No Compasso da História - MultiRio
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Anos 50 – De Getúlio a JK<br />
154<br />
linguagens artísticas abstratas – presentes<br />
em nossos recém-fun<strong>da</strong>dos museus de arte<br />
moderna e na Bienal de São Paulo.<br />
A construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, que atraiu gente de<br />
todo o Brasil, é conta<strong>da</strong> como uma saga em<br />
que os heróis seriam os trabalhadores que<br />
enfrentaram o desafio contra o tempo. Às<br />
9h do dia 21 de abril de 1960, Juscelino Kubitschek<br />
fechou solenemente as portas do<br />
Palácio do Catete; às 16h, inaugurou Brasília.<br />
Não foi uma <strong>da</strong>ta escolhi<strong>da</strong> ao acaso: nesse<br />
mês e dia, Tiradentes, o alferes <strong>da</strong> Inconfidência<br />
Mineira, havia sido enforcado.<br />
Vale lembrar, aqui, que um dos “can<strong>da</strong>ngos”<br />
mais famosos que aju<strong>da</strong>ram na construção<br />
de Brasília foi o violonista Dilermando Reis,<br />
um dos mestres brasileiros <strong>da</strong>s seis cor<strong>da</strong>s.<br />
Funcionário público transferido para a nova<br />
capital, tornou-se amigo e professor de violão<br />
de Juscelino. Graças a Dilermando, um<br />
núcleo de amantes do choro se formou na<br />
ci<strong>da</strong>de, e hoje Brasília é considera<strong>da</strong> uma<br />
<strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des onde o culto ao choro, esse maravilhoso<br />
gênero musical brasileiro, tem uma<br />
ver<strong>da</strong>deira legião de admiradores.<br />
Antes do Cinema <strong>No</strong>vo<br />
Já nos anos 1940 o cinema brasileiro havia<br />
encontrado seu público. A criação <strong>da</strong> Atlânti<strong>da</strong><br />
Cinematográfica abasteceu as telas de<br />
nossas ci<strong>da</strong>des com uma produção constante.<br />
Em 1947, o dono do maior circuito<br />
exibidor brasileiro, Luiz Severiano Ribeiro,<br />
comprou a empresa, que produziu uma série<br />
de filmes musicais, alguns considerados<br />
clássicos, como Este Mundo É um Pandeiro<br />
e Carnaval no Fogo.<br />
É preciso citar o grande sucesso de O Ébrio,<br />
produzido pela Cinédia em 1946. Com roteiro<br />
baseado na letra <strong>da</strong> música composta e interpreta<strong>da</strong><br />
por Vicente Celestino, que já era um<br />
sucesso nas rádios e nos discos, esse drama,<br />
dirigido pela esposa do cantor, Gil<strong>da</strong> de<br />
Abreu, e produzido por Ademar Gonzaga, comoveu<br />
o Brasil com sua história. Vicente Celestino,<br />
no papel do médico que tem sua vi<strong>da</strong><br />
corrompi<strong>da</strong> pela bebi<strong>da</strong>, tornou-se o primeiro<br />
grande astro brasileiro a pontificar em duas<br />
mídias – a música e o cinema. Havia uma ver<strong>da</strong>deira<br />
idolatria em torno dele: para seus fãs,<br />
seu eterno arrebatamento era o que havia de<br />
melhor, além <strong>da</strong> inconfundível voz de tenor.<br />
Tornei-me um ébrio e na bebi<strong>da</strong> busco<br />
[esquecer<br />
Aquela ingrata que eu amava e que me<br />
[abandonou<br />
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer<br />
Não tenho lar e nem parentes, tudo<br />
[terminou<br />
Só nas tabernas é que encontro meu<br />
[abrigo<br />
ca<strong>da</strong> colega de infortúnio é um grande<br />
[amigo<br />
o Ébrio<br />
(Vicente Celestino)<br />
19 . O Ébrio, filme de Vicente Celestino, dirigido por sua<br />
mulher, Gil<strong>da</strong> de Abreu<br />
<strong>No</strong> começo dos anos 1950, nova mu<strong>da</strong>nça<br />
nas telas: chegou a vez <strong>da</strong> comédia de costumes,<br />
com um elenco que reunia nomes vindos<br />
do rádio, do teatro e até do circo: os<br />
comediantes Oscarito e Ankito, os galãs Cyll