Arquivo em PDF - Dom Bosco
Arquivo em PDF - Dom Bosco
Arquivo em PDF - Dom Bosco
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
das vagas foram preenchidas por meio de contatos" – afirma Gérson Correia,<br />
sócio-diretor da DBM do Brasil (ABRAHÃO, 2000).<br />
Assim sendo, dentre essas indicações, nos casos <strong>em</strong> que a indicação<br />
de um não-parente prevaleceu sobre a competência de outro, teríamos como<br />
negar a presença do “nepotismo psíquico”? Justifica-se essa hipótese porque<br />
aspectos psicológicos e <strong>em</strong>ocionais estão envolvidos na capacidade de as<br />
pessoas estabelecer<strong>em</strong> relações. A denominada “rede de contatos” pelos<br />
profissionais da administração pode ser fonte de avaliação de questionamento<br />
sobre o modo como essas relações são construídas, se por consangüinidade,<br />
afetividade ou competência.<br />
2 NEPOTISMO: CONCEPÇÕES E PESQUISA QUALITATIVA<br />
Iniciou-se o presente estudo partindo da crítica sobre como a teoria<br />
genética explica o nepotismo e <strong>em</strong> que pontos ela não cont<strong>em</strong>plaria a<br />
realidade. Segundo essa teoria, quanto mais próximo o grau de parentesco<br />
maior a carga genética herdada.<br />
Um experimento publicado (BBC, 2005) com inúmeras famílias consistia<br />
<strong>em</strong> prender a respiração dentro de um recipiente com água e avaliar por<br />
quanto t<strong>em</strong>po determinado parente conseguiria se manter imerso <strong>em</strong> relação a<br />
outro familiar. Após cronometrar a imersão, obteve-se como o resultado final<br />
que, quanto maior a carga genética ou o grau de parentesco, mais t<strong>em</strong>po<br />
suportava ficar com a respiração bloqueada. Mais adiante se analisará como<br />
essa regra de ouro, como é chamada, não se verifica apenas <strong>em</strong> relação ao<br />
consangüíneo ou biológico, como ocorre no conhecido nepotismo.<br />
Por outro lado, outras ciências mostram o ser humano não totalmente<br />
alienado dos aspectos biológicos.<br />
Ex<strong>em</strong>plificando, Lacan (1938) diz: “...Os aspectos simbólicos prevalec<strong>em</strong><br />
sobre os aspectos biológicos, sendo intermediados pela linguag<strong>em</strong> e pela<br />
cultura”. Enquanto alguns sujeitos matam <strong>em</strong> legítima defesa, o que seria para<br />
a biologia o instinto de preservar a própria vida, outros se suicidam por algum<br />
ideal. Neste último caso pode-se pensar na influência da cultura e do psiquismo<br />
humano.