No Compasso da História - MultiRio
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A carreira política estava aberta a todos<br />
que professassem as ideias republicanas.<br />
Os presidentes vinham <strong>da</strong>s elites paulistas<br />
e mineiras; São Paulo e Minas Gerais eram,<br />
então, os estados mais ricos <strong>da</strong> nação. Foram,<br />
ao todo, 13 presidentes, sendo que<br />
três vices assumiram o poder: Floriano Peixoto,<br />
em virtude <strong>da</strong> renúncia de Deodoro<br />
<strong>da</strong> Fonseca; Nilo Peçanha, pela morte de<br />
Afonso Pena; e Delfim Moreira, pela morte de<br />
Rodrigues Alves.<br />
Diante de tanto poder concedido ao setor<br />
agrário, representado nos governos estaduais<br />
e municipais, não é de se estranhar que<br />
tenha surgido nesse período o tenentismo,<br />
um movimento político-militar que se opunha<br />
ao governo oligárquico. Defendia mu<strong>da</strong>nças<br />
estruturais na educação, na economia<br />
e no sistema eleitoral, que considerava<br />
inteiramente frau<strong>da</strong>do.<br />
Os jovens militares<br />
revoltados<br />
Em 1891, sem causa perca<br />
Era eleito Deodoro <strong>da</strong> Fonseca<br />
Cujo governo foi bem au<strong>da</strong>z<br />
Entregou a Floriano Peixoto<br />
E este a Prudente de Morais<br />
Que apesar de tudo<br />
Terminou com a Guerra de Canudos<br />
Restabelecendo assim a paz<br />
Terminando enfim todos os males<br />
Em segui<strong>da</strong> veio Campos Sales<br />
Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo<br />
[Peçanha,<br />
Hermes <strong>da</strong> Fonseca e outros mais<br />
61 Anos de República<br />
(Silas de Oliveira e Mano Décio <strong>da</strong> Viola)<br />
Pelo menos dois grandes episódios de confrontação<br />
ao governo ocorreram durante a<br />
República Velha, protagonizados pelos “tenentes”.<br />
O primeiro ficou conhecido como<br />
“Os 18 do Forte”. Em 1922, a eleição de Artur<br />
Bernardes frustrou os jovens militares que<br />
faziam oposição ao governo oligárquico. Em<br />
5 de julho <strong>da</strong>quele ano, a guarnição do Forte<br />
de Copacabana se rebelou, trocando tiros<br />
com as tropas do I Exército. <strong>No</strong> dia seguinte,<br />
centenas se entregaram após um apelo do<br />
governo. Mas 17 militares e um civil saíram<br />
pela praia para encontrar as forças governamentais.<br />
Houve troca de tiros. Dois deles sobreviveram:<br />
Siqueira Campos, que dá nome<br />
à rua que faz esquina com a Aveni<strong>da</strong> Atlântica;<br />
e Eduardo Gomes, que alcançaria em sua<br />
carreira o posto de brigadeiro.<br />
4 . Revolta dos 18 do Forte de Copacabana: <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong><br />
para direita, tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos,<br />
Nílton Prado e o civil Otávio Correia<br />
Em 1924, outra rebelião militar, dessa vez<br />
em São Paulo e coman<strong>da</strong><strong>da</strong> por Miguel Costa,<br />
pretendia derrubar o governo de Artur<br />
Bernardes. <strong>No</strong> mesmo ano, outro militar,<br />
Luiz Carlos Prestes, também disposto a combater<br />
o governo, liderou uma revolta em outubro,<br />
no Sul. Miguel refugiou-se com suas<br />
tropas no interior de São Paulo e, em abril<br />
de 1925, rumou para Foz de Iguaçu, onde se<br />
encontrou com o grupo gaúcho. Estava forma<strong>da</strong><br />
a Coluna Prestes, que cortou o Brasil<br />
até o Maranhão, para depois embrenhar-se<br />
pelo Centro-Oeste e exilar-se na Bolívia.<br />
Eram cerca de 1,5 mil homens que percorreram<br />
mais de 27 mil quilômetros, sempre<br />
vigiados pelos sol<strong>da</strong>dos do governo<br />
1889: Nasce a República – Do samba ao modernismo<br />
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