Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
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sozinha, para que possa manter a privacida<strong>de</strong> ou “ter sua vida”, como elas mesmas<br />
falaram:<br />
Eu queria um negócio assim: junto, mas ela no cantinho <strong>de</strong>la e eu no meu.<br />
Sabe, ela com as coisas <strong>de</strong>la e eu com as minhas coisas (E1).<br />
Não acho bom. Cada um tem sua vida . Eu não digo que fique abandonado,<br />
enten<strong>de</strong>? Mas cada um na sua [...] vamos dizer não no mesmo corpo da<br />
casa [...] que tivesse um quintalzinho e aí um cômodo. Cada um tem a sua<br />
privacida<strong>de</strong> (E5).<br />
Não dá certo. Morar junto é a pior coisa [...] quando entrou “um corpo<br />
estranho”, eh... (E3).<br />
Olha, se a gente ficar doente, não po<strong>de</strong> ficar sozinha. Mas o certo seria<br />
pagar uma pessoa para ficar com a gente. Morar com ninguém, porque<br />
assim cada um tem sua vida, né? (E4).<br />
Eu acho que não. Deus me livre, mas eu não quero. Porque incomoda. Eles<br />
têm a vida <strong>de</strong>les (E7).<br />
Eu sou da opinião que se a pessoa pu<strong>de</strong>r morar sozinha, melhor. Cada um<br />
tem a sua vida [...] sempre tem interferência. Mesmo se estiver doente,<br />
ponha alguém para auxiliar, mas não more com o outro (E9).<br />
Isso sou contra. É horrível você morar com pai, com sogra, com sei lá quem.<br />
Porque sem querer, a pessoa se mete. Então, se você, mesmo pessoa <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong>, quer escutar música, não po<strong>de</strong>, o outro está <strong>de</strong> visita. Agora, se você<br />
mora separado, mesmo que pertinho, daí não tem atrito (E11).<br />
Duas mulheres <strong>de</strong>ram opiniões a favor <strong>dos</strong> pais morarem com os filhos. Uma<br />
disse que os filhos <strong>de</strong>vem cuidar <strong>dos</strong> pais e que são os filhos que <strong>de</strong>vem ir para a<br />
casa <strong>dos</strong> pais caso estes precisem <strong>de</strong> companhia ou cuida<strong>dos</strong>. A outra, que mora<br />
com a filha, disse que a companhia <strong>dos</strong> filhos é uma coisa boa. A este respeito<br />
disseram:<br />
Moro (com a filha), graças a Deus! Eles são filhos camaradas, eles estão<br />
me cuidando, preciso <strong>de</strong>les, né? (E10).<br />
Eu acho que é certo. Tem pessoa que [...] não quer cuidar do pai, da mãe<br />
[...] aí põe no asilo [...] . O certo é cuidar, já diz, os pais criam os filhos, os<br />
filhos criam os pais (E12).<br />
Os da<strong>dos</strong> aqui encontra<strong>dos</strong> mostram a preferência das mulheres pela<br />
moradia unipessoal, já que nas respostas indicam o morar “sozinha”, ou morar<br />
próximo, mas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>dos</strong> filhos. As razões <strong>de</strong>sta opção, conforme indicam, é<br />
a preservação da privacida<strong>de</strong> e particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas vidas e <strong>dos</strong> filhos. As<br />
mulheres entrevistadas, que relataram, no <strong>de</strong>correr da entrevista, ter morado com<br />
parentes em alguma época <strong>de</strong> suas vidas, foram as que enfatizaram a interferência<br />
que, mesmo sem querer, acontece quando se mora com outras pessoas.<br />
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