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eleições - Livros Grátis

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Campanha Abolicionista no Recife – Eleições de 1884 165<br />

em que nenhum liberal tinha interesse em tocar, porque seria destruir a sua<br />

própria maioria; o segundo escrutínio era da maior utilidade para o candidato<br />

conservador, se ele realmente contava com o eleitorado. (Aplausos.)<br />

Era o caso de mostrar que não teve só a maioria, que a teve sem<br />

compra de votos, sem fraude, sem traição. Era o caso de tirar a prova, e<br />

esmagadora. Se ele me venceu da primeira vez, porque não me venceria<br />

da segunda! Se não houve dinheiro, não haveria receio de que os que nós<br />

afirmamos haverem sido comprados se negassem a votar uma segunda vez.<br />

Se não houve traição, o fato de serem apontados alguns dos agentes desse<br />

plano oculto não faria perder um só voto. Se os fatos de São José são de<br />

responsabilidade do Partido Liberal Abolicionista, se nós derramamos sem<br />

piedade sangue pernambucano para chegarmos aos nossos fins, se a segurança<br />

pública foi substituída pelo terror dos assassinos, haveria pernambucano<br />

bem-intencionado, de coragem moral e de espírito público, que<br />

não fosse, dessa vez, protestar com o seu voto contra o estado a que nós<br />

reduzimos esta infeliz província?<br />

Sim, senhores, o segundo escrutínio em tais condições seria um<br />

presente feito, não a mim, mas ao meu adversário que podia fazer ratificar<br />

o seu triunfo, agitando as roupas ensangüentadas dos seus amigos mortos<br />

por ele, apelando para a generosidade deste povo, o qual não poderia ver de<br />

sangue-frio o candidato repelido querer usurpar o mandato que ele tivesse<br />

conferido ao outro.<br />

Todas as vantagens são do meu adversário, e no entanto é ele que<br />

recua! (Aplausos.) É ele que não quer aceitar a prova. Por quê? Será por que<br />

está eleito? Ele sabe bem que o diploma que tem não lhe dá entrada na Câmara;<br />

ele sabe que o segundo escrutínio é estritamenle legal; que tê-lo-ia sido<br />

pela simples decisão do juiz de Direito, quanto mais por uma decisão do<br />

juiz de Direito baseado sobre um aviso do governo que estabeleceu para o<br />

futuro um aresto eleitoral; por último ele sabe que apesar de tudo não pode<br />

contar ainda com essa coalizão de conservadores e liberais dissidentes para<br />

me excluírem da Câmara se eu porventura lá chegar, porque o número dos<br />

deputados de que ele está certo não basta para garantir-lhe reconhecimento.<br />

Quem viu a ata falsa de São José aparecer de repente 15 dias<br />

depois da eleição nos livros do escrivão Fulgêncio sabe que o Dr. Portela<br />

não é homem que esqueça um elemento qualquer, por mais insignificante,

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