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No Compasso da História - MultiRio

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Era Vargas 1 – A Era do Rádio<br />

114<br />

As on<strong>da</strong>s que<br />

chegavam ao Brasil<br />

Não há, ó gente, ó não<br />

Luar como este do sertão (bis)<br />

Se a lua nasce por detrás <strong>da</strong> verde mata<br />

Mais parece um sol de prata<br />

Prateando a solidão<br />

A gente pega na viola que ponteia<br />

E a canção é a lua cheia<br />

A nos nascer no coração<br />

luar do Sertão<br />

(Catulo <strong>da</strong> Paixão Cearense e João Pernambuco)<br />

2 . Moe<strong>da</strong> emiti<strong>da</strong> em 1922 em comemoração ao<br />

Primeiro Centenário <strong>da</strong> Independência do Brasil<br />

Sete de setembro de 1922. Para comemorar o<br />

Centenário <strong>da</strong> Independência, o governo brasileiro<br />

preparou uma exposição internacional<br />

na capital, o fervilhante Rio de Janeiro, que<br />

vivia grandes transformações sociais e urbanas.<br />

Pendurados em postes, os alto-falantes<br />

eram o alvo <strong>da</strong> curiosi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> multidão na<br />

recém-inaugura<strong>da</strong> Esplana<strong>da</strong> do Castelo:<br />

o que seriam? Um novo tipo de iluminação?<br />

Primeiro, ouviu-se um pouco de estática, de<br />

ruídos. Em segui<strong>da</strong>, ecoou a voz do então<br />

presidente <strong>da</strong> República, Epitácio Pessoa,<br />

na primeira transmissão oficial de rádio no<br />

Brasil. Começou ali uma <strong>da</strong>s mais incríveis<br />

aventuras <strong>da</strong> história <strong>da</strong> cultura brasileira:<br />

a Era do Rádio. À noite, a mesma multidão,<br />

impressiona<strong>da</strong>, ouviu na praça, direto do<br />

Theatro Municipal, a transmissão completa<br />

<strong>da</strong> ópera O Guarani, de Carlos Gomes. Formou-se,<br />

então, a grande dupla que tornaria<br />

o rádio imbatível durante déca<strong>da</strong>s no país:<br />

a política e a música.<br />

3 . Chiquinha Gonzaga,<br />

compositora,<br />

instrumentista, regente,<br />

fun<strong>da</strong>dora <strong>da</strong> primeira<br />

socie<strong>da</strong>de protetora dos<br />

direitos autorais<br />

Mas não existia música no Brasil antes <strong>da</strong><br />

chega<strong>da</strong> do rádio em 1922? Claro que sim!<br />

Só que as obras dos artistas <strong>da</strong> época eram<br />

veicula<strong>da</strong>s de outra forma: ao vivo, em saraus<br />

que chegavam até o Palácio do Catete<br />

(residência oficial dos presidentes <strong>da</strong> República);<br />

nos discos de cera, que giravam nos<br />

gramofones (os toca-discos <strong>da</strong> época); e nas<br />

partituras para piano (o violão, considerado<br />

instrumento de “malandros”, não frequentava<br />

as boas casas de família). Era assim<br />

que se divulgava, no final do século XIX e<br />

começo do século XX, a obra dos grandes<br />

artistas, como Ernesto Nazareth, Chiquinha<br />

Gonzaga, Zequinha de Abreu e Catulo <strong>da</strong><br />

Paixão Cearense, que com João Pernambuco<br />

escreveu um dos “hinos” do começo do século<br />

XX: Luar do Sertão.

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