Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha - Programa de Pós ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Uma das entrevistadas <strong>de</strong>scobriu, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> adulta, que era filha adotiva.<br />
Este evento causou modificações no relacionamento com seus pais. A maneira<br />
como soube e as circunstâncias que se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aram <strong>de</strong>pois disto provocaram<br />
ressentimentos nunca resolvi<strong>dos</strong> entre ela e a mãe adotiva. Outra entrevistada falou<br />
da morte prematura da mãe. Seus comentários sobre os acontecimentos foram<br />
estes:<br />
Mágoas, é a situação <strong>dos</strong> meus pais [...] Vem a maneira como ela me<br />
contou, a situação [...] é a maneira como ela me falou isto, a frieza, e não ter<br />
no dia seguinte um gesto, telefonar perguntando -você está bem? (E11).<br />
Acho que <strong>de</strong> ter ficado sozinha muito cedo. Isso aí [...] ainda está<br />
machucando (E9).<br />
Outras duas mulheres disseram que têm mágoas e que tentam modificar este<br />
sentimento por meio das orações. Três disseram não ter mágoas. Uma entrevistada<br />
que, na época da entrevista, estava resolvendo problemas relaciona<strong>dos</strong> a<br />
<strong>de</strong>sentendimentos no condomínio on<strong>de</strong> mora, sentia-se entristecida com as palavras<br />
e atitu<strong>de</strong>s que vinha recebendo da vizinhança. Duas mulheres falaram da mágoa<br />
pela perda <strong>de</strong> entes queri<strong>dos</strong> e outra referiu-se ao sentimento <strong>de</strong> uma relação<br />
<strong>de</strong>sgastante com a filha:<br />
Estas mulheres assim se expressaram:<br />
Mágoa? Bom, tem bastante. Mas no budismo fala assim [...] <strong>de</strong> não ficar<br />
com esta mágoa. Só fazendo oração [...] mágoas a gente trabalha [...] por<br />
meio da prática e da fé (E2).<br />
A única tristeza é o meu marido, não posso dizer [...] ter morrido (E10).<br />
A gente tem, né. A gente, morre parente, conhecido, né?(E6)<br />
Olha, tenho a mágoa <strong>de</strong> não ter colocado a minha filha nos eixos (E5).<br />
Quanto aos fatos do <strong>de</strong>correr da vida que lhes causaram alegria, estas<br />
mulheres relataram eventos relaciona<strong>dos</strong> ao convívio com a família, aqui<br />
representada por parentes próximos como filhos, os netos, as noras e genros, como<br />
também pelo grupo familiar <strong>de</strong> origem, composto pelos pais e irmãos. Também<br />
foram lembradas a realização profissional e situações agradáveis vividas com<br />
pessoas amigas. Uma das entrevistadas se referiu às pequenas coisas do dia a dia,<br />
no que ela englobou to<strong>dos</strong> eventos acima menciona<strong>dos</strong>.<br />
O convívio em festas e reuniões da família foi lembrado como os que<br />
proporcionaram os sentimentos <strong>de</strong> alegria e satisfação para seis mulheres. Para<br />
quatro entrevistadas, a maternida<strong>de</strong> e o relacionamento com filhos foram cita<strong>dos</strong><br />
113