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Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...

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apoio às capacida<strong>de</strong>s e na resolução das necessida<strong>de</strong>s por eles sentidas. Mesmo<br />

porque a percepção da velhice já começa a se distanciar da visão homogênea que<br />

consi<strong>de</strong>ra a pessoa velha como enfraquecida pelo acúmulo <strong>de</strong> perdas físicas,<br />

psicológicas e sociais, comum à cultura oci<strong>de</strong>ntal. A velhice vem se concretizando<br />

<strong>de</strong> maneiras diversas e que diferem <strong>de</strong> conceitos como isolamento, doença e<br />

<strong>de</strong>pendência (OLIVEIRA, 2001; SILVA, 2006; COELHO FILHO e RAMOS, 2005).<br />

Observa-se que as relações humanas que se concretizam no seio das<br />

estruturas sociais, sejam elas a família, os grupos <strong>de</strong> convivência, a vizinhança, são<br />

<strong>de</strong>terminantes para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> processos psíquicos, das formas com<br />

que o ser humano se constitui como pessoa e da estruturação <strong>de</strong> suas formas <strong>de</strong><br />

agir no mundo. A sobrevivência psicossocial das pessoas passa a ser <strong>de</strong>terminada<br />

pelos fatores concretos advin<strong>dos</strong> das experiências e trocas sociais que se realizam<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses esquemas <strong>de</strong> relações sociais (MARTÍN-BARÓ, 1983).<br />

Os i<strong>dos</strong>os, na socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal, vivem, atualmente, em um meio marcado<br />

pela filosofia do <strong>de</strong>scartável e do efêmero. Em contraste com esta cultura, as<br />

pessoas <strong>de</strong> mais ida<strong>de</strong> trazem consigo uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> cunho<br />

histórico, social e cultural que vêm sendo acumuladas por toda uma vida. Vivem<br />

ancora<strong>dos</strong> neste patrimônio existencial por meio do qual fazem, conforme Maffesoli<br />

(2007), “a singular metamorfose da vida em seu <strong>de</strong>senrolar, promovendo o retorno<br />

ou a reatualização do que sempre foi” (p.12). Neste sentido, é possível que, ao<br />

interagirem numa socieda<strong>de</strong> que se estrutura sobre a valorização do novo e do<br />

consumismo, sejam impelidas a criar novas formas <strong>de</strong> convivência e <strong>de</strong><br />

sobrevivência.<br />

Portanto, torna-se oportuno conhecer as formas como as pessoas i<strong>dos</strong>as<br />

vivem e quais alternativas utilizam para resolver os impasses que se apresentam no<br />

seu dia a dia. É necessário saber como qualificam as relações sociais que<br />

estabelecem no cotidiano, o que visualizam para seu futuro, como utilizam seu<br />

tempo e que concepções possuem sobre a velhice. Estas informações po<strong>de</strong>m<br />

ampliar o espaço <strong>de</strong> ações educativas, políticas e sociais no sentido <strong>de</strong> modificar a<br />

situação <strong>de</strong> ignorância e <strong>de</strong>scaso perante o envelhecimento humano.<br />

Os brasileiros participam da constituição <strong>de</strong> uma velhice cujo protagonismo<br />

se expressa ora pelas ações <strong>de</strong> instituições públicas, ora por interesses econômicos<br />

ou <strong>de</strong> instituições privadas. As iniciativas que menos aparecem, e as vozes que<br />

menos soam neste cenário, são as do próprio i<strong>dos</strong>o.<br />

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