No Compasso da História - MultiRio
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Anos 50 – De Getúlio a JK<br />
144<br />
A volta de Vargas<br />
Bota o retrato do velho outra vez<br />
Bota no mesmo lugar<br />
Bota o retrato do velho outra vez<br />
Bota no mesmo lugar<br />
O sorriso do velhinho faz a gente<br />
[trabalhar<br />
o Retrato do Velho<br />
(Haroldo Lobo e Marino Pinto)<br />
2 . Getúlio Vargas, de volta à presidência em 1951<br />
Jornalistas e cronistas costumam chamar os<br />
anos 1950 no Brasil de “anos dourados”, em<br />
uma perspectiva embala<strong>da</strong> pela visão romântica<br />
<strong>da</strong> <strong>História</strong>. Há até quem ache que<br />
o ano de 1958 não deveria ter terminado...<br />
Essa percepção, embora possa ocultar os<br />
graves problemas que o país encontrava em<br />
sua luta pelo desenvolvimento, também tem<br />
algumas conexões com a reali<strong>da</strong>de. Pois,<br />
nos últimos anos dessa déca<strong>da</strong>, o Brasil e<br />
boa parte dos brasileiros estiveram em idílio,<br />
desfrutando de um clima de felici<strong>da</strong>de,<br />
no qual tudo parecia que ia <strong>da</strong>r certo para<br />
sempre. Mas esse período começou de forma<br />
pouco alvissareira.<br />
O maior personagem político do começo<br />
dessa déca<strong>da</strong> foi o mesmo dos anos 1930<br />
e 1940: Getúlio Vargas. Após sua deposição,<br />
tornou-se senador pelo Rio Grande do Sul,<br />
em 1945, mas, dos cinco anos de man<strong>da</strong>to,<br />
devido a várias licenças, cumpriu somente<br />
dois, recolhendo-se, depois, à sua fazen<strong>da</strong><br />
em São Borja e criando uma expectativa de<br />
que havia deixado a política. Mas, quando<br />
começaram as articulações <strong>da</strong> campanha<br />
presidencial para eleger o sucessor do general<br />
Eurico Gaspar Dutra, não havia nenhum<br />
nome que tivesse o carisma, a populari<strong>da</strong>de<br />
e a força eleitoral de Getúlio. <strong>No</strong> discurso<br />
que fez pelo rádio em 16 de junho de 1950,<br />
pregou a conciliação: “Se vencer, governarei<br />
sem ódios, prevenções ou reservas, sentimentos<br />
que nunca influíram nas minhas<br />
decisões, promovendo sinceramente a conciliação<br />
entre os nossos compatriotas e estimulando<br />
a cooperação entre to<strong>da</strong>s as forças<br />
<strong>da</strong> opinião pública!”.<br />
Mas a oposição, cujo vulto maior era o político,<br />
escritor e jornalista Carlos Lacer<strong>da</strong>, não<br />
estava interessa<strong>da</strong> em aceitar a mão estendi<strong>da</strong>.<br />
Radicalizando ao máximo sua posição, Lacer<strong>da</strong><br />
escreveu artigo no jornal A Tribuna <strong>da</strong><br />
Imprensa em que pregava claramente o golpe<br />
contra Getúlio: “O senhor Getúlio Vargas não<br />
deve ser candi<strong>da</strong>to à presidência. Candi<strong>da</strong>to,<br />
não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar<br />
posse. Empossado, devemos recorrer à revolução<br />
para impedi-lo de governar”. Como se<br />
vê, não era uma conjuntura fácil a que aguar<strong>da</strong>va<br />
o futuro presidente <strong>da</strong> República.<br />
Desastre no Maracanã<br />
Eu fui às toura<strong>da</strong>s de Madri<br />
Paratimbum bum bum<br />
E quase não volto mais aqui<br />
Para ver Peri, beijar Ceci...<br />
toura<strong>da</strong>s de Madri<br />
(Braguinha e Alberto Ribeiro)