17.04.2013 Views

Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...

Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...

Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

entrevistadas. Porém, também existem elementos que aproximam os dois grupos<br />

analisa<strong>dos</strong>, principalmente no que tange à construção da ponte entre o mundo<br />

interno ao lar e o espaço público <strong>de</strong> trabalho fora <strong>de</strong> casa. Conforme já mostrado, as<br />

mulheres aqui entrevistadas vivenciaram ambos os espaços, <strong>de</strong>marcando<br />

modificações culturais que se materializam hoje novas conquistas e posturas do<br />

papel feminino.<br />

Porém, o que está em pauta agora, são as maneiras como estas mulheres se<br />

sentem, após os 70 anos <strong>de</strong> vida, como gerem as tarefas domésticas que<br />

permanecem constituintes <strong>de</strong> seu cotidiano e se contam com algum auxílio para<br />

realizá-las.<br />

Quando se trata da arrumação da casa, estão aí englobadas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

limpar a casa, cozinhar e lavar e passar a roupa. Por auxílio, se enten<strong>de</strong> aqui, os<br />

tipos <strong>de</strong> ajuda que qualquer pessoa po<strong>de</strong> dispensar na execução <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Quando indagadas a respeito <strong>dos</strong> sentimentos que permeiam seus cotidianos<br />

quando elas se percebem realizando serviços caseiros, as respostas mostraram que<br />

se sentem bem, que evitam problemas, ou seja, evitam pensar nas dificulda<strong>de</strong>s e<br />

houve a percepção <strong>de</strong> que a vida é difícil <strong>de</strong> ser enfrentada.<br />

Embora o círculo <strong>de</strong> relações que estabelecem esteja mais circunscrito à<br />

família, as mulheres <strong>de</strong>clararam que consi<strong>de</strong>ram bom o relacionamento que<br />

estabelecem com a vizinhança e que se sentem satisfeitas no seu dia a dia. Poucas<br />

(2) freqüentam as casas <strong>dos</strong> vizinhos.<br />

O círculo extra-familiar é quase inexistente. O convívio centra-se nas relações<br />

com os filhos, esten<strong>de</strong>ndo-se a outros familiares. Poucas mulheres convivem com<br />

amigos e freqüentar a casa <strong>de</strong> conheci<strong>dos</strong> é uma prática social pouco apontada<br />

entre elas.<br />

Quando há algum convívio, este se dá sob a forma <strong>de</strong> encontros entre<br />

pessoas que se mantém no nível extra-lar e não no espaço íntimo e afetivo da casa,<br />

adquirindo um caráter mais impessoal.<br />

A maioria relatou que se sente bem e está satisfeita com o suporte<br />

psicossocial e com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio que encontram na construção <strong>de</strong> suas<br />

realida<strong>de</strong>s concretas. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio, na verda<strong>de</strong>, é praticamente restrita à família.<br />

Estas mulheres associam os sentimentos que constituem suas existências,<br />

quando se referem às mágoas, ao relacionamento, principalmente, com o marido,<br />

convívio com os filhos, relação com os pais, perda <strong>de</strong> entes queri<strong>dos</strong> e mal-<br />

131

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!