No Compasso da História - MultiRio
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“Entendo por experiência o pouco que se podia<br />
fazer nesta terra na conversão do triste<br />
e vil gentio por falta de não serem sujeitos,<br />
e ela ser uma maneira de gente de condição<br />
mais de feras bravas que de gente racional<br />
e ser gente servil que se quer por medo e<br />
sujeição.” (Cartas do Brasil e Mais Escritos:<br />
1549-1560, de Manoel <strong>da</strong> Nóbrega.)<br />
Entram em cena os jesuítas<br />
Deixa o índio vivo no sertão<br />
Deixa o índio vivo nu<br />
Deixa o índio vivo<br />
Deixa o índio<br />
Deixa, deixa<br />
Escuta o mato crescendo em paz<br />
Escuta o mato crescendo<br />
Escuta o mato<br />
Escuta<br />
Escuta o vento cantando no arvoredo<br />
Passarim passarão no passaredo<br />
Deixa a índia criar seu curumim<br />
Vá embora <strong>da</strong>qui coisa ruim<br />
Some logo<br />
Vá embora<br />
Borzeguim<br />
(Tom Jobim)<br />
Nesse novo cenário, os jesuítas tiveram a<br />
maior importância. Responsáveis pela catequese<br />
dos nativos, eles foram juntando as tribos<br />
(aldeando, como se dizia na época) em<br />
missões. O aldeamento foi um dos responsáveis<br />
pela modificação e pela destruição de culturas<br />
indígenas que vinham sobrevivendo há<br />
séculos e que, originalmente, eram nômades,<br />
deslocando-se à vontade para caçar e cultivar.<br />
“Essa investi<strong>da</strong>, no entanto, foi pior do que<br />
qualquer sofrimento físico, pois obrigaram os<br />
índios a abandonar várias de suas práticas<br />
culturais, como as curas, as festas, os rituais<br />
de preparação dos jovens e suas formas<br />
de homenagear e agradecer o grande criador<br />
do universo. Tudo isso virou ato diabólico<br />
na lei dos missionários. <strong>No</strong>s grandes prédios<br />
<strong>da</strong>s missões foram cria<strong>da</strong>s escolas onde os<br />
índios eram obrigados a falar a língua portuguesa<br />
e a rezar em latim.” (Depoimento do<br />
índio Baré Braz de Oliveira França.)<br />
12 . Ruínas de São Miguel <strong>da</strong>s Missões, no Rio Grande do Sul<br />
Paulista, para só um instante (...)<br />
Deixa atrás o presente,<br />
Olha o passado à frente,<br />
Vem com Martim Afonso a São Vicente,<br />
Galga a Serra do Mar! (...)<br />
Adiante está o sertão.<br />
Vai, segue a entra<strong>da</strong>!<br />
Enfrenta, Avança, Investe!<br />
<strong>No</strong>rte, Sul, Leste, Oeste!<br />
Em bandeira ou monção,<br />
Doma os índios bravios,<br />
Rompe a selva, abre minas, vara rios<br />
Hino do Estado de São Paulo ou<br />
Hino dos Bandeirantes<br />
(Guilherme de Almei<strong>da</strong>)<br />
Os jesuítas eram contra a escravidão indígena<br />
e entraram em conflito com os colonos, que<br />
chegavam em grandes levas. Os bandeirantes<br />
Raízes indígenas<br />
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