No Compasso da História - MultiRio
No Compasso da História - MultiRio
No Compasso da História - MultiRio
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1808: O Segundo Reinado<br />
72<br />
Entre dois imperadores<br />
Vamos saber se contaram nossa história<br />
Vamos rever o que existe de nosso<br />
[passado<br />
[certo<br />
Devemos conhecer nossos heróis de perto<br />
Tentando consertar o que aprendeu-se<br />
[errado<br />
Guararapes<br />
(Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)<br />
2 . D. Pedro II do Brasil, aos 4 anos, óleo<br />
sobre tela de Armand Pallière<br />
Com a abdicação de D. Pedro I, o Brasil foi<br />
governado por regentes entre 1831 e 1840,<br />
já que o sucessor, D. Pedro II, tinha apenas<br />
5 anos. Foi uma época bastante conturba<strong>da</strong><br />
de nossa história, marca<strong>da</strong> por revoltas e<br />
conflitos, pois a jovem nação brasileira ain<strong>da</strong><br />
procurava sua identi<strong>da</strong>de política, econômica<br />
e social. Havia uma grande insatisfação<br />
por parte <strong>da</strong>s províncias (estados) mais<br />
afasta<strong>da</strong>s do poder central, principalmente<br />
as do Rio Grande do Sul, <strong>da</strong> Bahia e de Pernambuco,<br />
que se consideravam relega<strong>da</strong>s a<br />
segundo plano pelo trio formado por São<br />
Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.<br />
Como a política dá muitas voltas, os dois partidos<br />
que se haviam unido para forçar a derruba<strong>da</strong><br />
de D. Pedro I agora dividiam-se em<br />
três forças distintas, to<strong>da</strong>s com nomes bem<br />
brasileiros e na luta pela hegemonia. Os que<br />
pertenciam à corrente que pregava a volta de<br />
D. Pedro I eram conhecidos como “caramurus”<br />
e tinham como característica a defesa<br />
do absolutismo. <strong>No</strong> outro extremo, estavam<br />
os “jurujubas”, liberais exaltados que, defensores<br />
do federalismo, lutavam pela autonomia<br />
<strong>da</strong>s províncias em relação ao poder econômico<br />
e político do governo central. Entre<br />
os dois polos antagônicos, posicionavam-se<br />
os “chimangos”, liberais moderados.<br />
A primeira regência, eleita em abril de 1831,<br />
reunia três senadores e ficou conheci<strong>da</strong><br />
como “provisória”, já que a sua função era<br />
administrar o país enquanto as forças políticas<br />
se organizavam. Durou pouco mais<br />
de um mês; em maio, foi eleita a segun<strong>da</strong><br />
regência, que governou o Brasil até 1835.<br />
Nesse ano, a regência passou a ser única,<br />
com a eleição do padre Diogo Antônio Feijó.<br />
Ele renunciou em 1837, e o segundo regente<br />
uno, Araújo Lima, ficou no cargo até que<br />
D. Pedro II assumisse realmente o trono em<br />
1840... com 14 anos de i<strong>da</strong>de!<br />
3 . Diogo Antônio Feijó, por Sebastien Auguste Sisson