I BARBARAMENTE FUIIIADOS - Nosso Tempo Digital
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A h misto'o ria do Oéste<br />
num livro fas(inante<br />
OBRAGEROS,<br />
0 Oeste do Paraná, hoje uma das mais<br />
importantes regiôes do suP do Brash, corn<br />
quase 1 miIho de habitantes, ganha, finalmente,<br />
sua história. 0 autor é o curitibano<br />
Ruy Wachowicz, urn catedrático da Universidade<br />
Federal do Paraná que sempre demonstrou<br />
interesse pePa regio. A obra,<br />
"Obrageros, mensus e colonos" foi elaborada<br />
e editada gracas a urn convêiio entre a<br />
Itaipu Binacional e o Instituto do Patrimônioa<br />
Histórico e Artistico Nacional (Iphan).<br />
Isenta de bairrisrno, a obra mostra Cascavel<br />
corn uma importáncia histórjca quase<br />
nula no processo de ocupaco do Oeste.<br />
Toledo tinha tudo para ser o polo de major<br />
desenvolvimento da regio.<br />
E ainda reconstitul corn grande preciso<br />
a bataiha de Catanduvas, cuja queda alterou<br />
a Revoluco de 1.924.<br />
Voltando as primórdios da ocupaco,<br />
focaliza as "obrages" anteriores a chegada<br />
dos colonos gaóchos e catarinenses que<br />
substituiram os "rnensus", narra a importância<br />
da Cia. Matte Laranjeira e da Marlpa.<br />
Urn dos grandes heróis da colonizaçâo<br />
fol Willy Barth, responsável por uma politica<br />
étnica e religiosa corn influência no so<br />
na história da regiâo, rnas no seu futuro. A<br />
obra do catedrático em História da UFPr<br />
pode ser encontrada,em Cascavel, na Livrana<br />
Lex.<br />
Na obrage, o capataz Santa Cruz<br />
tinha ate urn cernitério particular<br />
o Oeste do Paraná, conforme<br />
sustenta o histortador Ruy Wachowicz,<br />
originou-se em parte no penetracáb<br />
dos "obrageros e mensus" e<br />
dos colonos, em sun etapa posterior..<br />
A obrage, segundo ale, 'era urna propriedade<br />
e/ou exploraç5o tipica des<br />
regit5es cobertas pela mata subtropical,<br />
em território argenlino a paraguaio.<br />
Sue existéncia baseava-se no<br />
bunômio mate-madeira. 0 sistema, as.<br />
sim como apareceu na regiäo em estu<br />
do, era praticamente desconhecido<br />
no sul do Brasil. Sue estrutura e terminologia<br />
é tipica do mundo hispano-platino:<br />
obragero mensus, antacip0,<br />
comissionista, lirnite, picaras. Todo<br />
essa terminologia era praticamente<br />
desconhecida ate entáb para História<br />
do Paraná".<br />
Os nornes dos principais obrageros:<br />
Nutes V Gibaja, Miguel Matte,<br />
Julio Allica, Jesus Vail, Domingos<br />
Barthe, etc.<br />
Já o 'mensus" era a name atribuido<br />
no indivduo que se propu'<br />
nha a trabaihar braçalmente nurna<br />
obrage; e a equivalente a peSo; recebia<br />
por més ou pelo menos sua conto<br />
corrente era movimentada mensalmente.<br />
Vem do espanhol mensual, ou<br />
seja. mensalista.<br />
CASCAVEL:QUASE FORA<br />
Quern percorre as 206 páginas<br />
do livro que contém fotos antigas e<br />
diversos mapas tern a sensacSo de que<br />
o historiador 050 atribuiu grande importância<br />
ao surgimento de Cascavel.<br />
Foram tomados Os depoirnentos de<br />
ITIN'" news<br />
-,<br />
LINl.!IRI......<br />
3<br />
K1TO<br />
EJUCA<br />
Reportagens<br />
fotog ráficas<br />
em geral<br />
Av. Brasil, 405 -<br />
Sala 105-<br />
Fone: 73-4750<br />
vários pioneiros em épocas e locals diferentes;<br />
mat nenhum deles de Cascavet.<br />
0 historiador preferiu focalizar<br />
mais Foz do lguoçu, pals foi a criaçSo<br />
da Colônia Militar que exerceu urn<br />
papal importante na formaçSo dos<br />
primeiros nucleos urbanos de qua se<br />
tern notcia. Os dois mais antgos moradores<br />
do regi5o de Foz do lguaçu<br />
teriarn sido, segundo o livro, Pedro<br />
Martins da Silva e o espanhol Manoel<br />
Gonzales, qua ali se estabeceram em<br />
1881. Afirma o historiador qua "no<br />
ano anterior 1é se discutia entre Os<br />
oficlais do Ministério da Guerra, no<br />
Rio de Janeiro, a necessidade de fundar<br />
urna Colônia Militar no regi5o,<br />
principalmente por ser urn ponto<br />
estratégico".<br />
0 capit5o Belarmino Augusto<br />
de Mendonça Lobo fol quern fundou<br />
a colônia Militar de Foz, a 22 de no'<br />
vembrou de 1.889. 0 livro destaca<br />
que nesses 69 dies de viagem a expedicJo<br />
deixou seu destind ainda no<br />
regime monàrqulco para chegar ao local<br />
(a future cidade de Foz) sob o<br />
regime republicano. Na expedic5o<br />
vieram urn sargento. 34 Soldados, 12<br />
operérios a 3 mulheres casadas. A populac5o<br />
encontrada no local era cornposta<br />
de apenas 95 brasileiros; 212<br />
eram paraguaios, 95 argentinos, 9<br />
franceses e 5 espanhOis, perfazer'do<br />
urn total de 324 habitantes. Citando<br />
depoirnento de José Maria de Britto,<br />
O historiador concluiu que nSo foi<br />
possivel insrnlar 8 cidade no foz do<br />
rio lguaçu como estava pré'determinado.<br />
A razo foi a inexisténcia de<br />
boa égua para abastecer a tropa e os<br />
animals. 0 ponto mais odequado, escolhido<br />
depois, tot esse local onde<br />
esté erigida a cidade.<br />
Urn grande passo no ocupacffc<br />
do Oeste do Paraná foi a inauguraco.<br />
em 1.917, do estrada de ferro da<br />
Companhia Mate Laranjeira. A ferrovia<br />
corn 60 quilórnetros Se destinava a<br />
Nobri<br />
ASSESSORIA IMOBILIARIA LJDA.<br />
transpor os saltos des Sate Queda,<br />
no trecho impróprio pare novegacäo,<br />
a sun jusante. Conforrne o historiador.<br />
"era urna estrada de ferro sistema Decauville,ou<br />
seja, 60 centlrnetros de bitola,<br />
verdadeirarnente liliputiana,<br />
rnovendo-se a locomotive entre 15 e<br />
20 km por horn".<br />
Outros tópicos do história de<br />
Foz: "Foi somente em 1915quesur'<br />
giu em Foz do lguacu o prirneiro hotel,<br />
qua levou o norne de Hotel Brasil,<br />
de propriedade de Frederico Engel.<br />
Era urn pequeno estabelecimento,<br />
poréi'n atendia ao diminuto rnovimenso".<br />
Continuando, o historiador<br />
narra qua "Engel chegou a Foz do<br />
lguacu em 1,915, a convite do chefe<br />
politico do regiSo, que era Jorge<br />
Schimrnelpfeng. Este estabelecirnento<br />
progrediu, apesar das dificuldades<br />
a do turismo incipiente". 0 norne de<br />
Schirnrnelpfeng povoa as páginas da<br />
história do surgirnento do cidade, as.<br />
sim como o do protessora Ot(lia<br />
Schimrnelpfeng.<br />
As obrages consomem urn razoávet<br />
espaco na obra do historiador paranaense.<br />
Elas se constituiarn de grandes<br />
areas onde os mensus eram explorados<br />
a submetidos a tratamento<br />
parecido corn a escravid5o. A violéncia<br />
ali era uma constante. 0 tenente<br />
Joäo Cabanas, que esteve no regiSo<br />
durante a guerrd de Catanduvas, conta<br />
qua urn dos obrageros (Julio Allicat<br />
mantinha urn gerente em Porto<br />
Mendes que chegou a construir urn<br />
cernitério particular em sun proprtedade.<br />
Quando o "rnensu' tinha haveres<br />
exagerados pare receber do propriedade<br />
era convocado a comparecer<br />
em seu escritório. Clemente Silva, urn<br />
dos recrutados pare este tipo de tmbalho,fez<br />
o seguinte relato no histo'<br />
riador acerca dos hábitos de Santa<br />
Cruz: "No acerto de contas ale (o<br />
mensu 1 sentava Ia e tinha urn negócio<br />
qua destravava e cola no fundo<br />
MENSUS<br />
E<br />
COLONOS<br />
Hs1'61FeLA 00 OE$TE PAANAENSt<br />
tJY cHRITOV*M WACHOW1OZ<br />
(de urn bumaco)'. Este dispositivo era<br />
o sbtano. Alérn ditto, Santa Cruz<br />
geralmente rnandava o peSo condenado<br />
a rnorte subir numa árvore a o<br />
abatia a tiros, igual a urn passarinho.<br />
Santa Cruz, contudo, teve o firn<br />
qua merecia; em Quatro Pontes urn<br />
grupo de pe5es 0 matou a golpes de<br />
ferro.<br />
Isto cia malt ou menos o clime<br />
no Oes'e do Parané por ocasiSo dat<br />
obrages. Ate rnoeda própria circulava<br />
nesses locals. 0 mensus jamais consegula<br />
quitar sua dvida nas obrages<br />
porque the era vedado adquirir os géneros<br />
de prirneira necessidade em outros<br />
armazéns que nirb os indicados.<br />
arotas iguaçuenses em 1.930<br />
• FOZ: BR - 277 - frente ao Rafain Palace Hotel- Fone: 73-4529<br />
• CASCAVEL: Avenida Brasil, 1777- Fone: 23-0185 -<br />
Catanduvas, a<br />
mais sangrenta<br />
bataiha<br />
de 1924<br />
Catanduvas e uma outra 10.<br />
calidade chamada Formigas acabararn<br />
se transformando nurn teatro<br />
de operaçöes de guerra, conforme<br />
relato do historiador Ruy<br />
Wachowicz. Nessas duas localidades<br />
foram travadas as duas bataihas<br />
mais importantes da Revoluço<br />
de 1.924 que eclodiu a 5 de<br />
juiho em Sao Paulo. Setores mais<br />
jovens da oficialidade, os chamados<br />
tenentes,decidiram it a guer.<br />
ra pot estareni descontentes corn<br />
O Governo a quern responsabilizavam<br />
por fraudes e desmandos<br />
adrninistrativos.<br />
Pot que Catanduvas? Porque<br />
o Paraná? 0 historiador arrola vários<br />
depoinientos de testernu.<br />
nhas e mesmo outros historiadores<br />
para demonstrar que na fronteira<br />
havia mais facilidade de fuga<br />
e para o Paraguai<br />
ou Argentina. Embora os dois<br />
focos mais importantes tenham<br />
sido Catanduvas e Formigas, ou<br />
ye mobilizaco de tropas em Cascave!,<br />
Porto Mendes, Guafra.<br />
Foz do Iguaçu, Pato Branco, Cle.<br />
])it FOZ<br />
'()R'I'AL<br />
,O SEGURO CONTRA<br />
A INFLACAO<br />
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