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universidade federal fluminense escola de serviço social programa ...

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as pessoas só tomam <strong>de</strong>cisões motivadas por interesses individualistas e é sob essa<br />

premissa egocêntrica que as relações econômicas, sociais e políticas po<strong>de</strong>m ser<br />

explicadas;<br />

essa perspectiva individualista não conduz à barbárie, mas à harmonia porque <strong>de</strong>riva<br />

<strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m natural;<br />

essa or<strong>de</strong>m natural apresenta-se por meio do mercado — é ele que regula e apazigua<br />

as tensões capazes <strong>de</strong> perturbar a or<strong>de</strong>m natural;<br />

em consequência, o mercado não <strong>de</strong>ve se submeter a qualquer ingerência — ainda que<br />

do Estado. É que qualquer intervenção afetaria a or<strong>de</strong>m natural.<br />

Em 1989, reunidos o Fundo Monetário Internacional-FMI, Banco Interamericano <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento-BIRD, Banco Mundial, funcionários do governo norte-americano e<br />

economistas latino-americanos avaliaram as reformas neoliberais que estavam em curso na<br />

América Latina. Daí, surgiu um receituário para os países sub<strong>de</strong>senvolvidos e em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento que ficaria conhecido por Consenso <strong>de</strong> Washington, preconizando a<br />

reestruturação econômica e reforma do Estado e condicionando a concessão <strong>de</strong> créditos à<br />

adoção <strong>de</strong> draconianas medidas fiscais que implicavam a redução do espectro <strong>de</strong> atuação do<br />

Estado.<br />

Embora nem sempre <strong>de</strong>stacada, há alguma especificida<strong>de</strong> a discernir o neoliberalismo <strong>de</strong><br />

liberalismo clássico. Enquanto para os clássicos o mercado é um mecanismo auto-regulado,<br />

para os neoliberais o mercado apresenta imperfeições que <strong>de</strong>vem ser corrigidas pelo Estado,<br />

mediante alguma regulação a ser implementada pelo ente estatal — sempre em proveito do<br />

capital. A permeabilida<strong>de</strong> à regulação é mera via instrumental para reforçar os fundamentos<br />

liberais que são, em síntese, os mesmos.<br />

Essas reformas neoliberais <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aram um conjunto perverso <strong>de</strong> conseqüências, entre<br />

as quais po<strong>de</strong> se atribuir maior relevo à remercantilização da força <strong>de</strong> trabalho, à<br />

<strong>de</strong>sregulentação dos mercados <strong>de</strong> trabalho, ao sempre tentado <strong>de</strong>smonte da legislação<br />

trabalhista <strong>de</strong>nominada eufemisticamente “flexibilização das relações trabalhistas” e a<br />

privatização dos <strong>serviço</strong>s sociais.<br />

Temática can<strong>de</strong>nte nas últimas décadas, a globalização não é fenômeno novo, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser <strong>de</strong>tectada já no período das gran<strong>de</strong>s navegações, da expansão ultramarina da Europa ou até<br />

na Antiguida<strong>de</strong>. Todavia, na história mais recente, ao se combinar com o i<strong>de</strong>ário neoliberal,<br />

ensejou a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relação entre o Estado e a socieda<strong>de</strong>. Trata-se <strong>de</strong><br />

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