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Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...

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outros facilitadores do cotidiano parecem beneficiar a mulher i<strong>dos</strong>a. A proporção <strong>de</strong><br />

i<strong>dos</strong>os resi<strong>de</strong>ntes nas áreas rurais caiu <strong>de</strong> 23% em 1991, para 18,6% em 2000<br />

(IBGE, 2000).<br />

Como resultado da urbanização e diminuição das taxas <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong>, as<br />

famílias se reduziram às relações nucleares. Ao habitar nas cida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s, e na<br />

tentativa <strong>de</strong> otimizar as distâncias entre os locais <strong>de</strong> trabalho e da moradia, muitos<br />

filhos passaram a residir longe <strong>dos</strong> pais. O mercado <strong>de</strong> trabalho exige o<br />

cumprimento <strong>de</strong> jornadas que ocupam o dia todo, restando aos familiares o convívio<br />

<strong>de</strong> fim <strong>de</strong> semana. As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio e solidarieda<strong>de</strong> têm se esvaziado <strong>de</strong>vido a<br />

uma redução paulatina do contato entre vizinhos e conheci<strong>dos</strong>.<br />

Outros temas repercutem quando são consi<strong>de</strong>radas as diferenças <strong>de</strong> nível<br />

sócio-econômico que caracterizam a socieda<strong>de</strong> brasileira. O contraste entre a<br />

pobreza e a riqueza acarretam processos <strong>de</strong> envelhecimento diferencia<strong>dos</strong> quanto<br />

às possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso a recursos que propiciam o bem-estar objetivo e<br />

subjetivo. Atendimentos básicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, saneamento, educação, apoio e<br />

promoção humana ainda são privilégios <strong>de</strong> camadas mais abastadas da população<br />

(VERAS e KALACHE, 1987).<br />

Segundo Coelho Filho e Ramos (2005), nas áreas pobres os i<strong>dos</strong>os ainda<br />

vivem em domicílios multigeracionais, porém, a perda <strong>de</strong> autonomia e a morbida<strong>de</strong><br />

psiquiátrica coexistem com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber por meio <strong>de</strong>stes indicativos, que a velhice, nas últimas<br />

décadas, passou a se mostrar à socieda<strong>de</strong> em formas que se diferenciam das<br />

representações que concebem este período da vida como improdutivo e <strong>de</strong>sprovido<br />

<strong>de</strong> objetivos.<br />

Sob essa perspectiva <strong>de</strong> entendimento, os atuais estu<strong>dos</strong> sobre a velhice se<br />

fundamentam no propósito <strong>de</strong> encontrar maneiras <strong>de</strong> “[...]dar conta <strong>de</strong> mudanças<br />

culturais nas formas <strong>de</strong> pensar e gerir a experiência cotidiana, o tempo e o espaço, o<br />

trabalho e o lazer[...]” como afirma Debert (2004, p.13). “As tendências<br />

contemporâneas”, continua a autora, “são as <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a velhice como uma<br />

experiência heterogênea, uma construção social histórica e socialmente<br />

<strong>de</strong>terminada.”<br />

O conhecimento <strong>de</strong>stes aspectos coloca-se como fundamental para que a<br />

socieda<strong>de</strong>, estado e organizações privadas consi<strong>de</strong>rem as ações direcionadas à<br />

velhice como um projeto coletivo que dá voz aos mais velhos e centra suas ações no<br />

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