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DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR CAUSAS E EFEITOS - CEFAC

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<strong>CEFAC</strong><br />

CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA<br />

MOTRICIDADE ORAL<br />

<strong>DISFUNÇÃO</strong> <strong>TEMPOROMANDIBULAR</strong><br />

<strong>CAUSAS</strong> E <strong>EFEITOS</strong><br />

LUCIANE MORIMITSU<br />

LONDRINA<br />

2000<br />

1


RESUMO<br />

Este estudo teórico pretende abordar as várias causas e efeitos que<br />

desencadeiam disfunção na articulação temporomandibular.<br />

Pode-se observar que a maioria dos autores, relacionam o pico da<br />

manifestação em dor e desconforto, que geralmente são ocasionados nos momentos<br />

de tensão, preocupação, agitação e estresse do trabalho cotidiano.<br />

Cabe ao fonoaudiólogo reeducar os padrões neuromusculares orofaciais,<br />

detectados na verificação quanto a postura, tonicidade, mobilidade e motricidade,<br />

envolvendo o repouso e as funções estomatognáticas, além de problemas auditivos<br />

e de voz.<br />

A disfunção temporomandibular pode ser ou não conseqüência de<br />

maloclusão, o que torna necessário compreender as situações em que ocorrem a<br />

sintomatologia, bem como, os aspectos a serem investigados nas suas origens.<br />

Os ortodontistas, psicólogos, fisioterapeutas, otorrinolaringologistas e<br />

neurologistas podem contribuir para que a pessoa possa ser reabilitada, dentro de<br />

uma visão mais integradora possível.<br />

2


ABSTRACT<br />

This theoretical study intends to approach the several causes and effects on<br />

the temporomandibular articulation.<br />

It can be observed that most part of the authors, relate the peak of<br />

manifestation of pain and discomfort, which are generally occasioned in moments of<br />

tension, worry, agitation and stress of the daily work.<br />

It’s due to the physiotherapist to re-educate the facial neuromuscular<br />

standards, detected in the verification in relation of the posture, tonic, mobility and<br />

motive power, involving the rest and the stomach functions beyond the audible and<br />

voice problems.<br />

The temporomandibular dysfunction can or cannot be consequence of the<br />

inadequate occlusion which becomes necessary to understand the situations that<br />

occur the symptomalogy, as well, as the aspects to be investigated in its origin.<br />

The orthodontists, psychologists, physiotherapists, otolaryngologysts and<br />

neurologists can contribute so that a person can be rehabilitated, in the most<br />

integrated possible view.<br />

3


AGRADECIMENTOS<br />

4<br />

Agradeço a Deus por ter colocado<br />

pessoas maravilhosas em minha vida,<br />

principalmente no decorrer do meu curso, pois<br />

se prestaram em estímulos e auxílios para que<br />

a minha jornada se concretizasse.<br />

A essas pessoas o meu carinho. Que<br />

o Pai Celestial, meu eterno companheiro,<br />

derrame bênçãos a todos.


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................06<br />

2. ARTICULAÇÃO <strong>TEMPOROMANDIBULAR</strong>...............................................................07<br />

2.1 Função da Articulação Temporomandibular.......................................................08<br />

2.2 Dor..............................................................................................................................09<br />

2.3 Movimentos da Articulação Temporomandibular...............................................10<br />

2.4 Sistema Neuromuscular.........................................................................................12<br />

2.5 Músculos e suas Funções......................................................................................13<br />

2.6 Superfícies e Pressões Oclusais ..........................................................................15<br />

2.7 Periodonto.................................................................................................................16<br />

2.8 O Princípio da Disfunção Temporomandibular...................................................17<br />

3. ETIOLOGIA DA <strong>DISFUNÇÃO</strong> <strong>TEMPOROMANDIBULAR</strong>.......................................18<br />

4. SINTOMATOLOGIA DA <strong>DISFUNÇÃO</strong> <strong>TEMPOROMANDIBULAR</strong>........................21<br />

5. TRATAMENTO................................................................................................................26<br />

5.1 Fatores que Influenciam o Resultado do Tratamento das<br />

Disfunções da Articulação Temporomandibular e Musculares........................34<br />

6. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ...................................................................................35<br />

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................37<br />

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................39<br />

5


1. INTRODUÇÃO<br />

A proposta desta pesquisa é levantar as causas e os sintomas da disfunção<br />

da articulação temporomandibular (ATM). A ATM realiza movimentos complexos e<br />

estão relacionados com as funções de mastigação, deglutição, fonação e postura;<br />

quando alterados sejam por pressões e alterações oclusais, traumatismos, doenças<br />

no periodonto, tensões entre outras, trazem efeitos negativos para a musculatura e<br />

interfere na articulação dos órgãos fonoarticulatórios.<br />

Vale salientar que as causas que levam às Disfunções<br />

Temporomandibulares (DTM) são multifatoriais, segundo afirmações de vários<br />

autores pesquisados. Muitas vezes cabe a nós fonoaudiólogos observar e ou<br />

suspeitar da DTM através da conversa em anamnese.<br />

Conhecendo suas causas e efeitos, podemos alertar, orientar e encaminhar o<br />

paciente para profissionais de áreas afins como a Ortodontia, Otorrinolaringologia,<br />

Neurologia, Audiometria, Fisioterapia e Psicologia. Tendo esta visão podemos<br />

fornecer aos nossos pacientes esclarecimentos quanto a procura do diagnóstico e a<br />

diminuição do sofrimento da dor e ou desconforto, pois a dor é uma sensação<br />

desagradável, que causa aflição. A sensação dolorosa quase sempre produz um<br />

comportamento diferente, tende ao isolamento e a pouca socialização. O indivíduo<br />

com dor impede de conciliar o sono ou tem sono irregular e descontínuo.<br />

A dor é um constituinte da sensação geral de desconforto e é um dos<br />

propósitos que impede o ser humano de sentir alegria, de se divertir e de viver a vida<br />

com prazer.<br />

6


2. ARTICULAÇÃO <strong>TEMPOROMANDIBULAR</strong><br />

O sistema estomatognático identifica um conjunto de estruturas bucais que<br />

desenvolvem funções comuns, tendo como característica constante a participação<br />

da mandíbula. Será enfocada a articulação temporomandibular como um dos<br />

elementos básicos para que ocorra um movimento sinérgico da mandíbula.<br />

SPAHL e WITZIG (1995) definem ATM como uma “articulação de movimento<br />

de compressão”, é um arranjo de bola - e - concavidade com um disco colagenoso<br />

interposto entre a bola, a cabeça do côndilo e a concavidade, uma depressão na<br />

base do osso temporal chamada de fossa glenóide. Juntamente com esses autores,<br />

DOUGLAS (1988) prossegue afirmando que o disco é bastante flexível e elástico e<br />

atua como um estabilizador para a cabeça do côndilo, quando se translada durante o<br />

movimento de abertura pela superfície posterior da eminência, ou tubérculo. Ele está<br />

ligado anteriormente ao ventre superior do músculo pterigóideo lateral e<br />

posteriormente ao ligamento que parece uma tira de borracha, região bilaminar. A<br />

região é altamente enervada e vascularizada. Entre a superfície superior do disco e<br />

o fundo da fossa, a superfície inferior do disco e a cabeça capitular do côndilo há<br />

dois espaços sinoviais, contêm líquido sinovial que atua como um lubrificante para<br />

facilitar o movimento do disco do côndilo durante os movimentos de rotação e de<br />

translação da articulação.<br />

7


2.1 Função da Articulação Temporomandibular<br />

DOUGLAS (1988) destaca que o funcionamento das ATMs é sincrônico e<br />

harmônico que trabalham como unidade. A fisiologia temporomandibular é<br />

relacionada à função neuro-muscular mandibular, função oclusal e periodontal, tanto<br />

nos movimentos vazios como nos friccionais.<br />

SPAHL e WITZIG (1995) descrevem: quando a boca é aberta, o côndilo gira e<br />

quase imediatamente começa sua translação até a porção anterior da fossa<br />

glenóide.<br />

Devido à tensão proporcionada pelos músculos e pela cápsula articular dura e<br />

fibrosa, sempre há uma força compressora exercida pela cabeça do côndilo sobre o<br />

disco infra-articular, mesmo nas posições de abertura e durante o repouso. Desta<br />

forma, o disco e os compartimentos sinoviais superior e inferior devem servir não só<br />

para lubrificar e estabilizar, como atuar absorvedor de forças compressoras da<br />

cabeça do côndilo. Essas forças de “compressão” são extremamente intensas<br />

durante a oclusão, mastigação e no bruxismo. Estando presentes também durante a<br />

abertura e nas posições de repouso.<br />

Durante a abertura, a tensão nos ligamentos elásticos da região bilaminar<br />

tornam-se cada vez maior, quando o côndilo e o disco deslizam para baixo do vértice<br />

do tubéculo. No fechamento, ocorre a ação contrária com o côndilo, o ventre<br />

superior do pterigóideo lateral contraindo coordenadamente no fechamento,<br />

fornece a tensão que mantém o disco interposto entre o côndilo e a fossa, contra<br />

atuando com a tensão do ligamento posterior estirado. O paciente começa a “luxar o<br />

disco” quando a relação disco-côndilo fica comprometida, ligamento posterior<br />

8


superestirado ou rompido, com pouca ou nenhuma potência elástica, e ou quando o<br />

ventre superior espasmódico do músculo pterigóideo lateral fica incapaz de<br />

coordenar a contenção na velocidade correta.<br />

2.2 Dor<br />

A dor na região facial e cabeça são as principais queixas nas desordens<br />

temporomandibulares.<br />

SPAHL e WITZIG (1995) relatam que a dor e o desconforto muitas vezes<br />

associam-se ao “click” que é expresso pelo paciente em termos de sensibilidade<br />

crônica do músculo ou cefaléia do tipo ATM de graus variáveis. Essas cefaléias e<br />

dores faciais resultam de duas fontes: problemas intra e extracapsulares.<br />

Os problemas intracapsulares denotam formas avançadas de má articulação<br />

das ATMs e degeneração. O “click” normalmente é o primeiro estágio desses<br />

processos degenerativos. Mas nem todo paciente que apresenta “click” está com<br />

degeneração grave da articulação, muitos continuam a ter uma piora lenta do estado<br />

e alguns têm desvios até o ponto de romper os ligamentos posteriores. Ter discos<br />

perfurados ou “travamento” representa o estágio final do processo. Alguns<br />

profissionais acham que é tratável com cirurgia.<br />

Os problemas mais observados são os de envolvimento extracapsular, que<br />

significa músculos. Os músculos tem que trabalhar numa extensão favorável na<br />

função para eficiência máxima. Sempre que eles têm que trabalhar demais ou de um<br />

modo para o qual não são destinados, geralmente resulta em dor e fadiga.<br />

9


Uma perda da dimensão vertical, apresentando os músculos muito fechados<br />

ou a mandíbula muito retraída, que fazem com que os músculos trabalhem<br />

ineficazmente em termos bioarquitetônicos, pode produzir circunstâncias que<br />

resultam no funcionamento inadequado do sistema mastigatório e que em geral<br />

significa dor. Também podem levar ao deslocamento súpero-posterior do côndilo e<br />

causar invasão condilar na região bilaminar, levando a problemas intracapsulares.<br />

2.3 Movimentos que se Processam na Articulação Temporomandibular<br />

A mastigação, deglutição, fonação e postura dependem de movimentos<br />

complexos da ATM.<br />

articulares:<br />

São apresentados por DOUGLAS (1988), dois tipos principais de movimentos<br />

MOVIMENTOS DE TRANSLAÇÃO: durante a abertura da boca, é produzido<br />

pela contração do músculo pterigóideo lateral (ou externo) e no fechamento bucal,<br />

pela contração do temporal. O deslocamento do côndilo é acompanhado pelo<br />

menisco ao longo da cavidade glenóide.<br />

MOVIMENTOS DE ROTAÇÃO: o côndilo gira na parte inferior da articulação,<br />

abaixo do disco, em torno de um eixo de rotação no centro do côndilo e colo.<br />

Durante a abertura da boca é a contração dos músculos supra-hióideos que provoca<br />

a rotação do côndilo e no fechamento são os músculos elevadores, principalmente o<br />

temporal.<br />

10


MOLINA (1989) detalha que a ATM pode realizar movimentos complexos: no plano<br />

sagital (de abertura e fechamento), no plano horizontal (movimentos de lateralidade,<br />

protrusivos e retrusivos), no plano frontal são como os que ocorrem durante o ciclo<br />

mastigatório; movimentos bordejantes extremos, ocorrem durante a mastigação de<br />

alimentos duros e volumosos; movimentos intrabordejantes, podem ocorrer durante<br />

deglutição, mastigação de alimentos mais suaves e no próprio ciclo mastigatório.<br />

e deglutição.<br />

HOWAT, CAPP e BARRET (1992) descrevem 3 movimentos mandibulares:<br />

- Movimentos Funcionais da mandíbula, ocorrem durante a fala, mastigação<br />

- Movimentos Parafuncionais da mandíbula, são freqüentes e incluem:<br />

contato dente a dente (bruxismo e apertamento); dente contra tecidos moles<br />

(mordedura de lábio, sucção de polegar); contato de tecido mole contra tecido mole<br />

(deglutição atípica, postura da mandíbula); e dentes contra objetos estranhos<br />

(morder lápis).<br />

- Movimentos Disfuncionais da mandíbula, são movimentos prejudicados<br />

ora por desarranjo do disco articular da ATM ora por hiperatividade dos músculos da<br />

mastigação.<br />

As características morfo-funcionais da ATM só é definida ao redor dos 7 a 10<br />

anos de idade, salienta DOUGLAS (1988).<br />

11


2.4 Sistema Neuromuscular<br />

O sistema neuromuscular é constituído de nervos e músculos. Para mover a<br />

mandíbula e permitir um funcionamento efetivo, dependem da contração<br />

discriminatória dos vários músculos da cabeça e do pescoço.<br />

DOUGLAS (1988) e MOLINA (1989) referem que o sistema neuromuscular<br />

forma a parte ativa do aparelho estomatognático e tem a finalidade de proteção dos<br />

componentes deste aparelho, especialmente as ATMs do trauma interno ou externo.<br />

Este sistema é formado pelos proprioceptores do periodonto, ATM, músculos,<br />

ligamentos, mucosa, região perioral, cerebelo, córtex, mesencéfalo, nervos V, VII, IX,<br />

Xl e os músculos da mastigação, deglutição, respiração, fonação e postura.<br />

É retroalimentado pela informação reflexa sobre o grau de pressão, tipo de<br />

contatos oclusais, número de dentes em contato, dimensão vertical, através de<br />

terminações nervosas que partem dos proprioceptores periodontais e articulares.<br />

Depois de receber a informação, circuitos reflexos partem dos<br />

proprioceptores através do V par craniano, atingem sua porção sensitiva do<br />

mesencéfalo e o núcleo espinhal. O córtex está relacionado com atividades<br />

conscientes, tais como contato prematuro após restaurações, bruxismo diurno,<br />

desenvolvimento da oclusão quando ocorrem novos contatos oclusais à medida que<br />

irrompem mais dentes em novas posições funcionais.<br />

12


2.5 Músculos e suas Funções<br />

Para DOUGLAS (1988), SAVALLE (1988), MOLINA (1989), ASH,<br />

RAMFJORD, SCHIMIDSEDER (1998), o sistema neuromuscular trata-se de um<br />

conjunto de músculos esqueléticos onde sua função depende da ação motora do<br />

Sistema Nervoso Central (SNC). Segue uma síntese da função dos músculos<br />

mastigatórios:<br />

MÚSCULOS ELEVADORES:<br />

- TEMPORAL: além da elevação da mandíbula, faz a contração dos feixes<br />

anteriores, na abertura máxima e os feixes posteriores na retração da mandíbula,<br />

atua no deslocamento contralateral. Seus fascículos dorsais são contraídos na<br />

translação da oclusão e os ventrais na rotação. Este músculo determina o tônus<br />

muscular na posição postural da mandíbula.<br />

- MASSÉTER é um músculo elevador, contribui para a projeção anterior e<br />

lateralidade da mandíbula.<br />

- PTERIGÓIDEO MEDIAL: localizado paralelamente ao masséter, também<br />

elevador e age de conjunto com o masséter na protrusão e lateralidade da<br />

mandíbula com boca fechada.<br />

MÚSCULOS DEPRESSORES:<br />

- PTERIGÓIDEO-LATERAL: além da depressão, projeta a mandíbula para<br />

frente e nos movimentos de lateralidade, com contração unilateral (do lado ativo) e<br />

relaxamento contralateral (do lado passivo).<br />

- DIGÁSTRICO: faz parte dos músculos supra-hióideos. É depressor e<br />

produz a retropulsão da mandíbula. Na abertura da boca, o pterigóideo lateral inicia<br />

13


e o digástrico segue-o.<br />

- GENI-HIÓIDEO: também é supra-hióideo e depressor da mandíbula.<br />

Quando a boca está ocluída, o hióideo é puxado para cima, diminuindo o soalho da<br />

boca, o que facilita a deglutição. Também é retropulsor da mandíbula.<br />

- MILO-HIÓIDEO: quando o hióideo está fixo, deprime a mandíbula.<br />

MÚSCULOS AUXILIARES:<br />

Estes músculos relacionados não são considerados como músculos<br />

mastigatórios, mas participam ativamente das funções estomatognáticas:<br />

- BUCINADOR: a comissura labial puxa o alimento e os lábios e<br />

bochechas comprimem, fundamental na sucção e mastigação oferecendo uma maior<br />

resistência vestibular para o bolo alimentar.<br />

- ORBICULAR DOS LÁBIOS: é importante na sucção. Produz<br />

fechamento e projeção dos lábios para a frente.<br />

- ZIGOMÁTICO MAIOR e ZIGOMÁTICO MENOR: puxam a comissura<br />

labial e o lábio superior para cima e para fora.<br />

MOLINA (1989) divide os músculos do aparelho estomatognático em três<br />

grupos principais:<br />

1- os músculos longos e grossos como: esternocleidomastóideo, trapézio,<br />

escaleno e esplênio são localizados atrás da cabeça e ao longo do pescoço, servem<br />

para compensar e executar os movimentos da cabeça, principalmente a manutenção<br />

de sua posição vertical sobre a coluna vertebral superior e as ATMs.<br />

2- os músculos curtos como: pterigóideos laterais e mediais estão<br />

relacionados com os movimentos do côndilo.<br />

3- os músculos intermediários como: masséter e temporal são relacionados<br />

14


de forma primária com os movimentos da mandíbula e de forma secundária com os<br />

movimentos condilares.<br />

ASH, RAMFJORD e SCHMIDSEDER (1998) incluem ainda os músculos<br />

associados aos sintomas auditivos, como: músculo tensor do véu palatino, tensiona<br />

o palato mole e abre o conduto auditivo. O único músculo do palato mole inervado<br />

pelo nervo mandibular; o músculo tensor do tímpano recebe fibras nervosas motoras<br />

do nervo mandibular; o músculo elevador do véu palatino, eleva o palato mole,<br />

estreita o istmo do conduto e estreita a abertura faríngea. O músculo é inervado por<br />

um ramo faríngeo de nervo vago.<br />

Quando a faringe está em repouso, o orifício do conduto auditivo está<br />

normalmente fechado e durante a deglutição, o orifício se abre com a elevação do<br />

paIato.<br />

“A restrição dolorosa durante a abertura da mandíbula e o bocejo, e o<br />

fechamento da mandíbula durante a deglutição, podem prevenir a<br />

equalização da pressão intratimpânica causando a sensação de plenitude nos<br />

ouvidos, assim como de entupimento e dificuldade em ouvir" (ASH,<br />

RAMFJORD e SCHMIDSEDER 1998, p.11).<br />

2.6 Superfície e Pressões Oclusais<br />

A oclusão dentária é a justaposição das arcadas dentárias e as forças que se<br />

delimitam entre os dentes quando em contato.<br />

Douglas (1988), considera alguns requisitos para a oclusão ideal: que os<br />

15


contatos sejam concomitantes e fixos entre os dentes na posição intercuspideana;<br />

que haja trabalho pelo maior número de dentes; que a resultante das forças oclusais<br />

siga uma direção axial para as estruturas de suporte do dente; que exista um<br />

equilíbrio funcional com as ATMs, e o sistema neuromuscular da mandíbula.<br />

A maior força é exercida sobre os molares, e a menor sobre os incisivos, que<br />

varia de um indivíduo para outro.<br />

A força aplicada nos dentes de pessoas que comem alimentos mais moles é<br />

menor e o que comem alimentos duros, fibrosos, cozimento menor ou alto conteúdo<br />

de fibras, exerce força maior.<br />

2.7 Periodonto<br />

A parte ativa do periodonto na dinâmica estomatognática é o ligamento<br />

periodontal. Existem vários tipos de receptores como os mecano-receptores<br />

encapsulados que são excitados pelo deslocamento do dente dentro do alvéolo.<br />

Os mecano-receptores periodontais por via reflexa, são os que controlam a<br />

intensidade da contração muscular e a força mastigatória.<br />

A maior parte das forças oclusais são transmitidas ao osso alveolar mediante<br />

tensão desenvolvida pelas fibras do periodonto. DOUGLAS (1988) e MOLlNA (1989).<br />

16


2.8 O princípio da Disfunção Temporomandibular<br />

A musculatura mastigatória é a primeira estrutura afetada quando há<br />

disfunção na ATM.<br />

Segundo D'AGOSTINO (1988) e AI (1995), o sistema mastigatório é<br />

composto de ATM , grupo de músculos da cabeça , do pescoço e, incluindo os<br />

mastigatórios, o sistema nervoso , a dentição da maxila e mandíbula , formam a<br />

oclusão.<br />

Quando ocorrem alterações estruturais nas ATMs, os músculos mastigatórios<br />

podem ser excessivamente tensos devido ao estímulo anormal do sistema nervoso<br />

central ou ao estímulo periférico inadequado, levando movimentos limitados das<br />

ATMs, mobilidade e as dores de dente.<br />

Quando a oclusão muda devido à perda dentária ou atrição excessiva,<br />

deslocamento do côndilo e limitada mobilidade na ATM, os músculos são forçados a<br />

suportar cargas excessivas e a executar atividades desbalançadas.<br />

Quando a relação neurofisiológico necessária e mecânica independentes são<br />

rompidas, resultam dores de cabeça e facial, movimentos mandibulares limitados e<br />

sons na ATM.<br />

PLANAS (1988) descreve que o aparelho mastigatório só entra em<br />

funcionamento durante o ato da mastigação, que dura aproximadamente uma hora<br />

por dia. Nas demais horas do dia, a boca está em repouso funcional e mantém um<br />

espaço livre fisiológico que impede o contato das faces oclusais, dos dentes<br />

inferiores com os superiores. Só unem em cêntrica com intervalos regulares, para<br />

realizar deglutição de saliva.<br />

17


3. ETIOLOGIA DA <strong>DISFUNÇÃO</strong> <strong>TEMPOROMANDIBULAR</strong><br />

Para POSSELT (1952), SEATON (1979), D'AGOSTINO (1988), GIODANI e<br />

NÓBILO (1995), AI (1995), ARNETT, MILLAN e GOTTESMAN (1997), a desarmonia<br />

oclusal provoca tensões sobre as ATMs, causando desvios da linha média e/ou a<br />

perda da dimensão vertical, que pode ser anterior ou posterior e uni ou bilateral. AI<br />

(1995) complementa ainda restaurações com coroas ou próteses.<br />

Nas opiniões de RAMFJORD (1977) e SEATON (1979), uma interferência<br />

oclusal pode ser o desencadeante para a prática do bruxismo, principalmente<br />

quando for combinado com tensão nervosa.<br />

Tem sido considerados por vários autores SEATON (1979), D'AGOSTINO<br />

(1988), AI (1995), ARNETT, MILLAN, GOTTESMAN (1997), ASH, RANFJORD,<br />

SCHMIDSEDER (1998) como sendo fatores etiológicos na DTM, os<br />

microtraumatismos crônicos associados com apertamento dental e bruxismo,<br />

considerado como atividades parafuncionais, que podem ser agravados por estresse<br />

e ansiedade. No tratamento de alguns distúrbios mentais com o uso de lítio, levam a<br />

formas agressivas de bruxismo.<br />

McDONALD (1977) relata que o bruxismo, de modo geral é considerado um<br />

hábito oral das crianças, que é uma disfunção que consta em triturar ou ranger os<br />

dentes.<br />

O efeito deste hábito é notado mais normalmente à noite, e se for praticado<br />

por um período prolongado, poderá levar ao desgaste dos dentes decíduos e ou nos<br />

18


permanentes. Quando for prolongado até a idade adulta, podem acarretar problemas<br />

de doença periodontal e até mesmo de ATM.<br />

Descrito por ASH, RAMFJORD e SCHMIDSEDER (1998), além do<br />

traumatismo agudo na ATM, existem traumas por acidente de automóveis, esportes<br />

de contato, abertura prolongada da boca durante tratamento dentário, intubação<br />

durante anestesia geral e mordida acidental e dolorosa em objetos duros.<br />

Para SEATON (1979), os fatores hereditários também são importantes quanto<br />

a resistência da enfermidade e dos estados patológicos.<br />

Um fator fisiológico pode ser a uma enfermidade sistêmica, como uma<br />

cirurgia grande recente, ou uma infecção do ouvido médio.<br />

MONSON, WRIGHT e McGRANE (1985) citaram qua a diminuição da<br />

dimensão vertical, conseqüência do desgaste excessivo ou da perda dos dentes,<br />

poderia desviar os côndilos retro-superiormente, que por compressão poderiam<br />

atingir estruturas referentes aos ouvidos e produzir distúrbios, principalmente a perda<br />

da audição.<br />

Em pesquisa por ARLEN (1983), observou que a inervação do músculo tensor<br />

timpânico é um ramo do nervo que vai ao músculo pterigóideo medial, ambos sendo<br />

originários do mesmo blastema, na vida embrionária; padrões neurais devem ter sido<br />

estabelecidos dentro do tronco cerebral, onde os movimentos da mandíbula e dos<br />

ossos do ouvido são integrados. Cita ainda que a síndrome otomandibular é<br />

caracterizada pela dor dentro e ao redor dos ouvidos, plenitude, perda de audição,<br />

perda de equilíbrio e tinitus.<br />

Na pesquisa de GIODANI E NÓBILO (1995), os sinais encontrados são<br />

normalmente associados ao estado de contração muscular. Efeitos reflexos sobre o<br />

19


tensor do tímpano e tensor do véu do paladar por irritação do nervo trigêmio é que<br />

geram zumbido e surdez, nos casos de disfunção do sistema mastigatório.<br />

POSSELT (1952) e SEATON (1979) relatam que o fator psicológico ou trauma<br />

psicológico podem ser desencadeantes originalmente por estresse ou da instalação<br />

aguda de sintomas das ATMs por dificuldades matrimoniais, familiares e financeiras.<br />

A maioria dos pacientes com DTM são mulheres e de idade mediana (ao redor dos<br />

40 anos) e podem estar relacionado com transtornos hormonais.<br />

Segundo D’AGOSTlNO (1988) podem ser causadas por patologias das<br />

próprias ATMs: tumores, fraturas, anquiloses (diminuição ou impossibilidade<br />

absoluta de movimentos em uma articulação naturalmente móvel), luxações<br />

(deslocamento permanente das superfícies que compõem uma articulação e que,<br />

assim, perdem suas relações anatômicas normais).<br />

DIBBETS (1977) discute as relações existentes entre disfunção<br />

craniomandibular e o crescimento da cabeça, bem como sua posição, a lordose ou a<br />

cifose , a inclinação da cabeça no plano sagital e a morfologia da face. O tipo de<br />

respiração nasal ou pela boca traz conseqüências para a morfologia.<br />

20


4. SINTOMATOLOGIA DA <strong>DISFUNÇÃO</strong> <strong>TEMPOROMANDIBULAR</strong><br />

SEATON (1979) e outros autores SPERANDÉO (1987), PLANAS (1988),<br />

HOWAT, CAPP e BARRET (1992), AI (1995), BEVER e STEENKS (1996),<br />

descrevem sinais e sintomas da disfunção da ATM:<br />

1. RUÍDO - O ruído dos côndilos durante a abertura e fechamento da boca,<br />

pode estar ou não relacionada com dor e movimentos limitados de mandíbula.<br />

- Estalo: ocorre um choque durante o movimento de abertura e fechamento<br />

da boca de forma descoordenada entre o menisco e o côndilo. O músculo<br />

pterigóideo externo é o que evita o choque e age nos movimentos de protrusão e<br />

lateralidade, puxando o côndilo para baixo e para a frente.<br />

- Salto: é um movimento não uniforme de abertura e fechamento da boca e<br />

o côndilo parece dar pequenos saltos.<br />

- Crepitação: é um som “de areia” na ATM, já representa um processo<br />

degenerativo das partes da ATM.<br />

2. DOR - geralmente acompanhada por ruídos. A dor aumenta durante<br />

estresse emocional ou após ingestão de alimentos duros.<br />

- “Trigger” é uma concentração de dor nos músculos, que pode acometer o<br />

músculo temporal, pterigóideo externo, pterigóideo interno, nuca e fronte.<br />

3. VERTIGEM - se manifesta quando o paciente se encontra parado e há<br />

sensação de movimento de rotação ou queda. O desarranjo oclusal pode causar<br />

vertigens. Durante a mastigação, os côndilos comprimem anormalmente as paredes<br />

posteriores da cavidade glenóide, que com o esforço provocado é transferido ao<br />

21


ouvido médio e poderá traumatizar os ossículos do ouvido, trompa de Eustáquio e<br />

sistema neurovascular. Em conseqüência poderá surgir zumbido no ouvido,<br />

diminuição da audição, vertigens e náuseas.<br />

4. ESPASMO MUSCULAR - uma má oclusão acarreta hiperatividade nos<br />

músculos mastigadores, e os espasmos dos músculos elevadores da mandíbula<br />

causa o trismo, que é o fechamento involuntário da boca.<br />

O fator predisponente cria condições propícias para que ocorra<br />

desencadeante em forma de espasmo muscular. Como conseqüência a um estresse<br />

que contrai os músculos mastigadores e o bruxismo, durante o sono. Podendo ter<br />

dor próxima à ATM, generalizando por toda a cabeça, nuca, fronte, olhos, além de<br />

vertigens, náuseas e dificuldade para mastigar.<br />

Após o trauma agravante do tecido mole, ocorrem vários sintomas citados<br />

pelos autores ARNETT, MILLAN e GOTTESMAN (1998) como: imobilização das<br />

articulações, vasoconstrição, disfunção muscular, atrofia muscular, alterações<br />

osteoporóticas no osso e distrofia do reflexo simpático, que tem sido determinado<br />

como sucedendo na face e causando imobilização prolongada e dor na ATM.<br />

Para BOEVER e STEENKS (1996) os sintomas neuromusculares<br />

compreendem: ranger dos dentes, hábito de cerrar os dentes, vícios da postura de<br />

cabeça e pescoço, hábitos errados de deglutição com interposição da língua,<br />

deslocamento consciente da mandíbula para a frente, vícios posturais devido à<br />

profissão, posição durante o sono com apoio para a mandíbula e com pressão<br />

unilateral excessiva, hábitos nocivos (parafuncionais) como: uso do cachimbo, hábito<br />

de roer unhas, etc.<br />

Fatores psicológicos podem ser provocada direta ou indiretamente o aumento<br />

22


de tônus muscular, importante ser observada pois diminuem a capacidade de<br />

adaptação periférica diante dos estímulos oclusivos.<br />

apresenta:<br />

Para PLANAS (1988), a dor é relacionada a desequilíbrios de oclusão e<br />

- dor articular no lado do trabalho com predomínio mastigatório unilateral<br />

produzindo um aumento do côndilo deste trabalho, que comprime a cavidade<br />

traumatizando-a;<br />

- a dor os induz a comer pelo outro lado mas o desequilíbrio existente os<br />

impede ou dificulta.<br />

trabalho.<br />

- ângulo funcional mastigatório sempre é menor no lado da dor, do<br />

- a linha média interincisiva inferior e toda a mandíbula, apresenta um<br />

desvio moderadamente exagerado para o lado de trabalho que corresponde à ATM<br />

lesionada.<br />

O exame da face mostra maior volume muscular do lado de trabalho.<br />

KOOLE (1996) descreve que a calcificação do ligamento estilo hióideo ou a<br />

hipertrofia do processo estilo-hióideo podem acarretar um complexo sintomático que<br />

também é conhecido como síndrome de Eagle, freqüentemente manifestada através<br />

de dor de ouvido, de sensação de corpo estranho na garganta e ou dor.<br />

SEATON (1979), D'AGOSTINO (1988), AI (1995) citam os sintomas da<br />

disfunção que manifestam na cabeça, no rosto e no pescoço. São os seguintes:<br />

- dor frontal<br />

- dor temporal uni ou bilateral<br />

- dor no vértice<br />

23


- dor occiptal<br />

- dor preauricular<br />

- dor na base do crânio<br />

- dor nos selos maxilares e no arco zigomático<br />

- dor nos dentes, gengivas, língua e região palatina<br />

- dor no ângulo da mandíbula<br />

- dor neurálgico do maxilar superior, mandíbula e pescoço<br />

- dor nas bochechas<br />

- dor na musculatura para e pré vertebral-cervical<br />

- formigamento das mãos e pés<br />

- dor cervical irradiado perto dos ombros, costas, e peito<br />

- inchaço na mucosa oral e bordas laterais da língua<br />

- sudorese<br />

Sintomas do ouvido:<br />

- dor nos ouvidos e ao redor<br />

- sensação de tamponamento<br />

- vertigem<br />

- náusea<br />

- hipoacusia, incidência de queda auditiva nas freqüências agudas,<br />

- recorrendo à característica de trauma acústico<br />

- zumbido<br />

- delírios<br />

Sintomas do olho:<br />

- dor no olho e ao redor<br />

24


- sensação de ardor<br />

- dor supra e infraorbitário<br />

- nistagmo (movimento lento dos olhos para um lado e retorno rápido à linha<br />

média. No nistagmo, a fase lenta é produto de impulsos labirínticos, enviados aos<br />

núcleos dos músculos oculares no tronco central, e a fase de retorno rápido está<br />

regulada pelo sistema nervoso central).<br />

OKESON (1992) discrimina a dor e disfunção como os dois sintomas que<br />

podem ser observados. A dor muscular pode variar de um dolorimento leve até um<br />

desconforto extremo. É chamada mialgia quando a dor se origina nos tecidos<br />

musculares. Ela surge do aumento nos níveis de atividade muscular. Os sintomas<br />

são relacionados com fadiga muscular e espasmo.<br />

A disfunção é um sintoma associado com desordens nos músculos<br />

mastigatórios que é uma diminuição no grau de movimento mandibular. A<br />

maloclusão repentina ou súbita é uma das disfunções. Lembrando que esta<br />

maloclusão é o resultado e não a causa do mio espasmo.<br />

25


5. TRATAMENTO<br />

OKESON (1992) categoriza o tratamento entre 1 ou 2 tipos: tratamento<br />

definitivo ou terapia de suporte.<br />

- TRATAMENTO DEFINITIVO<br />

O tratamento definitivo se refere aos métodos que são direcionados no<br />

sentido de eliminar ou controlar os fatores etiológicos da desordem, ou seja, a<br />

maloclusão e estresse emocional, objetivando diminuir a hiperatividade muscular.<br />

Dentro do tratamento definitivo a terapia oclusal que visa alterar a posição<br />

mandibular e ou os padrões de contato oclusal dos dentes, divide em 2 tipos :<br />

podendo ser reversível (altera a condição oclusal temporariamente e é conseguida<br />

com uso de aparelhos oclusais). Aparelho de relação cêntrica ou relaxamento<br />

muscular é utilizado para posicionar a relação cêntrica dos côndilos. Este<br />

relacionamento é mantido enquanto o aparelho estiver em uso.<br />

Outra terapia oclusal é a irreversível, é aquela que altera permanentemente a<br />

condição oclusal e ou a posição mandibular, como os desgaste seletivo dos dentes,<br />

procedimentos restauradores que modificam a condição oclusal, tratamentos<br />

ortodônticos e cirurgias ortognáticas.<br />

A placa mio-relaxante em alguns casos pode não proporcionar alívio dos<br />

sintomas associados com hiperatividade muscular, demonstrando que o fator<br />

etiológico principal não está associada com a oclusão ou posição mandibular, mas<br />

26


sim, com o estresse emocional, e um tratamento para alterar esta situação deve ser<br />

indicado.<br />

Tipos de terapia para estresse emocional: - conscientização do paciente – o<br />

primeiro passo no tratamento é educá-lo em vistas ao relacionamento entre estresse<br />

emocional, hiperatividade muscular e seu problema (dor orofacial ou distúrbios<br />

funcionais do sistema mastigatório). Uma vez que os fatores estressantes são<br />

identificados, o paciente é encorajado sempre que possível a evitá-los (hábitos de<br />

apertamento e bruxismo, morder objetos e segurar a mandíbula numa posição<br />

incomum).<br />

A frequência e duração de permanência devem ser reduzidas, quando os<br />

fatores estressantes não podem ser completamente evitados.<br />

Terapia por relaxamento é dividida em 2 tipos: - terapia por relaxamento<br />

substitutivo – é uma substituição dos agentes estressantes ou uma interposição<br />

entre eles na tentativa de diminuir seus impactos no paciente (prática de esportes,<br />

“hobbies” ou atividades recreativas). - Terapia para relaxamento ativo – reduz a<br />

atividade muscular.<br />

Quando um paciente é treinado a relaxar os músculos sintomáticos<br />

voluntariamente, o fluxo sangüíneo destes tecidos melhoram e os resíduos<br />

metabólicos que estimulam os nociceptores (receptores da dor) são eliminados.<br />

Dentre as técnicas de relaxamento são citadas: relaxamento progressivo (o paciente<br />

é induzido a relaxar as partes do corpo, tencionando os músculos e relaxando), auto<br />

hipnotismo, meditação, ioga, biofeedback (através do monitoramento<br />

eletromiográfico do estado de atividade ou relaxamento dos músculos por eletrodos<br />

de superfície). O masséter e o frontal são os mais freqüentes, biofeedback negativo<br />

27


(os eletrodos são posicionados no masséter e conectados a um aparelho sonoro, de<br />

tal maneira que as atividades funcionais da fala e deglutição podem ocorrer sem<br />

disparar ou ter alguma resposta do aparelho. Se apertamento ou bruxismo<br />

ocorrerem o mecanismo de feedback é ativado e um som alto é ouvido).<br />

TERAPIA DE SUPORTE<br />

A terapia de suporte se refere aos métodos de tratamento que são<br />

direcionados no sentido de alterar nos sintomas do paciente e geralmente não é<br />

apropriada para um tratamento a longo prazo de desordem temporomadibular. São<br />

citados 2 tipos de terapia de suporte: aquela direcionada para o alívio da dor e outra<br />

para o alívio da disfunção.<br />

Terapia de suporte para dor são direcionadas no sentido de reduzir ou<br />

eliminar a dor. Podendo ser terapia farmacológica (analgésicos, tranquilizantes,<br />

anestésicos locais, antiinflamatórios e relaxantes musculares) e fisioterapia (térmica,<br />

resfriamento, elétrica, manipulação e relaxamento).<br />

A fisioterapia representa um grupo de ações de suporte que são utilizadas em<br />

conjunto com o tratamento definitivo.<br />

TERMOTERAPIA - utiliza o calor que aumenta a circulação na área aplicada,<br />

colocando-se uma toalha úmida aquecida, podendo ser mantida sobre o local da dor<br />

por 10 a 15 minutos, não excedendo 30 minutos.<br />

Ultra-som e diatermia são outros dois métodos de aplicar calor, atingindo<br />

camadas mais profundas.<br />

TERAPIA POR RESFRIAMENTO (Vapor Coolant) - o frio proporciona o<br />

relaxamento dos músculos que estão com espasmo, aliviando a dor associada. Pode<br />

ser aplicado gelo sobre a área sintomática mas não deve ser mantido no lugar por<br />

28


mais de 5 minutos, com várias repetições. Vapor spray também é utilizado (spray<br />

cloreto etílico e o fluormetano).<br />

TERAPIA POR ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA – geralmente dividida em:<br />

estimulação eletrogalvânica (EGS) e estimulação elétrica transcutânea (TENS)<br />

ambos os efeitos reduzem a dor nos tecidos musculares comprometidos. É um<br />

aparelho que gera impulsos elétricos rítmicos criando contrações involuntárias<br />

repetidas e relaxamento. Tanto a intensidade e freqüência destes estímulos podem<br />

ser variadas de acordo com o efeito desejado, que vão eliminando os espasmos e<br />

aumentando o fluxo sangüíneo nos músculos afetados.<br />

ACUPUNTURA - utiliza o sistema antinociceptivo do próprio corpo para<br />

reduzir a dor. A estimulação com agulha nos pontos de acupuntura causam uma<br />

descarga de endorfinas, bloqueando a transmissão de impulsos nocivos e reduzindo<br />

a sensação de dor.<br />

TERAPIA MANIPULATIVA - é dividida em 3 categorias: massagem,<br />

estiramento passivo do músculo e manipulação (tracionamento) da articulação.<br />

Massagem suave nos tecidos que recobrem a região dolorida pode<br />

normalmente reduzir a percepção da dor, praticados várias vezes ao dia.<br />

O alongamento passivo pode auxiliar no restabelecimento do comprimento<br />

normal e função do músculo, combinado com spray de resfriamento. Este<br />

alongamento não pode produzir dor, caso contrário, pode reforçar o espasmo.<br />

A manipulação passiva da articulação (tracionar) pode aumentar a mobilidade<br />

como também, inibir a atividade dos músculos que tracionam a articulação. Para<br />

manipular a ATM, coloca-se o polegar na boca do paciente sobre a superfície oclusal<br />

do 2º molar inferior no lado que vai ser tracionado, estabilizando a cabeça com outra<br />

29


mão. O polegar coloca força para baixo no molar e mantida por vários segundos e<br />

em seguida aliviada, repete-se várias vezes. Esta tração não requer movimento<br />

translatório da mandíbula, fornecendo desta forma um alívio de carga na articulação,<br />

na posição de boca fechada.<br />

Em casos da tração da articulação produzir dor, deve-se suspender a tração e<br />

suspeitar de uma desordem inflamatória.<br />

emocional.<br />

TERAPIA DE RELAXAMENTO – é discutida em conjunto com estresse<br />

Terapia de suporte para disfunção é utilizado em pacientes com DTM<br />

associada ao sistema mastigatório. A terapia de suporte pode ser iniciada para<br />

auxiliar a estabelecer uma função mandibular normal, em conjunto com o<br />

tratamento definitivo. Esta terapia é dividida em :<br />

USO RESTRITIVO - são instruções que o paciente recebe para funcionar<br />

dentro de limites de movimentos indolores. Modificando a dieta para comer alimentos<br />

macios, pegar pedaços pequenos e comer vagarosamente, eliminar qualquer hábito<br />

oral, controlar apertamento e o bruxismo diurno.<br />

Dar instruções para deixar a mandíbula solta quando não estiver falando,<br />

mastigando ou deglutindo.<br />

A fixação prolongada do arco dental (placa) na maioria das vezes é contra-<br />

indicada, podendo levar a uma contratura dos músculos elevadores.<br />

EXERCÍCIOS PASSIVOS - são aqueles que exigem pouca força ativa dos<br />

músculos. O treino consiste em olhar seus movimentos no espelho, evitando que o<br />

movimento disfuncional da mandíbula ocorra ao abrir a boca, segue um trajeto mais<br />

rotacional, com menos translação, poupando as interferências de disco.<br />

30


EXERCÍCIOS ATIVOS - são aqueles que exigem mais força dos músculos.<br />

Indicados quando a mialgia não é a queixa principal. Podem ser indicados :<br />

alongamento assistido, resistência e apertamento.<br />

- São indicados exercícios de alongamento assistido quando há<br />

necessidade de reaver o comprimento do músculo. Este deve ser feito com força<br />

intermitente suave e gradualmente aumentada. O paciente deve ser alertado para<br />

comunicar qualquer desconforto. Caso a dor aparecer, o total da força é diminuído.<br />

O alongamento auxilia a diminuir os espasmos musculares quando associado com<br />

spray de resfriamento ou termoterapia.<br />

- Os exercícios contra resistência utiliza o relaxamento reflexo ou inibição<br />

recíproca. Estes exercícios utilizam o conceito de relaxamento reflexo para propiciar<br />

um aumento na abertura mandibular. O paciente é orientado a abrir a boca contra a<br />

resistência do punho do queixo, com isto promoverá relaxamento nos músculos<br />

elevadores, favorecendo um aumento na abertura mandibular. Repete-se 10 vezes,<br />

6 vezes ao dia. Caso surgir dor, deve ser suspendido.<br />

- exercício de apertamento pode diminuir a atividade parafuncional noturna,<br />

é conseguida pedindo ao paciente apertar os dentes 5 segundos, em seguida<br />

relaxar, repetindo 10 vezes, 6 vezes ao dia. Se aparecer dor deve ser evitado.<br />

A pesquisa realizada por FELÍCIO (1994) cita a laserterapia como um dos<br />

tratamentos que consiste em melhorar a microcirculação, beneficiando a drenagem<br />

linfática, estimulação da liberação de substâncias como histamina, serotonina e<br />

bradicinina, bem como o metabolismo celular, que causa um efeito antiálgico,<br />

antiinflamatório, antiedematoso e normalizador circulatório. Esses efeitos são<br />

31


ministrados com laser de hélio-neon e laser infravermelho (diodo) através do mid-<br />

laser ou soft-laser.<br />

FELÍCIO (1994), destaca que a terapia miofuncional através da reeducação<br />

envolvendo a modificação de padrões anteriormente estabelecidos, implica na<br />

adequação das funções reflexo-vegetativas e da fonação. O equilíbrio muscular<br />

depende de como são realizados as funções, cuja normalidade implica na<br />

adequação de tônus, postura, mobilidade, motricidade e equilíbrio oclusal. Esses<br />

aspectos têm uma íntima relação funcional um com o outro.<br />

Em pesquisa com outros autores, FELÍCIO (1994) cita que a terapia<br />

fonoaudiológica associada à placa oclusal teve um efeito positivo para sanar o<br />

problema de dor-disfunção quando os pacientes apresentavam inadequação de<br />

deglutição, mastigação, respiração e fonação.<br />

Para McDONALD (1977), ASH , RAMHJORD e SCHMIDSEDER (1998) o uso<br />

de férula no bruxismo (em especial aos tipos agressivos) é controlar o desgaste<br />

excessivo de restaurações posteriores com resinas, fraturas dos dentes naturais e<br />

restaurações estéticas.<br />

A férula, pode também, distribuir a carga que se desenvolve durante o<br />

bruxismo bem como o nível e a direção dessas forças.<br />

Para esses autores, as tentativas de controlar o bruxismo deveriam ser<br />

baseadas na identificação de fatores oclusais que possam causar ou agravar o<br />

bruxismo.<br />

Já PLANAS (1988) não acredita na terapêutica com uso de férulas de<br />

descarga, pois vão contra todos os princípios das leis de desenvolvimento, da<br />

mínima dimensão vertical e da igualdade dos ângulos funcionais planas.<br />

32


McDONALD (1977) indica ainda o uso de drogas tranqüilizantes que têm sido<br />

benéfico para superar o bruxismo, desde que não revelam qualquer distúrbio<br />

psíquico grave, mas que sofrem certo grau de nervosismo e de irritabilidade, uma<br />

dose de 25 mg de hidroxizina-hidrocloreto (amplictil), ministrada uma hora antes de<br />

deitar, tem sido de grande valor no domínio ocasional do hábito.<br />

GIORDANI (1995) conclui que o tratamento com a placa de Michigan, que é<br />

capaz de promover o relaxamento da musculatura mastigatória, melhora na<br />

sensação do zumbido e quanto aos resultados audiométricos não apresentam<br />

alterações significativas, complementa que há necessidade de maior atenção no<br />

diagnóstico otorrinolaringológico quanto aos aspectos na disfunção da ATM e<br />

também uma maior cooperação interdisciplinar.<br />

AI (1995), ASH, RAMHJORD e SCHMIDSEDER (1998) recomenda também<br />

terapia psicológica ou modificação comportamental.<br />

SPERANDÉO (1987) recomenda aplicação de anestésico local (xilocaína)<br />

quando está no pico da crise da dor, associado a antiinflamatório. Após a melhora<br />

iniciar a reabilitação oclusal, como recomenda os demais autores PLANAS (1988),<br />

ARNETT e TAMBORELLO (1990), AI (1995), MILLAN e GOTTESMAN (1996).<br />

ARNETT e TAMBORELLO (1990) propuseram um protocolo de tratamento<br />

para pacientes que tenham sofrido reabsorção com oclusão instável resultante. Este<br />

protocolo consiste de preparação ortodôntica para a cirurgia e seguido por<br />

medicamentos antiinflamatórios e splints de estabilização, este último citado também<br />

pelos autores ARNETT, MILLAN e GOTTESMAN (1996).<br />

Para BOEVER e STEENKS (1996) o tratamento multifatorial se revela um<br />

valor no tratamento da dor e da disfunção na região craniocervical, muitos pacientes<br />

33


apresentam sintomatologia muito discreta ou de curta duração, de modo, às vezes, a<br />

dispensarem tratamento.<br />

5.1 Fatores que Influenciam o Resultado do Tratamento das<br />

Disfunções da Articulação Temporomandibular e Muscular<br />

Descrita por ASH, RANFJORD E SCHMDSEDER (1998):<br />

- Parafunção: bruxismo, travamento articular;<br />

- Hábitos de mordida: roer as unhas, morder lápis, canetas, gelos, os lábios,<br />

as bochechas, etc.;<br />

- Dieta: mastigação, alimentos duros;<br />

- Interferências oclusais;<br />

- Psicológicos: ansiedade depressão;<br />

- Passatempos: cantar, tocar instrumentos musicais (de sopro, violino) etc.<br />

- Ocupação: teclado, falar muito, cantar, levantamento de peso, esforço no<br />

pescoço/ombros;<br />

etc.<br />

- Esportes: protetores bucais incorretos, levantar pesos, isometrias, corridas<br />

34


6. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL<br />

D'AGOSTINO (1988) recomenda que pacientes com queixas de disfunção da<br />

ATM devem ser submetidos a exames complementares, como<br />

otorrinolaringológico, audiometria e otoneurológico, para estabelecer um diagnóstico<br />

diferencial de lesões coexistentes otológicas ou neurológicas.<br />

Segundo KOOLE (1996), outras doenças são capazes de provocar sintomas<br />

muito semelhantes aos das DTMs, principalmente dor.<br />

1- Alterações intracapsulares<br />

- Artrite: inespecífica e específica<br />

- Artropatias propriamente ditas: artrite-reumatóide, gota e psoríase<br />

- Traumatismos intracapsulares da: cabeça da mandíbula, fossa articular e<br />

35<br />

coleção serosa/hematoma<br />

- Distúrbios internos: luxação de disco (anterior , posterior, externa e interna)<br />

- Osteoartrite<br />

e ruptura de disco<br />

- Tumores intracapsulares metástases e afecções da membrana sinovial.<br />

2 - Alterações extracapsulares localizadas na região pré-auricular<br />

- Parótida: tumores e processos inflamatórios<br />

- Gânglios linfáticos periauriculares<br />

- Afecções do meato acústico externo


- Fratura extracapsular: fratura alta do colo do côndilo da mandíbula e<br />

fratura baixa do colo do côndilo da mandíbula<br />

3- Afecções dos dentes: pulpite, dente impactado, alterações periapicais<br />

(glanuloma e cisto) e afecções do periodonto<br />

4- Processos inflamatórios e tumores: abscesso, sinusite maxilar, glândula<br />

submandibular (sialoadenite e obstrução por<br />

sialólito); tumores (seio maxilar, cavidade<br />

bucal/orofaringe, tumor primário do tecido<br />

mesenquimal) e tumor dos ossos da face<br />

5- Síndromes dolorosas de origem neurológica: cefaléla Cluster, cefaléia de tensão e<br />

36<br />

nevralgia<br />

6- Outras causas: erros de refração, tumor da órbita e distúrbios psíquicos


7. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O tema desta pesquisa originou-se por desconhecer os sinais da dificuldade,<br />

sensação desprazerosa ao abrir a boca, estalido e desvio da ATM ao falar, cantar,<br />

comer e permanecer com a boca aberta por tempo mais prolongado (como quando<br />

vamos ao dentista).<br />

Para se conhecer as disfunções foi necessário estudar o funcionamento<br />

normal das ATMs e as estruturas que a compõem. Estão intimamente ligada nas<br />

funções de mastigação e fonação, o que me levou a repensar nas estruturas<br />

anatômicas como fatores de relevância no tratamento que nós fonoaudiólogos<br />

realizamos.<br />

Partindo desse pressuposto fui descobrindo infinidade de detalhes que ora se<br />

passavam de menor importância nas avaliações quanto aos movimentos<br />

mastigatórios e suas influências.<br />

A maior incidência da DTM advém da alteração oclusal. Também não<br />

podemos desconhecer que a hiperatividade muscular prolongada, seja o bruxismo,<br />

apertamento dos dentes, manifestações de dor no local e região das ATMs<br />

acarretam em desequilíbrios musculares.<br />

Um trabalho conjunto, principalmente com ortodontistas se torna primordial no<br />

tratamento da DTM. Nesses casos não se pode ignorar a conduta frente aos<br />

encaminhamentos.<br />

Ter conhecimento é a ferramenta principal para desenvolver um bom trabalho.<br />

Nessa pesquisa não visei aprofundar as áreas de especialidade, mas citar<br />

37


quais profissionais estariam ligados no tratamento das DTMs, explorando os<br />

sintomas e seus efeitos. Desta forma pode ser evitado que o paciente perca tempo e<br />

dinheiro nos profissionais que desconhecem trabalhos de outras áreas afins.<br />

Nessa busca de entender o que é DTM, mudei minha postura referente ao<br />

que o paciente questionava e relatava espontaneamente durante às sessões de<br />

atendimento.<br />

Inflamações articulares, deslocamentos do côndilo, distensões da cápsula<br />

articular ou compressões das estruturas das ATMs, podem provocar dores<br />

localizadas ou em outras regiões, como o ouvido, a mandíbula ... ; e quando há<br />

alterações nas ATMs, afetam diretamente a mastigação, diminuindo sua força e, na<br />

articulação das palavras, distorcendo sua expressão oral.<br />

Nas experiências relatadas, o paciente conta o que sente no corpo ou parte<br />

dele, o que nos é de grande valia.<br />

Somente especificando características é que podemos mostrar caminhos para<br />

resoluções dos problemas.<br />

A característica mais destacada da dor é o estado de sofrimento. Este<br />

ocasiona um estado de infelicidade afetivo-condutual.<br />

O paciente com dor confere mudanças gerais, não pode dormir à noite ou<br />

acorda com facilidade e, durante o dia ele não rende socialmente e nem nos<br />

trabalhos normais, porque se preocupa com sua dor, canalizando suas energias<br />

para esta sensação de desconforto.<br />

Para a fonoaudiologia é de suma importância ser conhecedora de todas<br />

essas disfunções, para prevenção ou tratamento e, assim, oferecer uma melhor<br />

qualidade de vida aos seus pacientes.<br />

38


8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ABSTRACTS DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR.<br />

Maringá, ed. v. 2, n. 3. p.132, mai/jun, 1997. Suplemento. p. 132-6.<br />

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1 ed. São Paulo, Santos Livraria Editora, 1995. p. 4-6.<br />

ASH, M. M.; RAMFJORD, S.P. E SCHMIDSEDER, J. : Oclusão, São Paulo, Livraria<br />

Santos Editora, 1998.195p.<br />

DOUGLAS, Carlos Roberto, Fisiologia aplicada à prática odontológica. São<br />

Paulo, Pancast editorial, v. 1,1988. p. 243-51.<br />

FELÍCIO, Cláudia M. Fonoaudiologia nas desordens temporomandibulares: uma<br />

ação educativa – terapêutica. São Paulo, Pancast Editora, 1994. p. 26-38.<br />

HOWAT, A. P; CAPP N. J.; BARRETT, N. V. J. Atlas colorido de oclusão e<br />

maloclusão. São Paulo, Livraria e Editora Artes Médicas, 1992. p. 9-79.<br />

MAcDONALD, R E. Odontopediatria, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2. ed.,<br />

1977. p. 357-8.<br />

MÉLEGA, J. M. ZANINI, 5. A e PSILLAKIS, J. M. Cirurgia plástica reparadora e<br />

estética. Princípios da Fonoaudiologia nas deformidades craniofaciais. São<br />

Paulo, Medsi-1988. cap 36, p.316.<br />

39


MOLINA, Osmar Franklin. Fisiopatologia craniomandibular. São Paulo, 2 ed.<br />

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