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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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segundo o coração de Deus, cheio de simplici<strong>da</strong>de e amor, um modelo de virtudes<br />

para todos; conhecia a arte de atrair todos os corações e de tratá-los segundo<br />

as propensões de ca<strong>da</strong> um. Qual pastor vigilante corria atrás <strong>da</strong>s almas<br />

para convertê-las; a sua cari<strong>da</strong>de desarmava os próprios inimigos. Não tinha<br />

em conta alguma a sua pessoa; distribuía tudo o que tinha: essa era a sua vi<strong>da</strong>”.<br />

Eu admirei nele, escreve outro, a agudeza <strong>da</strong> inteligência, a sobrie<strong>da</strong>de do<br />

espírito, a oração contínua, a firmeza inabalável, a sede de perfeição, a gentileza<br />

de trato tanto com os nobres e ricos como com os pobres, a grande prudência,<br />

a sincera gratidão pelos benefícios recebidos, a inquebrantável intrepidez<br />

nas perseguições, a modéstia nas palavras e ações, a delica<strong>da</strong> brandura e<br />

mansidão em instruir e repreender, a inesgotável cari<strong>da</strong>de para com os pobres,<br />

a extraordinária temperança, o cui<strong>da</strong>do pela conservação <strong>da</strong> pureza de coração,<br />

a prudência na direção <strong>da</strong>s almas, a ativi<strong>da</strong>de abençoa<strong>da</strong> pelo céu, o amor<br />

e a dedicação à Santa Sé, a vigilância pela pureza <strong>da</strong> doutrina católica, a fé viva<br />

e constância inabalável, o amor de Deus e do próximo, pronto a qualquer sacrifício,<br />

a resignação <strong>da</strong> sua vontade em todos os sofrimentos físicos ou morais, a<br />

fortaleza em to<strong>da</strong>s as contrarie<strong>da</strong>des de vi<strong>da</strong>, a fideli<strong>da</strong>de imutável em o exercício<br />

de to<strong>da</strong>s as virtudes até o fim <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>”.<br />

Uma outra testemunha, Jacoba de Welschenau, que conhecia muito bem o<br />

Servo de Deus, escreve: “Ele nunca se mostrava enfa<strong>da</strong>do nem entristecido,<br />

nem exagera<strong>da</strong>mente alegre; nos traços do seu rosto podia-se ler a paz interior<br />

e a união com Deus”.<br />

“Da sua fisionomia”, escreve Luiza Pilat, “irradiava-se a pureza <strong>da</strong> alma e a<br />

paz, fruto <strong>da</strong> santa alegria que provinha <strong>da</strong> sua íntima união com Deus; em seu<br />

rosto estampava-se uma serie<strong>da</strong>de amável, pacata joviali<strong>da</strong>de, paz não perturba<strong>da</strong><br />

por nenhuma paixão, e um perfeito recolhimento de espírito”.<br />

Todos esses testemunhos, depostos por pessoas inteiramente fidedignas,<br />

foram extraídos do processo de beatificação do Servo de Deus. As pessoas,<br />

que depuseram no processo, não unânimes em chamá-lo “serafim”, anjo de<br />

consolação e de paz, apóstolo infatigável e ardoroso, bom odor de Cristo pelas<br />

acrisola<strong>da</strong>s virtudes, mártir <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Igreja, pai dos pobres, modelo de<br />

virtudes etc.<br />

Um ex-jesuíta, que logo depois <strong>da</strong> morte do Servo de Deus, publicou em<br />

Augsburgo uma história eclesiástica, fala de <strong>Clemente</strong> com os maiores elogios;<br />

denomina-o “homem apostólico, trabalhador incansável na vinha do Senhor,<br />

pregador <strong>da</strong> penitência”; afirma que a sua ativi<strong>da</strong>de em Viena era a de um<br />

grande apóstolo, tornando-se o refúgio dos pecadores e modelo de penitência,<br />

convertendo milhares de pessoas, conduzindo outras tantas à perfeição, sendo<br />

um outro João Batista, munido de força especial para operar conversões estupen<strong>da</strong>s<br />

e converter os pecadores mais obstinados”. — <strong>Clemente</strong> era desprezado<br />

e até perseguido por muitos, acrescenta o historiador, mas herói de virtudes,<br />

amava o desprezo sem jamais descerrar seus lábios para a queixa, procurava<br />

só a glória de Deus e o bem <strong>da</strong>s almas; luzia como uma estrela de primeira<br />

grandeza no meio <strong>da</strong>s trevas, combatia constantemente a impie<strong>da</strong>de do século”.<br />

O cardeal Rauscher, encarando o Santo em seu papel providencial, afirma<br />

ter sido <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> o restaurador <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Igreja na Áustria: “O Pe. <strong>Clemente</strong><br />

tornou possível a conclusão <strong>da</strong> concor<strong>da</strong>ta e deu uma nova e melhor<br />

direção ao espírito do tempo”.<br />

CAPÍTULO XXVI<br />

106<br />

O Santo na glória<br />

Declaração de João Pilat — de Zacharias Werner — <strong>da</strong>s Irmãs Ursulinas.<br />

No capítulo anterior vimos a descrição dos traços físicos do Santo e <strong>da</strong><br />

formosura de sua alma que foi heróica na prática <strong>da</strong>s virtudes teologais e morais.<br />

Ora uma vi<strong>da</strong> tão exemplar e virtudes tão heróicas não podiam ficar sem a<br />

mereci<strong>da</strong> recompensa. Aprouve a Deus manifestar-nos um raio <strong>da</strong> glória, que<br />

goza S. <strong>Clemente</strong> no céu, como vemos nas três declarações abaixo, feitas sob<br />

juramento por pessoas incapazes de engano.<br />

A primeira declaração procede de João Pilat, moço correto e inteligente,<br />

nomeado preceptor dos alunos no colégio nobre fun<strong>da</strong>do por Klinkowström,<br />

que já conhecemos de outro lugar desta biografia. Demos-lhe a palavra: “Era<br />

pouco depois <strong>da</strong> morte de <strong>Clemente</strong>... eu morava então no instituto de<br />

Klinkowström. Já de há muito tempo tinha resolvido não só deixar o emprego<br />

<strong>da</strong>s finanças, mas consagrar-me inteiramente ao serviço de Deus no sacerdócio.<br />

Educado no espírito do Pe. <strong>Clemente</strong> procurei levar uma vi<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>deiramente<br />

cristã e piedosa e consagrar-me a Deus no sacerdócio. Contra esse<br />

plano de me enfileirar entre os levitas do Senhor, só encontrei oposição no<br />

Governo que me fazia as maiores dificul<strong>da</strong>des por eu não haver cursado filosofia<br />

na universi<strong>da</strong>de de Viena, mas só priva<strong>da</strong>mente na Hungria. Essa má vontade<br />

<strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de filosófica abateu-me tanto que quase sucumbi; julguei dever<br />

desistir do intento de me tornar Redentorista. Justamente naqueles dias o Pe.<br />

Passerat chegou a Viena. Numa <strong>da</strong>quelas tardes estava eu ajoelhado perto do<br />

meu leito a fazer a minha meditação costuma<strong>da</strong>, para a qual me servia do livro<br />

do Pe. Crasset, se me não engano; na minha frente achava-se um quadro de<br />

<strong>São</strong> José com o menino Jesus no braço. Sei com to<strong>da</strong> a certeza que naquele<br />

momento não me lembrei do Pe. <strong>Clemente</strong>, nem de Santo Afonso e muito menos<br />

do Pe. Passerat: os olhos conservei-os fixos no quadro de <strong>São</strong> José. Posso<br />

ain<strong>da</strong> declarar que nunca em minha vi<strong>da</strong> me deixei alucinar nem física, nem<br />

moralmente, pois tenho uma aversão natural a to<strong>da</strong> a sorte de visões.<br />

Nessa disposição corporal e física vi repentinamente o seguinte: Na minha<br />

frente achava-se Santo Afonso em sua figura característica, circun<strong>da</strong>do de uma<br />

luz bran<strong>da</strong> e celestial; lançou para mim um olhar de bon<strong>da</strong>de.<br />

A seu lado reconheci o Pe. <strong>Clemente</strong> que também me olhava, estava todo<br />

transfigurado, irradiando a mesma luz celestial como o santo Fun<strong>da</strong>dor. Sem<br />

proferir palavra, parecia que ambos me apontavam o Pe. Passerat que se mostrava<br />

à esquer<strong>da</strong> de Sto. Afonso; em segui<strong>da</strong> vi como misteriosa e espiritualmente<br />

o Pe. Passerat se transformou na pessoa do santo Fun<strong>da</strong>dor.

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