No Compasso da História - MultiRio
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escoamento mais eficiente <strong>da</strong> produção cafeeira.<br />
Em 1854, foi inaugura<strong>da</strong> a primeira estra<strong>da</strong><br />
de ferro no Brasil. Eram 14 quilômetros<br />
construídos pelo Barão de Mauá, que ligavam<br />
o porto de Mauá, na Baía de Guanabara,<br />
à estação de Fragoso, no começo <strong>da</strong> subi<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong> serra para Petrópolis.<br />
Em 1856, iniciou-se a construção <strong>da</strong> Estra<strong>da</strong><br />
União e Indústria, o empreendimento rodoviário<br />
mais importante dos anos 1800 no Brasil<br />
e que, em 1861, chegaria a Juiz de Fora.<br />
Outra ferrovia muito importante foi a Estra<strong>da</strong><br />
de Ferro D. Pedro II, que conhecemos<br />
hoje como Central do Brasil. Sua construção<br />
começou em 1855, e, 20 anos depois, ela alcançou<br />
a ci<strong>da</strong>de de Cachoeira, em São Paulo.<br />
Um país em busca<br />
de si mesmo<br />
Brasil,<br />
És no teu berço dourado<br />
O índio civilizado e abençoado por Deus<br />
Brasil,<br />
Gigante de um continente<br />
És terra de to<strong>da</strong> gente<br />
E orgulho dos filhos teus<br />
Brasil<br />
(Benedito Lacer<strong>da</strong> e Aldo Cabral)<br />
De temperamento bem diferente de seu pai,<br />
D. Pedro II era um amante <strong>da</strong>s artes e <strong>da</strong>s<br />
ciências e viu sua populari<strong>da</strong>de crescer à<br />
medi<strong>da</strong> que o país se pacificava. Foi essa<br />
pacificação que permitiu aos brasileiros, alicerçados<br />
na independência política, voltar<br />
seus olhos para si mesmos e responder a<br />
uma pergunta crucial para qualquer nação<br />
recém-forma<strong>da</strong>: quem somos nós?<br />
Essa resposta nunca é fácil de ser encontra<strong>da</strong>.<br />
Os intelectuais brasileiros do século XIX<br />
voltaram-se para o passado e lá encontraram<br />
os índios, os primeiros habitantes de<br />
nossa terra. Sobre eles, criaram uma fantasia<br />
romântica basea<strong>da</strong> em uma ideia evolucionista,<br />
segundo a qual os indígenas brasileiros<br />
estariam na “infância” <strong>da</strong> civilização,<br />
no primeiro degrau de uma escala cujo topo<br />
seria a civilização ocidental. Exemplos clássicos<br />
são o romance Iracema (José de Alencar),<br />
o poema I-Juca-Pirama (Gonçalves Dias),<br />
a ópera O Guarani (Carlos Gomes) e quadros<br />
como Moema (Victor Meirelles) e O Último<br />
Tamoio (Rodolpho Amoedo).<br />
10 . Moema, óleo sobre tela de Victor Meirelles<br />
Fascinado pelas ciências, pelas letras e pelas<br />
artes, D. Pedro II acabou por tornar-se<br />
um ver<strong>da</strong>deiro mecenas (alguém que protege<br />
ou financia, de maneira desinteressa<strong>da</strong>,<br />
artistas e cientistas), o que o tornou extremamente<br />
popular entre as elites brasileiras,<br />
que, naquele exato momento, buscavam<br />
encontrar sua identi<strong>da</strong>de.<br />
Para o monarca, a importância de uma cultura<br />
própria era fun<strong>da</strong>mental, pois evitava-<br />
-se uma divisão interna ou o enfraquecimento<br />
do governo. Daí a necessi<strong>da</strong>de de<br />
realçar as características principais do país,<br />
tendo como elemento fun<strong>da</strong>dor o índio. Em<br />
1838, foi criado o Instituto Histórico e Geográfico<br />
Brasileiro, que publicou o primeiro<br />
livro de <strong>História</strong> Geral do Brasil.<br />
1808: O Segundo Reinado<br />
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