Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
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espostas, agora há mais opções <strong>de</strong> horários para que cumpram suas tarefas e isto<br />
po<strong>de</strong> estar representando um certo grau <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência e autonomia quanto às<br />
escolhas em suas vidas.<br />
Elas ocupam o tempo numa rotina <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que são indispensáveis à sua<br />
sobrevivência e bem-estar. De resto, realizam outras ações para preencher um<br />
tempo no qual <strong>de</strong>scansam e se distraem, porém, as mulheres realizam suas<br />
alternativas <strong>de</strong> lazer no ambiente circunscrito ao lar. Poucas ampliam seu raio <strong>de</strong><br />
ação para lugares externos. Há as que se dizem indiferentes quanto ao tempo <strong>de</strong><br />
lazer.<br />
Assim, po<strong>de</strong>-se concordar com a gerontóloga Ferrari (2002), quando comenta<br />
que as pessoas, na velhice, na aposentadoria, <strong>de</strong>ixam o trabalho remunerado mas<br />
não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> “fazer”. Ela explica que o fazer é uma necessida<strong>de</strong> contínua,<br />
constante e evolutiva. Fato que se evi<strong>de</strong>nciou nas falas das participantes.<br />
Estas mulheres gostam <strong>de</strong> música. Entre gêneros e estilos musicais que<br />
preferem, estão: a música erudita e os clássicos da música popular brasileira; os<br />
hinos religiosos e a música suave.<br />
De acordo com a musicoterapeuta Zanini (2002), as ativida<strong>de</strong>s que envolvem<br />
a música po<strong>de</strong>m proporcionar para as pessoas i<strong>dos</strong>as, a criação <strong>de</strong> espaços que<br />
possibilitam a experiência e vivências inéditas em suas vidas. A pesquisadora<br />
refere-se aqui à concretização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que não foram realizadas em outras<br />
épocas <strong>de</strong> suas vidas <strong>de</strong>vido ao acúmulo <strong>de</strong> estresse aliado às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
sobrevivência ou pela falta <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso.<br />
Segundo os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> em pesquisas junto a i<strong>dos</strong>os que participavam<br />
<strong>de</strong> coros terapêuticos, as ativida<strong>de</strong>s musicais proporcionaram, para estas pessoas,<br />
momentos <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> respeitabilida<strong>de</strong> que favoreceram a integração do<br />
grupo; a auto-realização advinda da construção conjunta em torno <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al<br />
comum a to<strong>dos</strong>, que no caso, era o ato <strong>de</strong> cantar. A música configurou-se como um<br />
elemento capaz <strong>de</strong> facilitar e fortalecer as relações sociais entre as pessoas i<strong>dos</strong>as<br />
que optaram por ocupar parte <strong>de</strong> seu tempo livre com ativida<strong>de</strong>s musicais (ZANINI,<br />
2002).<br />
As mulheres entrevistadas nesta pesquisa, embora não participassem <strong>de</strong><br />
grupos dirigi<strong>dos</strong> ao fazer musical, contaram que escutam música to<strong>dos</strong> os dias.<br />
Neste caso, a interação musical se faz por meio do aparelho e som, da música ao<br />
vivo, porém, a maioria disse escutar música diariamente no rádio. Enquanto o<br />
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