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Campanha Abolicionista no Recife – Eleições de 1884 131 Ah!, senhores, possamos nós brasileiros, que temos fé no futuro, que acreditamos na existência além dos limites da escravidão de um mundo desconhecido, ouvir também na manhã do 1 o de dezembro esse grito de Terra! Levantar-se dos mastros dos nossos navios e encher os corações dos escravos e dos livres ao despontar da nova pátria! (Longos e repetidos aplausos.)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Discurso aos Artistas do Recife no Campo das Princesas A 29 de novembro ARTISTAS pernambucanos, eu não podia deixar encerrar-se a campanha eleitoral neste distrito sem dirigir-me especialmente a vós, que, não pelo que sois, mas pelo que devíeis ser e estais destinados a ser, representais a principal força política moderna, a soberania do trabalho. (Aplauso.) Digo – não pelo que sois – porque infelizmente o desenvolvimento das classes operárias tem sido retardado entre nós, pela escravidão, de modo a não serdes ainda hoje senão uma fração pequena, quase insignificante, do eleitorado das cidades, no Recife como na Bahia e no Rio. Eu vejo que os candidatos contrários recomendam-se quase sempre ao comércio e à lavoura, como se neste país quem não tem negócio ou não possui terras não merecesse em eleições a honra de ser mesmo lembrado. Vós sabeis que, para eles, o comércio são os grandes negociantes de açúcar, e a lavoura não compreende os cultivadores, mas somente os proprietários do solo. Mesmo nas capitais não há recomendação igual à de candidato dessa aristocracia do comércio e da lavoura, dois aliados que em tempo de paz se detestam e não cessam de mostrar a má opinião que um tem do outro. Pois bem, eu se pudesse, do eleitorado todo, invocar o auxílio de uma só classe e identificar-me com ela, não o faria nem com o comércio e a lavoura,
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Discurso aos Artistas do Recife<br />
no Campo das Princesas<br />
A 29 de novembro<br />
ARTISTAS pernambucanos, eu não podia deixar encerrar-se a<br />
campanha eleitoral neste distrito sem dirigir-me especialmente a vós, que,<br />
não pelo que sois, mas pelo que devíeis ser e estais destinados a ser, representais<br />
a principal força política moderna, a soberania do trabalho. (Aplauso.)<br />
Digo – não pelo que sois – porque infelizmente o desenvolvimento das<br />
classes operárias tem sido retardado entre nós, pela escravidão, de modo a<br />
não serdes ainda hoje senão uma fração pequena, quase insignificante, do<br />
eleitorado das cidades, no Recife como na Bahia e no Rio.<br />
Eu vejo que os candidatos contrários recomendam-se quase sempre<br />
ao comércio e à lavoura, como se neste país quem não tem negócio ou<br />
não possui terras não merecesse em <strong>eleições</strong> a honra de ser mesmo lembrado.<br />
Vós sabeis que, para eles, o comércio são os grandes negociantes de açúcar,<br />
e a lavoura não compreende os cultivadores, mas somente os proprietários<br />
do solo. Mesmo nas capitais não há recomendação igual à de candidato dessa<br />
aristocracia do comércio e da lavoura, dois aliados que em tempo de paz<br />
se detestam e não cessam de mostrar a má opinião que um tem do outro.<br />
Pois bem, eu se pudesse, do eleitorado todo, invocar o auxílio de uma só<br />
classe e identificar-me com ela, não o faria nem com o comércio e a lavoura,