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No Compasso da História - MultiRio

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egencial no Brasil. Os políticos, abalados<br />

com a sucessão de revoltas e com a maioria<br />

liberal no Senado, chegaram à conclusão de<br />

que somente a autori<strong>da</strong>de imperial poderia<br />

trazer paz à nação, ain<strong>da</strong> que D. Pedro II<br />

tivesse apenas 14 anos incompletos.<br />

Forrobodó é folguedo<br />

De reis<br />

Forrobodó de preto forro<br />

Tem o forrobodó na praia, iaiá<br />

Tem o forrobodó no morro<br />

Forrobodó de Dom Pedro<br />

É que nem<br />

Forrobodó do seu lacaio, ioiô<br />

Faz rebolar até um poste<br />

Não há quem não goste<br />

Do forrobodó<br />

Forrobodó<br />

(Chico Buarque e Edu Lobo)<br />

7 . D. Pedro II e Suas Irmãs, de Félix-Émile Taunay<br />

Não era pequena a tarefa do jovem imperador.<br />

Diante de si, havia um país dividido<br />

politicamente, endivi<strong>da</strong>do e que necessitava<br />

urgentemente de uma profun<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça em<br />

sua estrutura econômica para acompanhar<br />

a veloci<strong>da</strong>de dos novos tempos. Mas havia<br />

um grande empecilho a essa modernização:<br />

o fato de a economia brasileira estar basea<strong>da</strong><br />

fun<strong>da</strong>mentalmente na escravidão. A ver<strong>da</strong>de<br />

é que a independência econômica não<br />

correspondia à independência política. E o<br />

Decreto Alves Branco, que passou a taxar os<br />

produtos importados, ao afetar diretamente<br />

os interesses ingleses no país, disparou, por<br />

vias paralelas, o início do fim <strong>da</strong> escravatura.<br />

8 . Convenção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Antiescravidão, óleo sobre tela<br />

de Benjamin Robert Haydon<br />

Na Inglaterra, onde os lucros com o tráfico<br />

negreiro financiaram a Revolução Industrial,<br />

foram iniciados debates sobre a escravidão,<br />

ain<strong>da</strong> no século XVIII. O país saiu à frente nessa<br />

luta, promulgando, inclusive, uma lei que<br />

autorizava seus navios de guerra a perseguirem<br />

navios negreiros até mesmo em portos<br />

brasileiros. Essa mu<strong>da</strong>nça deveu-se a fatores<br />

históricos e econômicos: as fábricas inglesas,<br />

funcionando a todo vapor, necessitavam de<br />

consumidores para seus produtos, e os escravos<br />

não se encaixavam nessa equação.<br />

Mas, evidentemente, o que era bom para a<br />

Inglaterra não era bom para os grandes proprietários<br />

de terras e de escravos brasileiros,<br />

muito menos para os traficantes. Com o aumento<br />

<strong>da</strong> pressão britânica, o Brasil assinou<br />

tratados comprometendo-se a extinguir o tráfico.<br />

Mas não os cumpria. Tirando proveito<br />

de sua posição influente na socie<strong>da</strong>de, os<br />

grandes proprietários apelavam para o patriotismo,<br />

alegando que os tratados eram uma<br />

1808: O Segundo Reinado<br />

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