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No Compasso da História - MultiRio

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não interessava, era pura alienação. Membros<br />

do Teatro de Arena de São Paulo que<br />

apresentavam no Rio a peça Eles Não Usam<br />

Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, deram<br />

a parti<strong>da</strong>. Carlos Estevam, o primeiro presidente<br />

do CPC, escreveu, então, o Manifesto<br />

do Centro Popular de Cultura, afirmando que<br />

a arte do povo é “de ingênua consciência”<br />

para “satisfazer as necessi<strong>da</strong>des lúdicas e<br />

de ornamento”. O documento propunha tirar<br />

as massas “<strong>da</strong> alienação e <strong>da</strong> submissão”.<br />

O núcleo inicial do centro tinha também o<br />

dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha,<br />

e o cineasta Leon Hirszman. O poeta<br />

Ferreira Gullar foi seu segundo presidente. O<br />

CPC “fertilizou” a cultura brasileira, revelando,<br />

além dos já mencionados, nomes como<br />

Armando Costa, Carlos Vereza, Flávio Migliaccio,<br />

Nelson Xavier, João <strong>da</strong>s Neves e Paulo<br />

Pontes, no teatro e na televisão; Cacá Diegues,<br />

Eduardo Coutinho, Joaquim Pedro de<br />

Andrade, Maurice Capovilla, Marcos Farias e<br />

Miguel Borges, no cinema; Affonso Romano<br />

de Sant’Anna e Moacyr Félix, na poesia; e<br />

Carlos Lyra e Sérgio Ricardo, na música.<br />

4 . Cena <strong>da</strong> peça A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar<br />

Vianinha estava interessado em expor aspectos<br />

<strong>da</strong> teoria marxista usando a forma<br />

teatral e, para isso, escreveu A Mais-Valia<br />

Vai Acabar, Seu Edgar, que estreou com sucesso<br />

na Facul<strong>da</strong>de Nacional de Arquitetura<br />

do Rio de Janeiro. Seis meses depois do<br />

espetáculo e de certa forma estimulado por<br />

ele, nascia o CPC do Rio de Janeiro. Os personagens<br />

do musical representavam os pobres<br />

e os capitalistas. Havia também espaço<br />

para o humor, como se pode ver na letra <strong>da</strong><br />

canção a seguir:<br />

Hei de vencer<br />

Lutar até morrer<br />

Pela vitória<br />

Pelo meu bem querer.<br />

Hei de vencer<br />

Cobrir mamãe de glória<br />

Hei de vencer<br />

Hei de sorrir<br />

Hei de mamar<br />

Hei de Vencer<br />

(Carlos Lyra e Vianinha)<br />

Os atores do CPC se apresentavam em portas<br />

de fábricas, favelas, sindicatos, escolas e associações<br />

de bairro. As peças tinham conteúdo<br />

didático e muitas eram cria<strong>da</strong>s coletivamente<br />

e assina<strong>da</strong>s pela equipe que as produzia.<br />

5 . Cena do filme Cinco Vezes Favela, de 1962<br />

Este mundo é meu<br />

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