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eleições - Livros Grátis

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166 Joaquim Nabuco<br />

de triunfo. Aquela ata foi feita para obter-se a assinatura do juiz de Direito<br />

no diploma do candidato conservador. Um aviso do governo inutilizou<br />

essa fraude. Os mesários conservadores fizeram então o que teriam feito em<br />

qualquer outra hipótese: expediram por conta própria ao Dr. Portela um<br />

título que chamaram diploma e que não passou da certidão da apuração<br />

fictícia por um poder ilegalmente constituído. (Digo que o teriam feito em<br />

qualquer outra hipótese porque essas três cédulas desaparecidas da Mesa<br />

da Câmara Municipal só desapareceram para dar lugar ao protesto feito<br />

pelo representante do Dr. Portela, e esse protesto foi feito para me serem<br />

contestados, se fosse preciso, na apuração dos votos da Câmara Municipal.)<br />

Mas procedendo assim os mesários colocaram-se e colocaram o candidato<br />

conservador acima da lei. Ele pela sua parte sabe bem que ninguém se pode<br />

colocar acima da lei, que o segundo escrutínio foi legalmente convocado e<br />

como tal há de produzir os seus efeitos legais, e que portanto se eu tiver a<br />

maioria nele estarei numa posição, legal e moral, verdadeiramente entrincheirada,<br />

porque estarei por trás de duas <strong>eleições</strong>!<br />

Quem depois de tais provas – e sobretudo da abstenção do Partido<br />

Conservador – não se acreditaria deputado eleito de Recife?<br />

O Dr. Portela calcula o efeito moral, e abstém-se! Não estará<br />

patente nessa abstenção o receio de sujeitar-se a uma deliberação popular,<br />

a um novo escrutínio que fosse um verdadeiro plebiscito sobre a<br />

honestidade, a legitimidade, a realidade da eleição do 1 o de dezembro?<br />

Não é evidente que se os conservadores não se apresentam de novo<br />

não é por modo de perturbações da ordem pública, nem tampouco<br />

por certeza de terem já eleito o seu deputado e de vê-lo tomar assento<br />

na Câmara, mas porque não se atrevem a pedir ao eleitorado que diga<br />

quem venceu a eleição passada; quem levou às urnas maior número de<br />

eleitores? (Aplausos.)<br />

Mas por isso mesmo, senhores, o meu dever é o oposto. Exatamente<br />

porque o meu adversário recua diante dessa prova é que eu devo<br />

submeter-me a ela; se ele se coloca acima da lei, eu sujeito-me à lei. Mas<br />

a vós todos, pernambucanos, eu tomo por testemunhas de que eu podia<br />

a esta hora estar na posse de um diploma melhor do que o dele; que esse<br />

diploma dava-me assento como deputado no Parlamento e voto na organização<br />

da Câmara, o que ele nem uma coisa nem outra tem com seu título;

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