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No Compasso da História - MultiRio

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Aqui có no terreiro<br />

Pelú adié<br />

Faz inveja pra gente<br />

Que não tem mulher (Bis)<br />

<strong>No</strong> jacutá de preto velho<br />

Há uma festa de yaô (Bis)<br />

Ôi tem nêga de Ogum<br />

De Oxalá, de Iemanjá<br />

Mucama de Oxossi é caçador<br />

Ora viva Nanã<br />

Nanã burukô<br />

Yaô<br />

(Pixinguinha e Gastão Viana)<br />

Como o preconceito era grande, a polícia<br />

volta e meia <strong>da</strong>va “bati<strong>da</strong>s” nessas festas<br />

em busca de “malandros”. Mas não havia<br />

repressão que pudesse conter a força criativa<br />

do que estava em gestação. Festas, pagodes,<br />

rituais religiosos: tudo se mol<strong>da</strong>va<br />

segundo o batuque do samba. E esse Rio de<br />

Janeiro de alma dupla acolheu a música que<br />

vinha dos salões, <strong>da</strong>s ruas, do morro, como<br />

bem mostram a vi<strong>da</strong> e a obra de dois grandes<br />

mestres: Ernesto Nazareth e Pixinguinha.<br />

Chora, Nazareth!<br />

7 . Ernesto<br />

Nazareth, autor<br />

de tangos, polcas,<br />

valsas, lundus e<br />

outros ritmos<br />

Ernesto Nazareth nasceu em 1863 e começou<br />

muito cedo a estu<strong>da</strong>r piano com a mãe. A partir<br />

de 1874, teve como professor Charles Lucien<br />

Lambert, um conhecido mestre de <strong>No</strong>va<br />

Orleans radicado no Rio de Janeiro. Aos 14<br />

anos, compôs sua primeira música: Você Bem<br />

Sabe. Ao completar 17 anos, em 1880, fez sua<br />

primeira apresentação pública, e <strong>da</strong>li para<br />

frente sua carreira como pianista deslanchou.<br />

Ai, quem me dera<br />

O meu chorinho<br />

Tanto tempo abandonado<br />

E a melancolia que eu sentia<br />

Quando ouvia<br />

Ele fazer tanto chorar<br />

Ai, nem me lembro<br />

Há tanto, tanto<br />

Todo o encanto<br />

De um passado<br />

Que era lindo<br />

Era triste, era bom<br />

Igualzinho a um chorinho<br />

Chamado Odeon<br />

odeon<br />

(Ernesto Nazareth e Vinicius de Moraes)<br />

Naquela época, sem rádio, televisão ou discos,<br />

o mercado <strong>da</strong> música funcionava de<br />

uma forma bem curiosa. Os compositores<br />

escreviam as canções e as entregavam às<br />

“casas editoras”, que tratavam de imprimir<br />

as partituras e as vendiam ao público. Era<br />

assim que se divulgavam as músicas, e,<br />

para mostrá-las, as casas editoras contratavam<br />

pianistas que ficavam sentados o dia<br />

inteiro tocando as partituras para quem entrava<br />

nas lojas em busca de novi<strong>da</strong>des.<br />

Nazareth também trabalhou como pianista<br />

em uma casa editora, afiando ca<strong>da</strong> vez mais<br />

o seu piano sincopado, que tanto agra<strong>da</strong>va<br />

1889: Nasce a República – Do samba ao modernismo<br />

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