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Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...

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A gran<strong>de</strong>za numérica da população <strong>de</strong> mais ida<strong>de</strong> parece pôr à prova<br />

instituições como a saú<strong>de</strong> e a previdência pública e as próprias relações sociais.<br />

São conseqüências que emergem <strong>de</strong> alterações nas relações <strong>de</strong> trabalho,<br />

educação, consumo e lazer que os i<strong>dos</strong>os já protagonizam.<br />

O que se percebe, entretanto, é que embora previsões e soluções para uma<br />

socieda<strong>de</strong> envelhecida sejam arquitetadas e direcionadas ao futuro, atualmente a<br />

longevida<strong>de</strong> já é uma realida<strong>de</strong>. Convivemos com um numeroso contingente <strong>de</strong><br />

pessoas i<strong>dos</strong>as que re<strong>de</strong>finem espaços e formas <strong>de</strong> envelhecer e <strong>de</strong> (con)viver,<br />

procurando dar conta das contradições que permeiam seu cotidiano.<br />

Nesse sentido, surgem nas estatísticas soluções - às vezes inéditas para a<br />

população em geral, porém já praticadas pelos i<strong>dos</strong>os - direcionadas a solucionar<br />

situações advindas <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ologia social, política e econômica cujos impactos<br />

inci<strong>de</strong>m sobre a realida<strong>de</strong> individual <strong>de</strong>stes sujeitos. Assim, da<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong> pelo<br />

IBGE (2000) mostram que cerca <strong>de</strong> 67% das mulheres i<strong>dos</strong>as brasileiras moram<br />

sós. Na busca por manter sua autonomia elas optam por morar sozinhas, dando<br />

corpo aos chama<strong>dos</strong> domicílios unipessoais. Quando necessitam <strong>de</strong> cuida<strong>dos</strong> mais<br />

freqüentes preferem morar perto <strong>dos</strong> filhos ou parentes, mas não junto (BOND et al.,<br />

1993).<br />

Os domicílios unipessoais se apresentam como alternativa para que os i<strong>dos</strong>os<br />

possam garantir um espaço, geográfico e subjetivo, no qual conservam objetos e<br />

bens materiais que contam <strong>de</strong> seu tempo, <strong>de</strong> sua história <strong>de</strong> vida. Garantem, assim,<br />

sua in<strong>de</strong>pendência e conservam consigo circunstâncias concretas que conferem<br />

significado e sentido às suas vidas. Ficam distancia<strong>dos</strong>, porém, das oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> uma convivência intergeracional, antes propiciada pela proximida<strong>de</strong> vivenciada<br />

nas famílias extensas.<br />

De acordo com o censo, 62,4% das pessoas com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 69 anos,<br />

sendo a maioria mulheres, respon<strong>de</strong>m pelas <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> seus familiares. Elas são<br />

alfabetizadas, estudaram cerca <strong>de</strong> 3,4 anos e possuem renda média <strong>de</strong> R$657,00.<br />

Perto <strong>de</strong> 6 milhões <strong>de</strong> i<strong>dos</strong>os têm filhos e outros parentes sob sua responsabilida<strong>de</strong><br />

e 4,2 milhões <strong>de</strong> netos e bisnetos estão sob a custódia <strong>de</strong> seus avós (IBGE, 2000).<br />

Além do predomínio do número <strong>de</strong> mulheres na população <strong>de</strong> i<strong>dos</strong>os,<br />

resultante da sobrevida <strong>de</strong> 8 a 9 anos em relação aos homens - a feminização da<br />

velhice - outra tendência que se anuncia é a urbanização da velhice. As mulheres<br />

preferem morar nas cida<strong>de</strong>s. A proximida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> filhos, <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

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