No Compasso da História - MultiRio
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1889: Nasce a República – Do samba ao modernismo Sinopse O poder estadual dava as cartas no começo da República; jovens e rebeldes: os tenentes queriam um novo Brasil; as duas almas do Rio de Janeiro; Nazareth, o mestre do choro; o doce mestre Pixinguinha; João da Baiana apresentou o pandeiro; Donga, o polêmico pai do samba; o samba-passarinho de Sinhô; São Paulo puxou a locomotiva modernista; a República Velha se despediu. 1 1889: Nasce a República – Do samba ao modernismo 99
1889: Nasce a República – Do samba ao modernismo 100 Os estados no poder Seja um pálio de luz desdobrado. Sob a larga amplidão destes céus Este canto rebel que o passado Vem remir dos mais torpes labéus! Seja um hino de glória que fale De esperança, de um novo porvir! Com visões de triunfos embale Quem por ele lutando surgir! Hino da Proclamação da República (Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Miguez) 2 . Juramento da Constituição, de 1891, óleo em tela de Aurélio Figueiredo O primeiro período republicano no Brasil, entre 1889 e 1930, foi marcado pelo predomínio do poder estadual. O Poder Executivo tinha dificuldades de se impor ao Legislativo, e o arranjo político da época ficou conhecido como Política dos Governadores. Consistia em reduzir as disputas políticas estaduais por meio do apoio a grupos mais fortes; formular um acordo entre União e estados; e encerrar a disputa entre Executivo e Legislativo. O governo federal sustentava os grupos dominantes nos estados, e estes apoiavam a política do governo. O processo eleitoral era diferente do que se tem hoje. A Constituição de 1891 instituiu o voto universal, vetado, porém, aos militares de baixa patente, às mulheres e aos analfabetos. O voto era aberto. Havia uma engenharia política bem arquitetada em que o candidato oficial para as eleições presidenciais, que ocorriam de quatro em quatro anos, saía de um grande acordo entre os presidentes de estados. Em troca, o poder federal não interferia na política interna dos estados nem os governos estaduais interferiam na política municipal. O presidente da República apoiava os atos dos presidentes estaduais e recebia de volta um grande suporte político. Como se dava esse arranjo? Os presidentes de estados colaboravam com a eleição de deputados e senadores afinados com a presidência da República, o que garantia um Congresso quase sem oposição. Para completar o acordo, os presidentes da República seriam sempre ex- -presidentes de estados – o que, em tese, garantiria a experiência administrativa. 3 . Presidente Floriano Peixoto, reprodução de imagem em grafite, por A. Leal
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Os estados no poder<br />
Seja um pálio de luz desdobrado.<br />
Sob a larga amplidão destes céus<br />
Este canto rebel que o passado<br />
Vem remir dos mais torpes labéus!<br />
Seja um hino de glória que fale<br />
De esperança, de um novo porvir!<br />
Com visões de triunfos embale<br />
Quem por ele lutando surgir!<br />
Hino <strong>da</strong> Proclamação <strong>da</strong> República<br />
(Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Miguez)<br />
2 . Juramento <strong>da</strong> Constituição, de 1891, óleo em tela<br />
de Aurélio Figueiredo<br />
O primeiro período republicano no Brasil,<br />
entre 1889 e 1930, foi marcado pelo predomínio<br />
do poder estadual. O Poder Executivo<br />
tinha dificul<strong>da</strong>des de se impor ao Legislativo,<br />
e o arranjo político <strong>da</strong> época ficou<br />
conhecido como Política dos Governadores.<br />
Consistia em reduzir as disputas políticas<br />
estaduais por meio do apoio a grupos mais<br />
fortes; formular um acordo entre União e<br />
estados; e encerrar a disputa entre Executivo<br />
e Legislativo. O governo federal sustentava<br />
os grupos dominantes nos estados,<br />
e estes apoiavam a política do governo. O<br />
processo eleitoral era diferente do que se<br />
tem hoje. A Constituição de 1891 instituiu o<br />
voto universal, vetado, porém, aos militares<br />
de baixa patente, às mulheres e aos analfabetos.<br />
O voto era aberto.<br />
Havia uma engenharia política bem arquiteta<strong>da</strong><br />
em que o candi<strong>da</strong>to oficial para as eleições<br />
presidenciais, que ocorriam de quatro<br />
em quatro anos, saía de um grande acordo<br />
entre os presidentes de estados. Em troca, o<br />
poder federal não interferia na política interna<br />
dos estados nem os governos estaduais<br />
interferiam na política municipal.<br />
O presidente <strong>da</strong> República apoiava os atos<br />
dos presidentes estaduais e recebia de volta<br />
um grande suporte político. Como se <strong>da</strong>va<br />
esse arranjo? Os presidentes de estados colaboravam<br />
com a eleição de deputados e senadores<br />
afinados com a presidência <strong>da</strong> República,<br />
o que garantia um Congresso quase<br />
sem oposição. Para completar o acordo, os<br />
presidentes <strong>da</strong> República seriam sempre ex-<br />
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garantiria a experiência administrativa.<br />
3 . Presidente Floriano Peixoto, reprodução de<br />
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