No Compasso da História - MultiRio
No Compasso da História - MultiRio No Compasso da História - MultiRio
1889: Nasce a República – A alma encantadora das ruas Sinopse O Império chega ao fim; a República instala-se sob o domínio das oligarquias; de Norte a Sul, as muitas revoltas contra o poder central; Chiquinha Gonzaga desafia as convenções e leva a folia até o Palácio do Catete; o carnaval das ruas e das casas: do entrudo aos bailes de máscaras; o “velho” Rio de Janeiro é demolido para dar passagem ao progresso; a cidade ganha seu cronista mais atento: João do Rio; o ciclo da borracha – 30 anos de opulência na Amazônia. 1 1889: Nasce a República – A alma encantadora das ruas 85
1889: Nasce a República – A alma encantadora das ruas 86 Nasce a República Salve lindo pendão da esperança Salve símbolo augusto da paz Tua nobre presença à lembrança A grandeza da pátria nos traz Hino à Bandeira (Francisco Braga e Olavo Bilac) 9 de novembro de 1889. No pequeno palácio da Ilha Fiscal, a nobreza brasileira deleitava-se com a música que animava o baile. D. Pedro II não parecia temer – ou, pelo menos, não demonstrava – a chegada desses novos tempos, ignorando a advertência feita pelo Barão de Cotegipe à Princesa Isabel quando ela assinou a Lei Áurea: “Vossa Majestade redimiu uma raça, mas acaba de perder o trono”. 2 . Ilha Fiscal, localizada na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro A observação demonstra como o Império dependia do poder escravocrata. A questão da indenização, que não foi contemplada pela Abolição, jogou os senhores de terras e de escravos na oposição e, certamente, significou o peso que faltava para a balança pender para o lado republicano. Somando-se a isso o descontentamento dos militares pelo fato de não poderem atuar politicamente no país, estava pronta a equação que ia encerrar os dias do Brasil imperial. 14 de novembro de 1889. Surge um boato de que o governo havia mandado prender o tenente-coronel Benjamin Constant, um dos mais ativos defensores da República, e Deodoro da Fonseca. Com isso, apressaram um golpe de Estado que estava previsto para 20 de novembro. Na madrugada de 15 de novembro, o marechal Deodoro da Fonseca atravessou o Campo de Santana e conclamou os soldados do batalhão que ali se encontravam à rebelião. Em seguida, as tropas seguiram pela Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março) até o Paço Imperial. Prenderam os integrantes do gabinete imperial, e não houve nenhuma reação. À noite do dia 15, o Brasil já era republicano. 3 . Proclamação da República, óleo sobre tela de Benedito Calixto Houve, entre os revoltosos, uma discussão sobre o que fazer com a Família Imperial. Ao final, venceu a facção que pregava o exílio como a forma mais civilizada de proceder diante da questão. No dia 17 de novembro, embarcada, a Família Imperial deixou o Brasil, e, assim, despedia-se, em carta, D. Pedro II: “Cedendo ao império das circunstâncias, deixo esta pátria à qual me esforcei para dar constantes testemunhos de amor e dedicação durante quase meio século. Conservarei do Brasil a mais
- Page 36 and 37: ao sistematizar os principais golpe
- Page 38 and 39: Apesar de o samba carioca ser recon
- Page 40 and 41: BASTIDE, Roger. O Candomblé da Bah
- Page 42 and 43: Ouro em Minas Sinopse O ouro brasil
- Page 44 and 45: escravizar, pois eram necessários
- Page 46 and 47: dos exemplares mais magníficos do
- Page 48 and 49: palavras, sensibilidades e visões
- Page 50 and 51: foi transferida, paulatinamente, de
- Page 52 and 53: epública, não haveria exército r
- Page 54 and 55: Primeiro de Março, s/nº). Sugira
- Page 56 and 57: 1808: Era no tempo do rei Sinopse D
- Page 58 and 59: eais e tão apinhados estavam todos
- Page 60 and 61: na cidade. Em seguida, o Palácio d
- Page 62 and 63: praticando, inclusive, através de
- Page 64 and 65: discutir, abertamente, as questões
- Page 66 and 67: forma de governar o Brasil. Coroado
- Page 68 and 69: dinastia. De volta a Portugal, enfr
- Page 70: WILCKEN, Patrick. Império à Deriv
- Page 73 and 74: 1808: O Segundo Reinado 72 Entre do
- Page 75 and 76: 1808: O Segundo Reinado 74 A Revolu
- Page 77 and 78: 1808: O Segundo Reinado 76 afronta
- Page 79 and 80: 1808: O Segundo Reinado 78 Nesse pe
- Page 81 and 82: 1808: O Segundo Reinado 80 Foram te
- Page 83 and 84: 1808: O Segundo Reinado 82 Apesar d
- Page 85: 1808: O Segundo Reinado 84 Livros C
- Page 89 and 90: 1889: Nasce a República - A alma e
- Page 91 and 92: 1889: Nasce a República - A alma e
- Page 93 and 94: 1889: Nasce a República - A alma e
- Page 95 and 96: 1889: Nasce a República - A alma e
- Page 97 and 98: 1889: Nasce a República - A alma e
- Page 100 and 101: 1889: Nasce a República - Do samba
- Page 102 and 103: A carreira política estava aberta
- Page 104 and 105: Aqui có no terreiro Pelú adié Fa
- Page 106 and 107: Theatro Municipal. Em 1922, o grupo
- Page 108 and 109: A frase “Samba é como passarinho
- Page 110 and 111: O desenvolvimento industrial de Sã
- Page 112: FERREIRA, Jorge (org.). As Repúbli
- Page 115 and 116: Era Vargas 1 - A Era do Rádio 114
- Page 117 and 118: Era Vargas 1 - A Era do Rádio 116
- Page 119 and 120: Era Vargas 1 - A Era do Rádio 118
- Page 121 and 122: Era Vargas 1 - A Era do Rádio 120
- Page 123 and 124: Era Vargas 1 - A Era do Rádio 122
- Page 125 and 126: Era Vargas 1 - A Era do Rádio 124
- Page 127 and 128: Era Vargas 1 - A Era do Rádio 126
- Page 130 and 131: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 132 and 133: Em 1933, os produtores e programado
- Page 134 and 135: Setembro de 1939. Apesar de suas (f
1889: Nasce a República – A alma encantadora <strong>da</strong>s ruas<br />
86<br />
Nasce a República<br />
Salve lindo pendão <strong>da</strong> esperança<br />
Salve símbolo augusto <strong>da</strong> paz<br />
Tua nobre presença à lembrança<br />
A grandeza <strong>da</strong> pátria nos traz<br />
Hino à Bandeira<br />
(Francisco Braga e Olavo Bilac)<br />
9 de novembro de 1889. <strong>No</strong> pequeno palácio<br />
<strong>da</strong> Ilha Fiscal, a nobreza brasileira deleitava-se<br />
com a música que animava o baile.<br />
D. Pedro II não parecia temer – ou, pelo menos,<br />
não demonstrava – a chega<strong>da</strong> desses<br />
novos tempos, ignorando a advertência feita<br />
pelo Barão de Cotegipe à Princesa Isabel<br />
quando ela assinou a Lei Áurea: “Vossa<br />
Majestade redimiu uma raça, mas acaba de<br />
perder o trono”.<br />
2 . Ilha Fiscal, localiza<strong>da</strong> na Baía de Guanabara,<br />
no Rio de Janeiro<br />
A observação demonstra como o Império dependia<br />
do poder escravocrata. A questão <strong>da</strong><br />
indenização, que não foi contempla<strong>da</strong> pela<br />
Abolição, jogou os senhores de terras e de<br />
escravos na oposição e, certamente, significou<br />
o peso que faltava para a balança pender<br />
para o lado republicano. Somando-se a<br />
isso o descontentamento dos militares pelo<br />
fato de não poderem atuar politicamente no<br />
país, estava pronta a equação que ia encerrar<br />
os dias do Brasil imperial.<br />
14 de novembro de 1889. Surge um boato<br />
de que o governo havia man<strong>da</strong>do prender<br />
o tenente-coronel Benjamin Constant, um<br />
dos mais ativos defensores <strong>da</strong> República, e<br />
Deodoro <strong>da</strong> Fonseca. Com isso, apressaram<br />
um golpe de Estado que estava previsto<br />
para 20 de novembro.<br />
Na madruga<strong>da</strong> de 15 de novembro, o marechal<br />
Deodoro <strong>da</strong> Fonseca atravessou o<br />
Campo de Santana e conclamou os sol<strong>da</strong>dos<br />
do batalhão que ali se encontravam à<br />
rebelião. Em segui<strong>da</strong>, as tropas seguiram<br />
pela Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março)<br />
até o Paço Imperial. Prenderam os integrantes<br />
do gabinete imperial, e não houve<br />
nenhuma reação. À noite do dia 15, o Brasil<br />
já era republicano.<br />
3 . Proclamação <strong>da</strong> República, óleo sobre tela<br />
de Benedito Calixto<br />
Houve, entre os revoltosos, uma discussão<br />
sobre o que fazer com a Família Imperial.<br />
Ao final, venceu a facção que pregava<br />
o exílio como a forma mais civiliza<strong>da</strong><br />
de proceder diante <strong>da</strong> questão. <strong>No</strong> dia 17<br />
de novembro, embarca<strong>da</strong>, a Família Imperial<br />
deixou o Brasil, e, assim, despedia-se,<br />
em carta, D. Pedro II: “Cedendo ao império<br />
<strong>da</strong>s circunstâncias, deixo esta pátria à qual<br />
me esforcei para <strong>da</strong>r constantes testemunhos<br />
de amor e dedicação durante quase<br />
meio século. Conservarei do Brasil a mais