17.04.2013 Views

No Compasso da História - MultiRio

No Compasso da História - MultiRio

No Compasso da História - MultiRio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

que se debruçam sobre nossa música instrumental:<br />

mais de duas mil obras em gêneros<br />

variados, como valsas, polcas, tangos, lundus,<br />

fados, choros e serenatas.<br />

Um pouco <strong>da</strong> história<br />

do carnaval<br />

Tanto riso, ó, tanta alegria<br />

Mais de mil palhaços no salão<br />

Arlequim está chorando<br />

Pelo amor <strong>da</strong> Colombina<br />

<strong>No</strong> meio <strong>da</strong> multidão<br />

Máscara Negra<br />

(Zé Keti)<br />

A festa popular que conhecemos como carnaval<br />

tem diversas origens. Muitos países<br />

europeus exibem seus “carnavais”, que, na<br />

ver<strong>da</strong>de, priorizam as fantasias e as máscaras.<br />

<strong>No</strong> Brasil, sem ir muito longe, pode-se<br />

afirmar que tudo começou com o “entrudo”,<br />

um costume português que chegou ao país<br />

entre os séculos XVI e XVII.<br />

<strong>No</strong> Rio de Janeiro, o entrudo tinha vários formatos,<br />

que podemos dividir em dois grupos:<br />

o familiar e o popular. <strong>No</strong> primeiro, a festa<br />

acontecia dentro <strong>da</strong>s casas, de maneira civiliza<strong>da</strong>,<br />

e a maior diversão estava nos “limões<br />

de cheiro”, peças feitas em cera que<br />

continham água perfuma<strong>da</strong> e que eram atirados<br />

em uma espécie de “batalha cheirosa”.<br />

Já o entrudo popular era uma brincadeira<br />

violenta e grosseira, que tinha como palco<br />

as ruas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, que eram toma<strong>da</strong>s pelos<br />

escravos e pela população mais pobre.<br />

A maior diversão era atirar qualquer líquido<br />

– qualquer mesmo – na cabeça dos passantes.<br />

A partir dos anos 1830, a festa passou a<br />

ser duramente combati<strong>da</strong> pelas autori<strong>da</strong>des,<br />

por sua característica de selvageria que o<br />

novo país procurava domar.<br />

Influencia<strong>da</strong> pelos bailes do carnaval parisiense,<br />

a elite fluminense começou a promover<br />

seus próprios bailes no começo do<br />

século XX, com fantasias luxuosas e máscaras<br />

importa<strong>da</strong>s. Daí para os desfiles, foi um<br />

pulo: em carros abertos, a burguesia exibia<br />

suas fantasias pelo Centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, para<br />

receber o aplauso <strong>da</strong> população que sau<strong>da</strong>va<br />

a passagem dos grupos fantasiados com<br />

“limões de cheiro” e “lança-perfumes”, uma<br />

versão mais civiliza<strong>da</strong> do entrudo primitivo.<br />

10 . Carnaval na Aveni<strong>da</strong> Central, em foto de Guilherme<br />

dos Santos<br />

Grupos de negros reunidos em “conga<strong>da</strong>s”,<br />

pequenos comerciantes portugueses sob o<br />

apelido de “Zé Pereira”, foliões anônimos,<br />

tudo isso juntou-se pelas ruas em convivência<br />

pacífica para mol<strong>da</strong>r uma grande festa<br />

popular. A força que vinha <strong>da</strong>s ruas acabou<br />

por obrigar o prefeito Pedro Ernesto, no início<br />

dos anos 1930, a oficializar a festa, ordenando<br />

os desfiles, os concursos, o local e a<br />

hora para os bailes e desfiles. Em breve, as<br />

escolas de samba começaram a ocupar seu<br />

lugar de honra no carnaval, mas, antes que<br />

isso acontecesse, foi preciso que o próprio<br />

samba tomasse um lugar de destaque na<br />

nossa cultura urbana.<br />

1889: Nasce a República – A alma encantadora <strong>da</strong>s ruas<br />

91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!