No Compasso da História - MultiRio
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1889: Nasce a República – A alma encantadora <strong>da</strong>s ruas<br />
92<br />
O novo Rio de Janeiro<br />
Por que foi que tu deixaste<br />
<strong>No</strong>ssa casa na favela<br />
Não quero saber mais dela<br />
Não quero saber mais dela<br />
A casa que eu te dei<br />
Tem uma porta e uma janela<br />
Também não quero saber mais dela<br />
Também não quero saber mais dela<br />
Não Quero Saber Mais Dela<br />
(Sinhô)<br />
Uma capital chique em pleno trópico. Era<br />
esse o sonho <strong>da</strong>s elites que habitavam o<br />
Rio de Janeiro no começo do século XX. Mas,<br />
para isso, faltava muito. Em primeiro lugar,<br />
a questão sanitária. A ci<strong>da</strong>de vivia surtos<br />
periódicos de doenças causa<strong>da</strong>s pela falta<br />
de esgotos. A higiene não era o forte <strong>da</strong> capital<br />
<strong>da</strong> República. Por decisão do presidente<br />
Rodrigues Alves, o prefeito Pereira Passos<br />
ganhou plenos poderes para fazer as intervenções<br />
necessárias.<br />
11 . Aveni<strong>da</strong> Central, hoje Aveni<strong>da</strong> Rio Branco,<br />
no começo dos anos 1900<br />
Era o ano de 1904, e, ao rasgar a Aveni<strong>da</strong><br />
Central (atual Aveni<strong>da</strong> Rio Branco), a ci<strong>da</strong>de<br />
ganhou uma veia por onde pulsaria o sangue<br />
<strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de. Saíram as carruagens,<br />
entraram os automóveis. Mas para onde<br />
deslocar os milhares de pessoas que viviam<br />
em barracos ou em cortiços? As primeiras<br />
favelas surgiam no Morro de São Carlos, no<br />
Morro <strong>da</strong> Mangueira, na Gamboa. E continuavam<br />
crescendo com a chega<strong>da</strong> contínua de<br />
imigrantes em busca de uma vi<strong>da</strong> melhor.<br />
Não bastassem as péssimas condições sanitárias<br />
<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, o Rio de Janeiro viveu, também<br />
em 1904, um episódio conhecido como<br />
Revolta <strong>da</strong> Vacina. Autorizado pelo presidente<br />
Rodrigues Alves, o sanitarista Oswaldo<br />
Cruz deu início a uma campanha obrigatória<br />
de vacinação. A reação popular foi a pior<br />
que se possa imaginar. Em alguns casos, os<br />
agentes sanitários entravam nas residências<br />
e vacinavam as pessoas à força, sem sequer<br />
explicar o que era uma vacina. Populares<br />
destruíram lojas, apedrejaram os bondes e<br />
os prédios públicos. Diante do tumulto, em<br />
16 de novembro, o presidente Rodrigues Alves<br />
revogou a lei de vacinação obrigatória,<br />
colocando as tropas do Exército na rua para<br />
acabar com os conflitos.<br />
O olhar de João do Rio<br />
Vou levar meu samba por aí<br />
Passando pelas ruas<br />
Feliz <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />
Saindo <strong>da</strong> Misericórdia onde tudo<br />
[começou<br />
Mistura de raças, a diversi<strong>da</strong>de<br />
<strong>No</strong> Largo do Paço, a primeira ci<strong>da</strong>de<br />
Um encontro com a riqueza de culturas<br />
Julieta na janela esperando seu amor<br />
Pelas ruas do João do Rio<br />
Chegando ao cais a força do estivador<br />
João <strong>da</strong>s Ruas do Rio<br />
(Marcelo Ramos, Henrique Hoffmann,<br />
Paulinho Valença, Willian Black e Popeye)