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Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf

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AGROECOLOGIA<br />

20<br />

CERTIFICAÇÃO<br />

Daniel Velloso, Agroecologia.<br />

ressalta. “Na prática, isso significa que o produtor<br />

precisa se organizar para conquistar a certificação e<br />

para mantê-la (ou seja aprimorá-la) nos anos seguintes.<br />

Além disso, também precisa atender às<br />

demais exigências dos mercados em questão.”<br />

Para Bacchi, outro aspecto interessante da<br />

certificação de propriedades agrícolas é o fato de<br />

que os produtores foram apresentados a esse tipo<br />

de serviço muito recentemente e, por esse motivo,<br />

ainda não há uma cultura de certificação bem consolidada<br />

no meio rural. “Conceitos fundamentais<br />

para uma certificação de alto nível, como por exemplo,<br />

conflito de interesses, independência, imparcialidade,<br />

transparência são, em muitos casos, completamente<br />

desconhecidos por parte dos produtores”,<br />

enfatiza. Ele acrescenta que pouco se sabe,<br />

também, sobre o rigor dos processos de acreditação<br />

aos quais são submetidas as certificadoras. “Nos<br />

processos de acreditação, as certificadoras são fiscalizadas<br />

constantemente, demandando, de forma<br />

permanente, a capacitação técnica dos seus funcionários,<br />

organização e muitas outras exigências que<br />

são pouco conhecidas pelos produtores rurais e<br />

pelos consumidores das suas frutas certificadas.”<br />

Soma-se a isso o fato de que cada país possui uma<br />

legislação própria, com variações conforme as diferentes<br />

espécies de frutas. “A própria União Européia,<br />

que tem realizado um grande esforço para<br />

harmonizar a legislação entre os países-membros,<br />

ainda possui diferenças na legislação de produtos<br />

fitossanitários referentes a produtos agroquímicos<br />

banidos e/ou limites máximos de resíduos”, analisa.<br />

Embora acredite que vale a pena investir na<br />

certificação, Bacchi destaca a importância de um<br />

bom plano de negócio, no qual todas as variáveis são<br />

estimadas e projetadas. “Os projetos de fruticultura certificados<br />

com a maior longevidade que conheço estão<br />

bem apoiados num bom planejamento”, salienta.<br />

Ele lembra que alguns aspectos relacionados<br />

à certificação tornam-se cada vez mais<br />

evidentes. “O enriquecimento da experiência<br />

dos produtores em conhecimento, organização,<br />

capacitação e outros quesitos exigidos<br />

pelos diferentes programas de certificação<br />

são bastante significativos”, afirma. “Talvez a<br />

avaliação econômica de curto prazo da relação<br />

entre os investimentos e os benefícios<br />

de um processo de certificação não<br />

consigam captar os ganhos em termos<br />

de produtividade, de eficiência administrativa,<br />

de redução de passivos<br />

ambientais, de saúde do consumidor<br />

e de tantos outros aspectos requeri-<br />

dos pelos diferentes programas de certificação e que<br />

se mantêm no longo prazo.”<br />

SEGURIDADE E<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

O presidente do Instituto Agroecologia, Daniel<br />

Velloso, afirma que as principais premissas dos importadores<br />

de frutas são a comprovação da<br />

seguridade alimentar e a adoção das boas práticas<br />

agrícolas. Além de protocolos internacionais como<br />

EurepGap, US GAP e Tesco Natures Choice, ele<br />

afirma que outros países exportadores estão definindo<br />

legislações próprias. Caso do Chile, que criou<br />

o Chilegap, com benchmarking - técnica que consiste<br />

em acompanhar processos de organizações que<br />

sejam reconhecidas como representantes das melhores<br />

práticas administrativas. “Outros países exportadores<br />

estão buscando o benchmarking, ou seja,<br />

a equivalência e o reconhecimento com o<br />

EurepGap, a exemplo do México, China GAP, Kenia,<br />

Japão (J-GAP) e outros”, explica.<br />

Como representante do oficial da EurepGap no<br />

Brasil, Velloso destaca como as principais exigências<br />

desse selo requisitos da rastreabilidade, de<br />

sustentabilidade ambiental, seguridade alimentar e<br />

viabilidade econômica, mediante a aplicação das<br />

boas práticas agrícolas. Nessas práticas, está proibida<br />

a utilização de tecnologias agressivas ao ambiente<br />

e à saúde humana, segurança e bem-estar dos<br />

trabalhadores. “Isso implica em uso racional e exclusivo<br />

de produtos oficialmente registrados para<br />

Principais Pontos para<br />

Obter Certificação<br />

Fazer controle de agroquímicos;<br />

Cuidar da higiene na colheita e pós-colheita;<br />

Oferecer condições de trabalho adequadas<br />

à legislação trabalhista;<br />

Proteger o Meio Ambiente;<br />

Uma vez conquistada a certificação é<br />

necessário fazer uma melhoria contínua<br />

da propriedade para mantê-la;<br />

O tempo e o preço da certificação variam<br />

de acordo com o estágio em que se encontra<br />

a propriedade e tempo que o produtor leva<br />

para corrigir os pontos não conformes.

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