Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
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fazer tricô, crochê e borda<strong>dos</strong>, ir aos grupos <strong>de</strong> terceira ida<strong>de</strong>, à igreja e fazer<br />
orações. A rotina diária <strong>dos</strong> afazeres domésticos é cumprida sem dificulda<strong>de</strong> pela<br />
maioria <strong>de</strong>las. Duas mulheres realizam suas ativida<strong>de</strong>s cotidianas com certa<br />
dificulda<strong>de</strong>, ou seja, precisam <strong>de</strong> ajuda <strong>de</strong> terceiros para <strong>de</strong>sempenharem suas<br />
funções.<br />
Quanto à ajuda que obtém quando precisam, suas respostas indicaram que<br />
contam com elas mesmas, com a família, com os amigos, com as companheiras <strong>de</strong><br />
trabalho, com Deus e as orações.<br />
Ao comparar a rotina <strong>de</strong> sua vida passada com a do presente, concordaram<br />
que há diferenças entre os dois momentos históricos <strong>de</strong> suas existências. As<br />
entrevistadas que modificariam eventos do passado centram as alterações na<br />
qualida<strong>de</strong> do relacionamento humano e nas condições <strong>de</strong> apoio e solidarieda<strong>de</strong> nas<br />
dificulda<strong>de</strong>s, embora a condição material fosse <strong>de</strong>sfavorável.<br />
A maioria indica o presente como um tempo mais satisfatório, sentem-se bem<br />
no dia a dia. Quando atribuíram notas para avaliar estas épocas da vida, atribuíram<br />
altas notas ao presente contrastando com as baixas associadas para o passado.<br />
Observa-se que, aproximadamente, meta<strong>de</strong> das mulheres (E2-E3-E4-E8-E9),<br />
que atribuíram nota zero ou 4,5 (quatro e meio) para o seu passado – ou seja, que<br />
este teve um significado fortemente negativo em suas vidas – quando se referem ao<br />
presente, fazem-no <strong>de</strong> modo prepon<strong>de</strong>rantemente oposto. Ou seja, das seis que<br />
atribuíram nota <strong>de</strong>z ao presente, quatro estão entre as mulheres que significam o<br />
passado <strong>de</strong> modo mais negativo.<br />
Neste sentido, parece que o presente – mesmo que possa não ser tão<br />
favorável e positivo visto que nele existem inúmeras dificulda<strong>de</strong>s – quando<br />
comparado com a vida do passado passa a ter essa dimensão <strong>de</strong> positivida<strong>de</strong>.<br />
Mas, observe-se também que, nas <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong>stas mulheres, há uma<br />
predominância <strong>de</strong> relatos <strong>de</strong> obrigações e responsabilida<strong>de</strong>s relativas ao trabalho<br />
diário no âmbito do lar. Apesar <strong>de</strong> indicarem que agora dispõem <strong>de</strong> um tempo mais<br />
flexível em relação aos horários e compromissos, em suas falas revelam o contrário.<br />
Outro aspecto a ser <strong>de</strong>stacado é que as mulheres, que hoje participam <strong>de</strong><br />
outras ativida<strong>de</strong>s para além do ambiente do familiar, são aquelas que tiveram, no<br />
início <strong>de</strong> suas vidas, a dupla jornada <strong>de</strong> trabalho.<br />
Quando chegaram ao tempo do casamento e da constituição <strong>de</strong> suas<br />
famílias, quatro <strong>de</strong>stas mulheres tiveram seus casamentos arranja<strong>dos</strong>, ou seja, o<br />
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