Frutas da Amazonia - Museu Paraense Emílio Goeldi
Frutas da Amazonia - Museu Paraense Emílio Goeldi
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BACURI<br />
Platonia insignis Mart.<br />
O bacurizeiro é encontrado em to<strong>da</strong> a região<br />
amazônica, acentuando-se na região do Salgado e Ilha<br />
do Marajó. É uma árvore que chega a medir até 35<br />
metros de altura e possui lin<strong>da</strong>s flores, inicialmente<br />
róseas que depois se tornam vermelhas e cobrem to<strong>da</strong> a<br />
copa. O fruto tem casca grossa e dura que apresenta<br />
uma resina vermelho amarela<strong>da</strong> (que gru<strong>da</strong> nas mãos ao<br />
parti-los e nos lábios e dentes ao ser comido, mas que<br />
pode ser removi<strong>da</strong> com óleo vegetal ou manteiga). São<br />
variáveis no tamanho, cor e sabor alguns são doces e<br />
outros bastante ácidos. As sementes são grandes e<br />
chama<strong>da</strong>s de caroço, mas em algumas não desenvolvem<br />
a estrutura completa, apenas a polpa externa que passa<br />
a ser chama<strong>da</strong> de "filhos". A polpa é muito aprecia<strong>da</strong> na<br />
forma de sorvetes, sucos, doce enlatado, geléia e<br />
pudins. A casca também é usa<strong>da</strong> no preparo de doces e a<br />
semente oleaginosa (possui óleo) tem aplicação<br />
terapêutica.<br />
BURITI<br />
Mauritia flexuosa L.<br />
O buritizeiro é uma <strong>da</strong>s palmeiras mais típicas <strong>da</strong><br />
região amazônica - de onde, seguramente, é nativa. Uma<br />
de nossas maiores palmeiras, de constituição<br />
resistente, pode atingir até 35m de altura. Prefere<br />
desenvolver-se nos igapós, à beira dos rios e dos<br />
igarapés onde, normalmente, são encontra<strong>da</strong>s grandes<br />
concentrações, origina<strong>da</strong>, provavelmente, dos frutos,<br />
dispersados através <strong>da</strong>s águas, que germinam<br />
espontaneamente. É de grande importância para o<br />
ribeirinho que dele tudo aproveita para a sua<br />
alimentação e outras necessi<strong>da</strong>des cotidianas. O estipe<br />
(caule <strong>da</strong>s palmeiras) é usado na construção de<br />
trapiches e pontes e as folhas na fabricação de cor<strong>da</strong>s.<br />
O pecíolo <strong>da</strong>s folhas é usado para confeccionar os<br />
famosos "brinquedos miriti", rolhas, suporte para<br />
copos, pratos e travessas e tapetes. Da polpa, são<br />
produzi<strong>da</strong>s bebi<strong>da</strong>s naturais ou fermenta<strong>da</strong>s, doces,<br />
açúcar, sabonetes e óleos de banho.<br />
INGÁ - CIPÓ<br />
Inga edulis Mart.<br />
O ingazeiro é uma planta espontânea e muito<br />
cultiva<strong>da</strong> na Amazônia, com aproxima<strong>da</strong>mente 100<br />
espécies conheci<strong>da</strong>s, mas apenas 4 ou 5 são comestíveis,<br />
variando entre 12 a 15 cm de altura. O fruto é uma<br />
vagem, de cor verde, bastante compri<strong>da</strong>, medindo entre<br />
50 cm e 1 metro. A polpa é branca, doce e macia,<br />
envolvendo numerosas sementes, que germinam muito<br />
cedo, iniciando dentro do fruto maduro, e às vezes ain<strong>da</strong><br />
na árvore. A única forma conheci<strong>da</strong> de consumo do fruto,<br />
é a natural.<br />
TUCUMÃ<br />
Astrocaryum vulgare Mart.<br />
Palmeira de até 15 metros de altura, de caule<br />
isolado, com anéis de espinhos longos, finos e<br />
pontiagudos que se encontram em maior quanti<strong>da</strong>de na<br />
parte superior <strong>da</strong> planta. A polpa de coloração amarela<br />
contém uma quanti<strong>da</strong>de muito eleva<strong>da</strong> de pro vitamina<br />
A. A polpa é grudenta e meio fibrosa, e pode ser consumo<br />
in natura, ou na forma de sucos, sorvetes, picolé, óleo. Os<br />
índios usam a fibra <strong>da</strong>s folhas para confeccionar a cor<strong>da</strong><br />
dos arcos, as redes para pesca e para dormir. Das<br />
amêndoa retira-se o óleo, usado para untar cabelo e<br />
corpoem muitos grupos indígenas.<br />
Elaboração:<br />
Pesquisadores Mirins do Grupo<br />
“<strong>Frutas</strong> <strong>da</strong> Amazônia”<br />
Ana Gabriela Vieira<br />
Angleyveson Ferreira Monteiro<br />
Charles Roberto Bezerra de Souza<br />
Diego Baltazar Correa<br />
Edimir Florisbela Filho<br />
Eduardo Aleixo <strong>da</strong> Silva<br />
Geovani Silva Repolho<br />
Jady Adriani de C. Vasconcelos Granjeio<br />
Jelder Silva <strong>da</strong> Silva<br />
Joabe Chaves Nogueira<br />
Manuela <strong>da</strong> Silva Barbelo Couto e Silva<br />
Rafaela Monteiro Trin<strong>da</strong>de<br />
Renan Monteiro Rodrigues<br />
Rodrigo Silva Moreira<br />
Thiago Reis <strong>da</strong> Silva<br />
Trícila Silva <strong>da</strong> Silva<br />
MCT<br />
MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI<br />
BR<br />
PETROBRAS<br />
REALIZAÇÃO:<br />
APOIO:<br />
Para maiores informações sobre o Clube do Pesquisador<br />
Mirim, procure o Serviço de Educação e Extensão Cultural<br />
do <strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong>, ou ligue para:<br />
219 - 3322 ou 219 - 3324<br />
www.museu-goeldi.br<br />
<strong>Frutas</strong> <strong>da</strong> Amazônia<br />
2002
MCT<br />
MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI<br />
Diretor do MPEG<br />
Peter Mann de Toledo<br />
Coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação<br />
Ima Célia Vieira<br />
Coordenador de Comunicação e Extensão<br />
Antonio Carlos Lobo Soares<br />
Coordenador de Museologia<br />
Luiz Fernando Fagury Videira<br />
Chefe do Serviço de Educação e Extensão Cultural<br />
Hilma Cristina Maia Guedes<br />
Coordenador do Projeto Clube do Pesquisador Mirim<br />
Luiz Fernando Fagury Videira<br />
Instrutora do Grupo “<strong>Frutas</strong> <strong>da</strong> Amazônia”<br />
Regiara Croelhas Modesto<br />
Edição<br />
Clube do Pesquisador Mirim 2002<br />
Grupo “<strong>Frutas</strong> <strong>da</strong> Amazônia”<br />
Pesquisa e Texto<br />
Integrantes do Grupo “<strong>Frutas</strong> <strong>da</strong> Amazônia”<br />
(Escola A Mão Cooperadora)<br />
Diagramação<br />
Emerson Santos<br />
Norberto Tavares Ferreira<br />
Ilustrações<br />
Norberto Tavares Ferreira<br />
Colaboração<br />
Alcemir Aires (SEC/CMU)<br />
Brasmazon Lt<strong>da</strong><br />
Prof º Paulo Santos (FCAP)<br />
Apoio Técnico Científico<br />
Prof º Sérgio Gusmão (FCAP)<br />
Recursos Didáticos<br />
Biblioteca Clara Maria Galvão<br />
Revisão<br />
Iraneide Silva ( COED )<br />
AÇAÍ<br />
Euterpe oleracea Mart.<br />
O açaizeiro é uma palmeira tipicamente silvestre.<br />
Desenvolve-se espontaneamente, e faz parte <strong>da</strong><br />
vegetação de terra firme, várzea e igapó. Cresce<br />
formando touceiras chegando a medir 20 metros de<br />
altura. Produz inúmeros cachos e seus frutos são<br />
arredon<strong>da</strong>dos e de cor arroxea<strong>da</strong>. Desta palmeira<br />
praticamente na<strong>da</strong> se perde. As folhas são usa<strong>da</strong>s para<br />
fazer cesto, tapete, chapéu, esteira, celulose, adubo<br />
orgânico, cobertura morta e sombreamento de<br />
sementeiras e plantas. O caule, chamado de estipe, é<br />
usado para construção de casas, pontes, cercas,<br />
currais, lenha, celulose e isolamento elétrico e do cacho<br />
faz-se vassouras e adubo orgânico. O palmito é<br />
consumido em forma de picles, sala<strong>da</strong>s, recheios,<br />
cremes e ração animal , já a raiz é usa<strong>da</strong> como<br />
vermífugo. Da famosa polpa do fruto faz-se sucos,<br />
vinhos, picolés, sorvetes, cremes, licores, geléias e<br />
mingaus; do bagaço e sementes se tem o adubo orgânico.<br />
ARAÇÁ - BOI<br />
Eugenia stipitata Mcvaugh.<br />
O araçá - boi é um pequeno arbusto nativo <strong>da</strong><br />
Amazônia que pode medir até 2 metros de altura,<br />
cresce facilmente em qualquer tipo de solo de terra<br />
firme e em lugares ensolarados; com 2 anos de i<strong>da</strong>de<br />
começa a produzir. O fruto é uma baga (nome <strong>da</strong>do aos<br />
frutos que possuem várias sementes), pesando até<br />
400g. Quando bem maduro tem casca amarela,<br />
avelu<strong>da</strong><strong>da</strong> ao tato, polpa mole e com bastante suco, de<br />
cheiro bastante agradável e sabor ácido, por isso não é<br />
comum o consumo do fruto ao natural, a não ser com<br />
adição de açúcar. É usado na produção de suco, picolé,<br />
sorvete, creme e licor, mas apesar de nativo é pouco<br />
visto nas feiras de Belém.<br />
CUPUAÇU<br />
Theobroma grandiflorum Mart<br />
O cupuaçuzeiro é uma fruteira silvestre.<br />
Desenvolve-se espontaneamente nas matas<br />
amazônicas, podendo alcançar de 6 a 10 metros de<br />
altura. O fruto é do tipo baga (possuem várias<br />
sementes) e pesa em média 1,5 quilos. Em nossa região<br />
ele recebe o apelido carinhoso de "cupu". Esse fruto<br />
pode ser de três varie<strong>da</strong>des: redondos, mamorana (que<br />
apresenta extremi<strong>da</strong>de compri<strong>da</strong>) e mamau (a<br />
característica principal desta varie<strong>da</strong>de é a de não<br />
possuir sementes). Além <strong>da</strong> beleza, outra de suas<br />
características marcantes é a polpa comestível, de<br />
coloração branquecenta ou amarela<strong>da</strong>, de sabor ácido e<br />
cheiro forte. Dele, praticamente, aproveita-se tudo! A<br />
polpa é usa<strong>da</strong> para fazer doces, geléias, compotas,<br />
cal<strong>da</strong>s, sucos, cremes, sorvetes, picolés e biscoitos. Da<br />
casca faz-se adubo orgânico e ração; e <strong>da</strong>s sementes o<br />
cupulate, produto semelhante ao chocolate.<br />
CASTANHA- DO- PARÁ<br />
Bertholletia excelsa H & B<br />
A castanheira é uma de nossas árvores mais<br />
formosas, e chega a medir 50 metros de altura. O fruto<br />
é chamado de ouriço, tendo uma casca muito dura,<br />
chegando a pesar até 1,5 quilos e medir 15cm de<br />
diâmetro. Possui cerca de 18 sementes pequenas<br />
(comestíveis). Essas sementes são muito nutritivas. A<br />
quanti<strong>da</strong>de de proteína conti<strong>da</strong> em duas uni<strong>da</strong>des é a<br />
mesma conti<strong>da</strong> em um ovo. A derruba<strong>da</strong> dessa árvore<br />
fez com que a espécie fosse incluí<strong>da</strong> na "Lista Oficial<br />
de Espécies <strong>da</strong> Flora Brasileira Ameaça<strong>da</strong>s de Extinção<br />
", que tem diminuído coma descoberta de outras<br />
formas de utilização. O ouriço é usado na confecção de<br />
artesanato e na defumação <strong>da</strong> borracha. A amêndoa<br />
usa-se na produção de doces finos e consumi<strong>da</strong> in<br />
natura. Do "leite de castanha" (extraído <strong>da</strong> amêndoa<br />
nova) são produzidos óleos, sabonetes finos e<br />
cosméticos.<br />
APRESENTAÇÃO<br />
A valorização dos frutos amazônicos fez com que a<br />
derruba<strong>da</strong> <strong>da</strong>s árvores nativas diminuísse, pois até<br />
então, a única matéria-prima utiliza<strong>da</strong> era a madeira<br />
extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> floresta. Hoje, o aproveitamento de várias<br />
partes do vegetal, além de contribuir na preservação do<br />
meio ambiente, aju<strong>da</strong> também em questões sociais, pois<br />
representa uma fonte de ren<strong>da</strong> extra para muitas<br />
famílias em áreas de extrativismo. O grupo “<strong>Frutas</strong> <strong>da</strong><br />
Amazônia”, formado por 16 alunos <strong>da</strong> Escola A Mão<br />
Cooperadora, que durante oito meses, estudou a fundo<br />
algumas <strong>da</strong>s espécies amazônicas, através de<br />
referências bibliográficas e visitas técnicas para o<br />
conhecimento <strong>da</strong>s mesmas, agora apresenta a vocês as<br />
deliciosas frutas regionais estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, suas principais<br />
características botânicas e maravilhosos produtos<br />
feitos a partir delas.<br />
Regiara Croelhas Modesto<br />
Instrutora do grupo “<strong>Frutas</strong> <strong>da</strong> Amazônia”