam, com esperanças de penetrar ain<strong>da</strong><br />

mais longe no interior <strong>da</strong> Ásia.<br />

No Brasil<br />

Até fins do século passado o Brasil permanecia fechado à <strong>Congregação</strong><br />

Redentorista, enquanto que as outras repúblicas sul-americanas já de há muito<br />

sentiam o fogo do zelo apostólico dos filhos de Sto. Afonso.<br />

A primeira Província que se moveu, além dos Alpes, para a América do Sul<br />

foi a holandesa que em 1866 se dirigiu a Guiana Holandesa e fundou residências<br />

no Suriname. Catorze anos mais tarde, dez deno<strong>da</strong>dos Redentoristas franceses<br />

penetraram o Pacífico e instalaram-se em Cuenca e Riobamba, e poucos<br />

anos depois <strong>da</strong> morte do inesquecível Garcia Moreno, procuraram um seguro e<br />

garantido abrigo nas hospitaleiras terras do Chile.<br />

Em 1883 os padres <strong>da</strong> Província Rhenana entraram em Buenos Aires e no<br />

ano seguinte, a Província de Paris enviou os seus missionários para a Colômbia,<br />

levando-lhe as bênçãos <strong>da</strong> Redenção.<br />

O Brasil, a maior <strong>da</strong>s repúblicas sul-americanas, consagrado desde o seu<br />

descobrimento ao mistério sublime <strong>da</strong> cruz, ain<strong>da</strong> estava por receber os filhos<br />

do Redentor, os Redentoristas. É certo que já em 1844 e outra vez em 1857 o<br />

exmo. sr. D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo de <strong>Maria</strong>na, se dirigiu por cartas ao<br />

Superior Geral dos Redentoristas, pedindo missionários para a sua vasta diocese;<br />

não pôde porém ser atendido pela falta absoluta de pessoal. Quem primeiro<br />

conseguiu missionários para o Brasil foi o exmo. D. Silvério Gomes Pimenta,<br />

saudoso bispo e mais tarde Arcebispo de <strong>Maria</strong>na. Cinco sacerdotes e três<br />

irmãos leigos <strong>da</strong> Província Holandesa fun<strong>da</strong>ram aos 26 de abril de 1894 a primeira<br />

casa redentorista em Juiz de Fora. Seis anos mais tarde dirigiram suas<br />

vistas para a Capital do Estado edificando o belo convento de Belo Horizonte.<br />

Em 1903, reforçados por um forte contingente que lhes veio <strong>da</strong> Província-mãe,<br />

abriram mais uma residência no Rio de Janeiro, onde levantaram magnífico<br />

templo a Santo Afonso, que se tornou um centro de grandioso movimento religioso<br />

e uma <strong>da</strong>s igrejas preferi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> elite carioca: é essa igreja a mãe <strong>da</strong>s numerosas<br />

Ligas Católicas espalha<strong>da</strong>s nos diversos Estados <strong>da</strong> União. Com o sempre<br />

crescente desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>, foi-lhes possível uma fun<strong>da</strong>ção<br />

na distante ci<strong>da</strong>de de Curvelo, onde se levantou um belo Santuário ao grande<br />

Taumaturgo <strong>São</strong> Geraldo. Há pouco tempo os padres <strong>da</strong> Província do Rio,<br />

117<br />

desejosos de aumentar suas fileiras com sacerdotes nacionais, abriram uma<br />

casa em Congonhas do Campo, onde se acha a escola apostólica; recentemente<br />

fun<strong>da</strong>ram a casa de Campos, no Estado do Rio.<br />

No mesmo ano em que os Padres <strong>da</strong> Província Holandesa chegaram ao<br />

Brasil, dois distintíssimos representantes do episcopado brasileiro fizeram em<br />

Roma a vista ad limina.<br />

Como eram bispos segundo o coração de Deus e queriam sinceramente o<br />

bem espiritual <strong>da</strong>s suas ovelhas, insistiram com o Superior Geral dos<br />

Redentoristas, para que se dignasse enviar alguns dos seus súditos para as<br />

suas respectivas dioceses na Terra de Santa Cruz. Eram eles: D. Joaquim<br />

Arcoverde, então bispo-coadjutor de S. Paulo, e D. Eduardo Duarte Silva, bispo<br />

de Goiás. A Província Bávara gemia sob o peso <strong>da</strong> perseguição do Kulturkampf 10 ;<br />

comendo de há muito o pão do exílio e sem esperança de voltar tão cedo para<br />

a cara Pátria. O Superior Geral dirigiu-se ao Provincial, expondo-lhe o pedido<br />

dos srs. bispos, mostrando a necessi<strong>da</strong>de e a conveniência de atendê-los e<br />

aconselhando-os a man<strong>da</strong>r alguns dos seus padres, os mais intrépidos e animados,<br />

para que, transpondo o Oceano, fossem quebrar o pão <strong>da</strong> palavra divina<br />

aos filhos <strong>da</strong> Santa Cruz e propagar a <strong>Congregação</strong> nessa terra rica e futurosa.<br />

Os missionários bávaros receberam a insinuação do Superior Geral como uma<br />

ordem vin<strong>da</strong> do céu; resolutos despendem-se <strong>da</strong> Europa, para sempre, e confiados<br />

na Providência e na proteção de Santo Afonso e <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, aprontam<br />

sua modesta bagagem, e em companhia do Sr. D. Eduardo, partem para o Novo<br />

Mundo. Eram seis padres e sete irmãos, destinados às duas futuras asas de<br />

Campinas de Goiás e de Apareci<strong>da</strong> do Norte no Estado de <strong>São</strong> Paulo. Depois<br />

de visitarem o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, cuja bênção imploraram<br />

para o futuro apostolado, embarcaram-se em Bordeaux a 5 de outubro de<br />

1894.<br />

Embora repletos de otimismo, o coração, o coração trepi<strong>da</strong>va-lhes dentro<br />

do peito na longa e arrisca<strong>da</strong> travessia de mares, nunca <strong>da</strong>ntes navegados por<br />

eles. A 29 do mesmo mês de outubro formaram em Apareci<strong>da</strong> a pequena comuni<strong>da</strong>de,<br />

destina<strong>da</strong> a tornar-se grande, bem grande pelo número de confrades<br />

e pelo apostolado que deveriam exercer sobre não pequena parte do Brasil. A<br />

pedido do Exmo. Sr. Bispo de S. Paulo e com a devi<strong>da</strong> permissão do Superior<br />

Geral os padres aceitaram a direção espiritual <strong>da</strong> paróquia e do Santuário de<br />

Nossa Senhora Apareci<strong>da</strong>, tratando desde logo de <strong>da</strong>r ao serviço espiritual o<br />

desenvolvimento que exigia um Santuário tão importante. O número dos padres<br />

na comuni<strong>da</strong>de de Apareci<strong>da</strong> foi crescendo de ano para ano, atingindo ultimamente<br />

o número de quinze sacerdotes que mourejam no Santuário e no colégio<br />

de Sto. Afonso. De Apareci<strong>da</strong> pode-se dizer, que se tornou, mais ou menos um<br />

segundo <strong>São</strong> Beno: o trabalho apostólico na Apareci<strong>da</strong> é uma missão continua<strong>da</strong>,<br />

que começa de manhã e termina à noite sem conhecer interrupção; em<br />

breve tornou-se Apareci<strong>da</strong> o Santuário mais querido e célebre em todo o Brasil<br />

não só porque lá se encontra a Virgem, Mãe dos brasileiros, mas também porque<br />

lá se acham sempre à disposição dos romeiros sacerdotes que se dedicam,<br />

com carinho, ao cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong>s almas, mostrando a todos o caminho do céu.<br />

É voz geral na boca de todos, que Apareci<strong>da</strong> se tornou uma paróquia modelo: o<br />

Apostolado, a Pia União <strong>da</strong>s donzelas, a União dos Moços Católicos, a Liga

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