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No Compasso da História - MultiRio

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18 . Aveni<strong>da</strong> Beira-Mar, no começo dos anos 1900<br />

Empurra<strong>da</strong>s pela pressão urbanística, as cama<strong>da</strong>s<br />

mais pobres <strong>da</strong> população migraram<br />

para os subúrbios ou para as favelas – agrupamentos<br />

que se formaram sobre os morros<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. A origem do termo “favela” remonta<br />

ao episódio conhecido como Guerra<br />

de Canudos (1896-1897), quando o exército<br />

brasileiro enfrentou o grupo religioso liderado<br />

por Antônio Conselheiro.<br />

A ci<strong>da</strong>dela de Canudos, no sertão <strong>da</strong> Bahia,<br />

foi construí<strong>da</strong> junto a alguns morros, entre<br />

eles o Morro <strong>da</strong> Favela. Vários sol<strong>da</strong>dos que<br />

partiram para a guerra, ao regressarem ao<br />

Rio de Janeiro, em 1897, deixaram de receber<br />

o soldo, instalando-se em construções provisórias<br />

erigi<strong>da</strong>s sobre o Morro <strong>da</strong> Providência.<br />

O local passou, então, a ser designado<br />

popularmente Morro <strong>da</strong> Favela. Na déca<strong>da</strong><br />

de 1920, as habitações improvisa<strong>da</strong>s, sem<br />

infraestrutura, que ocupavam os morros<br />

passaram a ser chama<strong>da</strong>s de “favelas”.<br />

Seus moradores, sem educação básica, não<br />

serviam para mão de obra <strong>da</strong>s indústrias que<br />

aportavam à ci<strong>da</strong>de nem para o setor de serviços<br />

que começava a ser implantado na capital<br />

federal. Para sobreviver, recorreram aos<br />

trabalhos domésticos, à camelotagem, à mendicância<br />

e às pequenas contravenções.<br />

Eram os desgarrados do progresso, que, no<br />

começo dos anos 1930, viviam de expedientes<br />

nos bairros boêmios como a Lapa, frequentando<br />

ro<strong>da</strong>s de samba, animando gafieiras,<br />

ostentando um figurino que marcou época.<br />

Hoje posso provar minha idonei<strong>da</strong>de<br />

Eu tenho até<br />

Carteira de identi<strong>da</strong>de<br />

Usei navalha salto alto<br />

Lenço no pescoço<br />

Mas hoje<br />

Hoje eu sou um bom moço<br />

Se Não Fosse Eu<br />

(Wilson Batista e Haroldo Lobo)<br />

19 . Capa do álbum 50 Anos de Samba de Breque, de Moreira<br />

<strong>da</strong> Silva, o principal autor e intérprete do gênero<br />

Com essa conversa fia<strong>da</strong>, o malandro se livrava<br />

<strong>da</strong> perseguição do DIP e seguia em<br />

frente em sua carreira de não fazer muito<br />

esforço… Surgiu até a figura do falso malandro,<br />

o que é sem nunca ter sido, como<br />

Moreira <strong>da</strong> Silva, que “abafa a banca” com a<br />

deliciosa Acertei no Milhar.<br />

Moreira sempre se apresentava de terno branco,<br />

chapéu de palha, sapato bico fino e bicolor.<br />

Tirava a maior on<strong>da</strong> de malandro, mas<br />

seu sustento vinha de um emprego na prefeitura:<br />

era motorista de ambulância. Com seu<br />

personagem de vários nomes – Moringueira,<br />

Era Vargas 1 – A Era do Rádio<br />

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