Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> predominantes envolvem a pressão alta e diabetes. A<br />
maioria faz o controle <strong>de</strong> seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em visitas médicas mensais.<br />
Nas tarefas <strong>de</strong> vida diária como arrumar a casa e a cozinha, predomina o<br />
auxílio <strong>de</strong> uma diarista.<br />
Mulheres com mais <strong>de</strong> 70 anos e a Sua Vida<br />
Tarefas domésticas como arrumar a casa, cozinhar, fazer compras, cuidar<br />
<strong>dos</strong> filhos, lavar e passar roupa fazem parte das ativida<strong>de</strong>s que estão associadas ao<br />
cotidiano feminino, socialmente construído. Segundo a assistente-social Leite<br />
(2004), quando analisa o controle da casa por mulheres-avós, os papéis sociais<br />
atribuí<strong>dos</strong> à mulher estiveram mais associa<strong>dos</strong> às tarefas que exerciam no espaço<br />
privado do lar e junto à família. As mulheres brasileiras que nasceram na primeira<br />
meta<strong>de</strong> do século passado, continua refletindo a pesquisadora, tinham acesso à<br />
esfera do mundo público por meio do apoio que dispensavam ao marido nos<br />
negócios e também pela <strong>de</strong>cisões que tomavam na organização da “meia rua” (p.<br />
79).<br />
Em geral, cabia à mulher <strong>de</strong>cidir coisas do mundo público restrito como o que<br />
plantar, on<strong>de</strong> plantar, os cuida<strong>dos</strong> com colheita e armazenagem e o preço da venda.<br />
Leite diz que estas ações levavam as mulheres a internalizar pensamentos, idéias,<br />
ações e <strong>de</strong>cisões do mundo público, fazendo a ponte entre o mundo doméstico e o<br />
público restrito (LEITE, 2004). A autora segue consi<strong>de</strong>rando<br />
A vida austera <strong>de</strong>ssas mulheres, o trabalho diurno e noturno levou-as a um<br />
processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> dirigir não só os serviçais, mas, também a<br />
família, tanto na socieda<strong>de</strong> tradicional como na mo<strong>de</strong>rna, dando a elas a<br />
condição <strong>de</strong> serem donas <strong>de</strong> seu espaço. A habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar o que<br />
a própria vida exigia <strong>de</strong>las, isto é, que soubessem utilizar o po<strong>de</strong>r e a<br />
autorida<strong>de</strong> em administrar e participar <strong>dos</strong> dois mun<strong>dos</strong>, o da casa e o<br />
público restrito – trabalhar na roça, costurar para fora, auxiliar o marido na<br />
padaria ou na olaria – tornou-as mulheres com estilo <strong>de</strong> vida específico<br />
(p.83-84)<br />
Há diferenças culturais e socioeconômicas que se evi<strong>de</strong>nciam quando Leite<br />
(2004) estuda mulheres-avós pertencentes ao segmento <strong>de</strong> camadas médias na<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Londrina, região norte do Paraná, em relação ao grupo <strong>de</strong> mulheres aqui<br />
130