Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
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E2 Não E3 Não E4 Não E5 Não E6 Não E7 Não E8 Não E9 Não Transformou a si mesma para poder ser útil à família e à Organização (igreja budista). Conseguiu isto por meio da filosofia de sua religião. Sente-se feliz e confortável com a autonomia de agora poder fazer tudo como quer. Trabalha só em casa. Só as tarefas domésticas. Sente-se feliz por meio da filosofia do budismo. Preocupação com o futuro do neto. O pior é a doença. Não ter os filhos em casa gera sentimento de solidão. Sente-se bem. Tem coisas que gostaria de fazer mas a idade impede, como viajar. Não quer ir sozinha. Atribui limitações às dores no corpo. Acha todas as idades boas. Hoje em dia também. Faria tudo diferente. Tem mais experiência. Sente-se privilegiada porque as pessoas que passaram pela sua vida mostraram caminhos. Reclama das condições políticas e econômicas do do país que determinam o sentimento de insegurança. Não tinha vida. Só sofrimento. Também sentia-se bem. Mas havia muita miséria. A situação financeira era ruim. Trabalhava no hospital e estudava. Sentia-se cansada e infeliz. Não se dava bem com a mãe. Vivia mais tranqüila. A economia era mais estável. Trabalhava, ganhava os filhos. Era sofrida. Era mais corrido. Muito trabalho e pouca ajuda. Tinha as tarefas da casa, os filhos e a sogra para atender, sem auxílio. Largou o trabalho para ser dona de casa em cidade do interior do Estado. Sofreu com a família e com o marido. Considera que era muito jovem, deixou-se enganar. Já era independente desde os 13 anos. Perdeu a mãe cedo e assumiu a responsabilidade sobre a casa além dos estudos.” Foi lutar, ter coragem, enfrentar, saber o que queria”. Mudaria mais a si própria para que as pessoas confiassem nela. A situação de miséria. Nasceria num lugar melhor onde pudesse estudar. Nada, isto que vivi foi Deus quem determinou. Não adianta querer mudar. Não faria nada diferente. Não tinha com quem deixar os filhos. Teria dado continuidade à vida profissional. Não teria casado. Não teria muito para mudar. Queria viajar. QUADRO 15 – COMPARAÇÃO ENTRE A VIDA DO PRESENTE E A VIDA DO PASSADO E O QUE MODIFICARIAM NA VIDA O passado aparece como uma época em que, com poucos recursos materiais e de solidariedade, elas tiveram que enfrentar situações desafiadoras e condições adversas de sobrevivência. Nesta época passaram por percalços como a dificuldade de engravidar, falta de auxílio nas tarefas do dia a dia, relacionamentos conflituosos com os pais, miséria e sentimentos de “não ter vida,” perda de entes queridos e o abandono da carreira profissional. 90
Três entrevistadas avaliaram que “no passado sentiam-se mais satisfeitas”. Elas atrelam ao presente a vivência de “solidão”, “preocupações” e “limitações físicas causadas por dores e doenças”. Por outro lado, entre as outras nove mulheres predominou o sentimento de “satisfação em relação ao presente”. Estas participantes disseram que se sentem “mais realizadas com a vida que levam hoje em dia”. A tendência de suas respostas leva a pensar que no passado, frente à necessidade de enfrentar situações desafiadoras, contavam com menos recursos materiais e apoio pessoal do que no presente. A pauperização das condições da realização da rotina cotidiana esteve associada ao trabalho físico excessivo e aos poucos recursos materiais. Entretanto as mulheres centraram as modificações relativas à vida passada em eventos que dizem respeito à qualidade das relações humanas como as condições de apoio e solidariedade humana. Significados do Presente e do Passado: Notas Atribuídas Foi solicitado que as mulheres atribuíssem uma nota para a vida de agora e para vida do passado. Para melhor visualização, estas notas estão no quadro 16. Nesta questão, a entrevistada E1 não quis dar notas para sua vida e, devido a problemas técnicos de gravação, a resposta da entrevistada E5 deixou de ser registrada. A participante E6, por sua vez, usou palavras para qualificar os tempos de sua vida. A vida presente recebeu destas mulheres notas entre oito e dez, com exceção das duas que não têm sua opinião classificada. Quanto ao passado, as notas se distribuem numa extensão maior de graus, sendo que o zero predomina com quatro indicações. Entre quatro e meio e sete estão as notas de mais quatro mulheres. As outras duas indicaram nove e dez referindo-se a um passado com a companhia do marido de quem sentem falta. As notas atribuídas a épocas distintas da existência destas mulheres parecem indicar que o presente está sendo percebido como um tempo de vida mais agradável se comparado ao passado, para a maioria das entrevistadas. 91
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Trabalha só em casa. Só<br />
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Preocupação com o<br />
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O pior é a doença. Não<br />
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Sente-se bem. Tem<br />
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Faria tudo diferente. Tem<br />
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Sente-se privilegiada<br />
porque as pessoas que<br />
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Reclama das condições<br />
políticas e econômicas do<br />
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Não tinha vida. Só<br />
sofrimento.<br />
Também sentia-se bem.<br />
Mas havia muita miséria. A<br />
situação financeira era<br />
ruim.<br />
Trabalhava no hospital e<br />
estudava. Sentia-se<br />
cansada e infeliz. Não se<br />
dava bem com a mãe.<br />
Vivia mais tranqüila. A<br />
economia era mais estável.<br />
Trabalhava, ganhava os<br />
filhos. Era sofrida.<br />
Era mais corrido. Muito<br />
trabalho e pouca ajuda.<br />
Tinha as tarefas da casa,<br />
os filhos e a sogra para<br />
aten<strong>de</strong>r, sem auxílio.<br />
Largou o trabalho para ser<br />
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Foi lutar, ter coragem,<br />
enfrentar, saber o que<br />
queria”.<br />
Mudaria mais a si própria<br />
para que as pessoas<br />
confiassem nela.<br />
A situação <strong>de</strong> miséria.<br />
Nasceria num lugar melhor<br />
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Nada, isto que vivi foi Deus<br />
quem <strong>de</strong>terminou.<br />
Não adianta querer mudar.<br />
Não faria nada diferente. Não<br />
tinha com quem <strong>de</strong>ixar os<br />
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continuida<strong>de</strong> à vida<br />
profissional.<br />
Não teria casado.<br />
Não teria muito para mudar.<br />
Queria viajar.<br />
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MODIFICARIAM NA VIDA<br />
O passado aparece como uma época em que, com poucos recursos materiais<br />
e <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>, elas tiveram que enfrentar situações <strong>de</strong>safiadoras e condições<br />
adversas <strong>de</strong> sobrevivência. Nesta época passaram por percalços como a dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> engravidar, falta <strong>de</strong> auxílio nas tarefas do dia a dia, relacionamentos conflituosos<br />
com os pais, miséria e sentimentos <strong>de</strong> “não ter vida,” perda <strong>de</strong> entes queri<strong>dos</strong> e o<br />
abandono da carreira profissional.<br />
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