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Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...

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quando as pessoas permanecem ativas mesmo que em ativida<strong>de</strong>s compensatórias<br />

(DEBERT,1999; PACHECO, 1999) 2 .<br />

Debert (1999) continua explicando outras duas visões que apóiam as<br />

concepções mais atuais sobre o envelhecimento humano. Uma <strong>de</strong>las aponta a<br />

situação <strong>de</strong> pauperização e abandono do velho, dotando à família a<br />

responsabilida<strong>de</strong> sobre a situação. Esta perspectiva reforçaria os estereótipos da<br />

velhice associada à doença e <strong>de</strong>pendência. A segunda visão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a velhice ativa<br />

que recria espaços e papéis, porém ten<strong>de</strong> para a negação do processo existencial<br />

acarretado pelo acúmulo da ida<strong>de</strong> e coloca as pessoas i<strong>dos</strong>as na berlinda<br />

mercadológica.<br />

Conceitos, teorias e imagens a respeito do velho e da velhice têm se<br />

<strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> várias vertentes e nas diversas áreas do saber. Nota-se que,<br />

conforme interesses e i<strong>de</strong>ologias, a população i<strong>dos</strong>a passa rapidamente <strong>de</strong><br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica, a problema social; <strong>de</strong> massa empobrecida, a nicho <strong>de</strong><br />

mercado; <strong>de</strong> inativos e isola<strong>dos</strong>, a instituidores <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> viver.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, ou apesar <strong>de</strong>sse conjunto <strong>de</strong> representações, as pessoas <strong>de</strong><br />

mais ida<strong>de</strong>, assim como em outras fases <strong>de</strong> sua existência, continuam interagindo<br />

com o meio no qual estabelecem relações e enfrentam os conflitos e tensões que<br />

advém da realida<strong>de</strong> concreta da vida cotidiana. São pessoas que participam da<br />

dinâmica cultural e do contexto histórico e social no qual se acham inseridas<br />

promovendo modificações na medida em que também se modificam. São, portanto<br />

pessoas que constroem cultura e que po<strong>de</strong>m falar sobre ela, dando opiniões e<br />

revelando concepções.<br />

Levando-se em conta os aspectos até agora apresenta<strong>dos</strong>, procurou-se<br />

analisar as condições da realida<strong>de</strong> vivida por doze mulheres com mais <strong>de</strong> setenta<br />

anos, moradoras da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba. O objetivo foi contribuir com a construção <strong>de</strong><br />

um conhecimento que enfatiza os aspectos psicossociais que implicam na<br />

compreensão da prática concreta vivida pelas pessoas na rotina diária e <strong>de</strong> como<br />

elas se constituem como sujeitos na relação com este meio (FREITAS, 1996).<br />

2 Os autores cita<strong>dos</strong> apóiam-se nas idéias <strong>de</strong> CAVAN, R.; CUMMING, E. e HENRY, W. quando se<br />

referem às teorias do <strong>de</strong>sengajamento, não abordando as noções <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> indicadas por<br />

Leontiev.<br />

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