No Compasso da História - MultiRio
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Salve a pilantragem! Camisa verde-claro, calça Saint-Tropez Combinando com o carango todo [mundo vê Ninguém sabe o duro que dei Pra ter fon-fon, trabalhei, trabalhei! Carango (Nonato Buzar e Carlos Imperial) 13 . Wilson Simonal, o grande showman dos anos 1960 Para quem gostava de música brasileira sofisticada e ao mesmo tempo divertida no jeito de cantar, com suingue e balanço, os anos 70 trouxeram um astro de primeira grandeza: Wilson Simonal ocupava o posto de cabo no Exército quando começou a cantar nos bailes do Grupo de Artilharia em 1960. Um ano depois já era vocalista de alguns conjuntos, tirando partido de sua excelente voz e de um jeito todo especial de cantar, que o jornalista Ruy Castro bem definiu: “grande voz, um senso de divisão igual aos dos melhores cantores americanos, fazendo gato e sapato do ritmo (...)”. Aproveitando muito bem as chances surgidas na TV, que já tinha tomado do rádio o primeiro lugar no coração do público brasileiro, Simonal apresentou o programa Show em Si...monal, pela antiga TV Record em São Paulo, de 1966 a 1967. Sempre acompanhado por excelentes músicos, como Cesar Camargo Mariano, Simonal aprimorou uma performance de showman que foi fundamental para o passo seguinte de sua carreira. Em 1966, o álbum Vou Deixar Cair popularizou a “pilantragem”, um ritmo dançante criado por Simonal, Carlos Imperial e pelo compositor Nonato Buzar, que emplacou nas paradas com os compactos Meu Limão Meu Limoeiro e Mamãe Passou Açúcar em Mim. Simonal foi o primeiro cantor negro a atingir o Olimpo das grandes estrelas no Brasil, sendo, em 1970, o maior vendedor de discos do Brasil (quase o dobro em relação a Roberto Carlos). Um fato polêmico atribuído a Simonal e, até hoje, ainda contado em diferentes versões, decretou o fim de sua carreira. Passados muitos anos, a obra desse artista vem sendo resgatada em um documentário e na reedição de seus melhores discos. O quarto general Meu caro amigo, eu bem queria lhe [escrever Mas o correio andou arisco Se me permitem, vou tentar lhe remeter Notícias frescas nesse disco Aqui na terra tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll Uns dias chove, noutros dias bate sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a [coisa aqui tá preta A Marieta manda um beijo para os seus Um beijo na família, na Cecília e nas [crianças O Francis aproveita pra também mandar [lembranças A todo o pessoal Adeus Meu Caro Amigo (Chico Buarque e Francis Hime) Ninguém segura este país 209
Ninguém segura este país 210 Ao assumir a presidência em 15 de março de 1974, o general Ernesto Geisel recebeu de presente a conta pesada do fim do “milagre brasileiro”. A inflação castigava o bolso dos consumidores, enquanto a taxa de crescimento econômico despencava, agravando o desemprego. No campo político, apesar de medidas duras contra a oposição, Geisel estava decidido a revogar o AI-5, pois já era notório, dentro e fora das Forças Armadas, o desgaste de sucessivos governos com militares no poder. Como nas eleições parlamentares daquele ano a oposição obteve importantes vitórias, Geisel ofereceu à sociedade e aos políticos uma distensão “lenta, gradual e segura”. No entanto, os oficiais da “linha dura”, ligados ao esquema repressivo, ficaram insatisfeitos com a postura do presidente, e vários atos de insubordinação e terrorismo abalaram o país. As mortes na prisão do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manoel Fiel Filho levaram o presidente a reagir com rapidez e determinação, demitindo o ministro do Exército, Silvio Frota, restabelecendo a hierarquia dentro da tropa. 14 . O Jornal do Brasil informa o final do AI-5 Em 31 de dezembro de 1978, foi revogado o AI-5: era o primeiro passo para a redemocratização do país. O governo Geisel deixou marcas importantes: o reatamento de relações diplomáticas com a China; o fato de o Brasil ser o primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola; a assinatura do acordo nuclear com a Alemanha; e o começo do processo de utilização do álcool como combustível. Seu mandato se encerrou em 15 de março de 1979, mas ainda não seria dessa vez que o Brasil voltaria a ter um presidente eleito diretamente. O governo contra Chico 15 . Álbum de Chico Buarque com a canção Cálice, proibida de ser cantada em 1973 Acorda, amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora Batendo no portão, que aflição Era a dura, numa muito escura viatura Minha nossa santa criatura Chame, chame, chame lá Chame, chame o ladrão, chame o ladrão Acorda Amor (Julinho da Adelaide, pseudônimo utilizado por Chico Buarque)
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Camisa verde-claro, calça Saint-Tropez<br />
Combinando com o carango todo<br />
[mundo vê<br />
Ninguém sabe o duro que dei<br />
Pra ter fon-fon, trabalhei, trabalhei!<br />
Carango<br />
(<strong>No</strong>nato Buzar e Carlos Imperial)<br />
13 . Wilson Simonal, o grande showman dos anos 1960<br />
Para quem gostava de música brasileira sofistica<strong>da</strong><br />
e ao mesmo tempo diverti<strong>da</strong> no jeito<br />
de cantar, com suingue e balanço, os anos<br />
70 trouxeram um astro de primeira grandeza:<br />
Wilson Simonal ocupava o posto de cabo<br />
no Exército quando começou a cantar nos<br />
bailes do Grupo de Artilharia em 1960. Um<br />
ano depois já era vocalista de alguns conjuntos,<br />
tirando partido de sua excelente voz<br />
e de um jeito todo especial de cantar, que o<br />
jornalista Ruy Castro bem definiu: “grande<br />
voz, um senso de divisão igual aos dos melhores<br />
cantores americanos, fazendo gato e<br />
sapato do ritmo (...)”.<br />
Aproveitando muito bem as chances surgi<strong>da</strong>s<br />
na TV, que já tinha tomado do rádio o<br />
primeiro lugar no coração do público brasileiro,<br />
Simonal apresentou o programa Show<br />
em Si...monal, pela antiga TV Record em<br />
São Paulo, de 1966 a 1967. Sempre acompanhado<br />
por excelentes músicos, como Cesar<br />
Camargo Mariano, Simonal aprimorou uma<br />
performance de showman que foi fun<strong>da</strong>mental<br />
para o passo seguinte de sua carreira.<br />
Em 1966, o álbum Vou Deixar Cair popularizou<br />
a “pilantragem”, um ritmo <strong>da</strong>nçante<br />
criado por Simonal, Carlos Imperial e pelo<br />
compositor <strong>No</strong>nato Buzar, que emplacou nas<br />
para<strong>da</strong>s com os compactos Meu Limão Meu<br />
Limoeiro e Mamãe Passou Açúcar em Mim.<br />
Simonal foi o primeiro cantor negro a atingir<br />
o Olimpo <strong>da</strong>s grandes estrelas no Brasil, sendo,<br />
em 1970, o maior vendedor de discos do<br />
Brasil (quase o dobro em relação a Roberto<br />
Carlos). Um fato polêmico atribuído a Simonal<br />
e, até hoje, ain<strong>da</strong> contado em diferentes<br />
versões, decretou o fim de sua carreira. Passados<br />
muitos anos, a obra desse artista vem<br />
sendo resgata<strong>da</strong> em um documentário e na<br />
reedição de seus melhores discos.<br />
O quarto general<br />
Meu caro amigo, eu bem queria lhe<br />
[escrever<br />
Mas o correio andou arisco<br />
Se me permitem, vou tentar lhe remeter<br />
<strong>No</strong>tícias frescas nesse disco<br />
Aqui na terra tão jogando futebol<br />
Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll<br />
Uns dias chove, noutros dias bate sol<br />
Mas o que eu quero é lhe dizer que a<br />
[coisa aqui tá preta<br />
A Marieta man<strong>da</strong> um beijo para os seus<br />
Um beijo na família, na Cecília e nas<br />
[crianças<br />
O Francis aproveita pra também man<strong>da</strong>r<br />
[lembranças<br />
A todo o pessoal<br />
Adeus<br />
Meu Caro Amigo<br />
(Chico Buarque e Francis Hime)<br />
Ninguém segura este país<br />
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