17.04.2013 Views

No Compasso da História - MultiRio

No Compasso da História - MultiRio

No Compasso da História - MultiRio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1808: Era no tempo do rei<br />

56<br />

Uma corte no mar<br />

Chegou no porto um canhão<br />

de repente matou tudo, tudo, tudo…<br />

capitão senta na mesa<br />

com sua fome e tristeza, esa, esa…<br />

Deus salve sua rainha<br />

Deus salve a bandeira inglesa<br />

Bo<strong>da</strong>s<br />

(Milton Nascimento e Ruy Guerra)<br />

2 . Napoleão em Seu Trono Imperial, de Jean<br />

Auguste Dominique Ingres<br />

1807. Na Europa conflagra<strong>da</strong> pelo irresistível<br />

avanço de Napoleão e suas tropas, to<strong>da</strong>s as<br />

certezas se transformaram em dúvi<strong>da</strong>s. Só<br />

uma nação se mantinha a salvo <strong>da</strong> investi<strong>da</strong><br />

francesa: a poderosa Inglaterra, cuja força<br />

naval era a maior do Ocidente. Depois de tomar<br />

a Espanha, Portugal era o alvo seguinte<br />

de Napoleão. E o príncipe regente português,<br />

D. João (sua mãe, a rainha D. Maria<br />

I, estava impedi<strong>da</strong> de reinar devido a uma<br />

doença mental), diante de duas forças poderosas,<br />

fez uma escolha que seria decisiva<br />

para o futuro do Brasil.<br />

Inicialmente, ele tentou manter a neutrali<strong>da</strong>de,<br />

utilizando a diplomacia para evitar<br />

alianças, fosse com a Inglaterra, fosse com<br />

a França. Mas a pressão política multiplica<strong>da</strong><br />

pelo poder <strong>da</strong>s armas obrigou D. João a<br />

decidir. Napoleão apresentou um ultimato,<br />

o qual exigia que Portugal cortasse suas relações<br />

com a Inglaterra; caso contrário, seu<br />

território seria invadido pelas tropas francesas,<br />

já bem instala<strong>da</strong>s na Espanha, que<br />

derrubariam a monarquia. Já a Inglaterra<br />

apresentava suas exigências: se o príncipe<br />

regente aceitasse o ultimato, certamente Lisboa<br />

seria bombardea<strong>da</strong> pela frota inglesa.<br />

Diante do impasse, a única solução estava<br />

do outro lado do Atlântico: o Brasil, a maior<br />

<strong>da</strong>s colônias portuguesas.<br />

Decidi<strong>da</strong> a fuga, a corte portuguesa não teve<br />

muito tempo para se preparar. Encaixotando<br />

o que foi possível e utilizando todos os<br />

navios disponíveis de sua frota mercante,<br />

D. João zarpou de Lisboa em 27 de novembro<br />

de 1807, quando as tropas francesas já<br />

se aproximavam, velozmente, <strong>da</strong> capital. Graças<br />

à proteção <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong> inglesa, não houve<br />

percalços militares na travessia. <strong>No</strong> entanto,<br />

as dificul<strong>da</strong>des a bordo tornaram os dois<br />

meses de viagem uma terrível provação.<br />

3 . Embarque <strong>da</strong> Família Real para o Brasil. Reprodução<br />

de gravura por Francesco Bartolozzi a partir de óleo<br />

de Nicolas Delariva<br />

Segundo a carta de um oficial português<br />

que acompanhou o deslocamento <strong>da</strong> Família<br />

Real, “tão grande foi o número de pessoas<br />

que seguiu o destino de seus protetores

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!