No Compasso da História - MultiRio

Eleito em 1994, o sociólogo Fernando Henrique
Cardoso sucedeu Itamar Franco na Presidência
da República durante dois mandatos:
de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002. As
principais marcas de seu governo foram a
consolidação do Plano Real e da estabilidade
econômica e o início de transferência de
renda para os menos favorecidos por meio
de iniciativas como o Bolsa Escola. Ele realizou,
também, um programa de privatização,
incluindo empresas estatais como a Embraer,
a Telebrás e a mineradora Vale do Rio Doce.
Essa iniciativa foi muito criticada por seus
opositores, principalmente pelo Partido dos
Trabalhadores.
Durante a vigência do Plano Real, houve um
grande ingresso de investimentos externos
na área produtiva. Na indústria de automóveis,
por exemplo, instalaram-se no país
fábricas de 11 marcas internacionais, entre
elas a Peugeot e a Renault. A expansão econômica
foi, no entanto, freada por contínuas
crises internacionais ocorridas em países
como México, Argentina e Rússia.
Para suceder Fernando Henrique Cardoso,
os eleitores escolheram, pela primeira vez,
um operário como presidente da República:
Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu em
2003 prometendo aprofundar as reformas e
realizar uma grande distribuição de renda
em benefício dos menos favorecidos.
17 . Lula eleito: o PT chega à presidência do Brasil
No século XXI, em um mundo cada vez mais
globalizado e caracterizado pela democratização
da comunicação de massas através
da internet, ainda falta bastante para
o Brasil com que sonhamos: mais justo e
solidário para todos. Mas nossas artes se
desenvolvem vigorosas e a economia tem
crescido. No cenário internacional, surgiu
um novo grupo econômico e político: os
Brics – iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China.
Ou seja, os países do antigo Terceiro
Mundo, dependentes e marginais em relação
à economia europeia e norte-americana,
hoje estão na vanguarda do crescimento
econômico e até se propuseram a comprar
títulos da dívida pública dos Estados Unidos
e de países europeus para ajudá-los a sair
da crise. Sinal dos tempos.
Hoje, quando olhamos para trás, alguns capítulos
da nossa história nos embaraçam,
enquanto outros nos enchem de admiração
e orgulho. Nesse cenário, ecoa uma canção
de esperança que a maioria de nós conhece
e admira:
Eu acredito
É na rapaziada
Que segue em frente
E segura o rojão
Eu ponho fé
É na fé da moçada
Que não foge da fera
E enfrenta o leão (...)
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí
Eu acredito
É na rapaziada!
E Vamos à luta
(Gonzaguinha)
Que país é este?
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