Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
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Plantas, insetos, flores e frutos fora de seu habitat podem<br />
se transformar num grande problema e trazer impactos<br />
econômicos e ambientais.<br />
Marlene Simarelli<br />
Quando se trata de biodiversidade, há o orgulho<br />
nacional latente por causa da riqueza brasileira<br />
na diversidade de espécies. Porém, desde os<br />
primórdios, espécies exóticas entram no País com<br />
conseqüências ao ambiente e reflexos econômicos<br />
na cadeia atingida. São os bioinvasores, que podem<br />
chegar na mala de um viajante, saudoso da terra<br />
natal ou encantado pela novidade; nas embalagens<br />
de importação e exportação ou até mesmo ser<br />
inserida propositalmente visando a um prejuízo econômico<br />
premeditado. As pragas e doenças vindas<br />
do Exterior causam danos nos mais variados setores<br />
como o bicudo, no algodão; o geminivirus, no<br />
tomate; o retorno da febre aftosa no gado, após<br />
erradicação, só para citar alguns. Na fruticultura, são<br />
conhecidos a Sigatoka Negra, nos bananais; o<br />
greening, nos laranjais e a mosca do Mediterrâneo<br />
Ceratitis capitata, que atinge várias fruteiras, cujo<br />
registro de invasão data de 1901, entre outros.<br />
A pesquisadora, Maria Regina Vilarinho, da<br />
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, explica<br />
que “a entrada de pragas em áreas do sistema<br />
produtivo traz conseqüências dramáticas e muitas<br />
vezes irreversíveis para a agricultura, além de gastos<br />
da ordem de milhões de reais para controle e<br />
erradicação desses organismos, perdas na<br />
biodiversidade, nos recursos biológicos e genéticos,<br />
impacto na indústria alimentícia pela falta dos produtos<br />
primários e ainda desemprego na área rural.<br />
Nos últimos anos, mais de 11 mil espécies invasoras<br />
entraram no Brasil, de acordo com levantamentos<br />
de pesquisadores internacionais”. Olinda Maria<br />
Martins, pesquisadora da mesma unidade Embrapa,<br />
acrescenta que “a contenção de uma praga introduzida<br />
num país de extensão continental, como o Brasil, é<br />
muito difícil. As diferentes condições climáticas favorecem<br />
a adaptação de pragas exóticas, importantes para<br />
a fruticultura tropical e de clima temperado”.<br />
NO COTIDIANO DO CAMPO<br />
Para manter a competitividade, os produtores<br />
precisam estar atentos, pois o bioinvasor não tem<br />
predadores - elemento responsável pelo equilíbrio<br />
na natureza -, e, por isso, prolifera rapidamente. É<br />
o caso do caramujo gigante africano, símbolo de um<br />
problema que atinge vários Estados e se dispersa<br />
rapidamente mundo afora. Voraz, ele se alimenta<br />
de, pelo menos, 500 tipos de plantas, como frutapão,<br />
mandioca, cacau, mamão, amendoim, seringueira,<br />
feijão, ervilha, pepino, melão, abóbora, repolho,<br />
alface, batata, cebola, girassol, eucalipto,<br />
citros, plantas ornamentais, etc.<br />
MEIO AMBIENTE<br />
O fruticultor deve manter-se informado<br />
sobre os perigos da introdução de<br />
pragas exóticas.<br />
Os fruticultores podem atuar para minimizar a<br />
bioinvasão. A pesquisadora Olinda sugere algumas medidas.<br />
“A adoção de sistemas de alerta, quando existente,<br />
é uma medida que auxilia na prognose de doenças<br />
e permite planejar o seu controle. A introdução de<br />
mudas deve ser rigorosamente inspecionada, pois por<br />
meio destas ocorre a introdução de pragas. A aquisição<br />
de mudas sadias é fundamental para garantir a exclusão<br />
de pragas do pomar. O fruticultor deve manter-<br />
MOSCAMED BRASIL<br />
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