Intervenção Neuropedagógica através da Musicoterapia - SGMT
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Segundo FERREIRA (1983): A psicologia da aprendizagem normal baseia-se na premissa de que o desenvolvimento psicológico se constrói a partir da interação de fatores genéticos e biológicos, orgânicos e ambientais. Os fatores biológicos moldam as tendências temperamentais do individuo. Os fatores orgânicos pressupõem um aparato orgânico e neurológico íntegro. Os fatores ambientais compreendem um ambiente facilitador, representado na etapa inicial da vida pela vinculação da figura materna, ou representante desta, e pela função de cuidador e do parâmetro da realidade para o bebê. A partir dessas premissas instala-se a capacidade de aprender. FREUD (1905) e HEINZE (2001) afirmam que: A aprendizagem como qualquer outro fenômeno psíquico, só pode ser atendido a partir de uma gênese multifatorial, em que intervêm fatores biológicos e fatores psicossociais. As vivências infantis interagem com o patrimônio genético, fazendo uma função psíquica, um fenótipo complexo influenciado por muitos tipos de fatores. Segundo alguns autores, ao longo do desenvolvimento o modelo vincular e interacional aprendido na primeira infância torna-se cada vez mais complexo, adaptando-se às necessidades internas e externas inerentes a cada etapa evolutiva, desde a infância até a velhice. A aprendizagem parece obedecer a uma “curva normal” na qual até idade adulta, os conhecimentos aprendidos vão se acumulando e se integrando ao aparato psicológico de cada individuo, moldando a sua própria maneira de aprender, até a velhice, quando se observa um declínio normal da plasticidade psicológica e cerebral para processar estímulos novos. Nesta etapa, designada como a etapa da aquisição da integridade, a pessoa pode usar suas experiências, conhecimento acumulado e julgamento maduro para desfrutar da 12
capacidade de sabedoria ao longo da vida. E a psicologia, bem como as ciências da aprendizagem acompanham e ajuda nesse processo de desenvolvimento. A Musicoterapia tem mostrado bons resultados no trabalho com pacientes com problemas neurológicos. OLIVER SACKS (2007), autor do livro Alucinações Musicais, relata casos de pacientes que se beneficiaram desta área, inclusive casos de pessoas com demências que só estavam “presentes” quando cantavam ou tocavam instrumentos. Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia: Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas. A Musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor organização intra e/ou interpessoal e, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida, através da prevenção, reabilitação ou tratamento. Podemos conciliar as técnicas musicoterápicas com as intervenções neuropedagógicas a fim de atender as necessidades das pessoas quer sejam físicas, mentais, sociais e cognitivas. Através da música se tornam mais fácil a interação e o vínculo afetivo entre o profissional e aluno/paciente/cliente. A música faz parte da nossa história de vida, até mesmo na fase intra-uterina. É uma linguagem mundial, pois se faz presente em todos os povos e nações. A musicoterapia se utiliza das 1 técnicas de audição musical, re-criação musical, improvisação e composição. 1 Audição musical – técnica em que o paciente/cliente ouve música de forma passiva, geralmente faz-se um relaxamento antes da técnica e o paciente deve estar deitado de maneira confortável. Re-criação musical – técnica em que o paciente/cliente participa da música cantando, dançando, tocando instrumentos, ou seja, de forma ativa. Improvisação – momento em que o paciente/cliente improvisa um acompanhamento, melodia ou letra, e ainda, cria ritmos e sons com instrumentos musicais ou qualquer objeto que esteja ao alcance. Composição – quando o paciente/cliente compõe sua música com letra ou não. 13
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A psicologia <strong>da</strong> aprendizagem normal baseia-se na premissa de que o<br />
desenvolvimento psicológico se constrói a partir <strong>da</strong> interação de fatores<br />
genéticos e biológicos, orgânicos e ambientais. Os fatores biológicos mol<strong>da</strong>m as<br />
tendências temperamentais do individuo. Os fatores orgânicos pressupõem um<br />
aparato orgânico e neurológico íntegro. Os fatores ambientais compreendem um<br />
ambiente facilitador, representado na etapa inicial <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pela vinculação <strong>da</strong><br />
figura materna, ou representante desta, e pela função de cui<strong>da</strong>dor e do parâmetro<br />
<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de para o bebê. A partir dessas premissas instala-se a capaci<strong>da</strong>de de<br />
aprender.<br />
FREUD (1905) e HEINZE (2001) afirmam que:<br />
A aprendizagem como qualquer outro fenômeno psíquico, só pode ser atendido a<br />
partir de uma gênese multifatorial, em que intervêm fatores biológicos e fatores<br />
psicossociais. As vivências infantis interagem com o patrimônio genético,<br />
fazendo uma função psíquica, um fenótipo complexo influenciado por muitos<br />
tipos de fatores.<br />
Segundo alguns autores, ao longo do desenvolvimento o modelo vincular e<br />
interacional aprendido na primeira infância torna-se ca<strong>da</strong> vez mais complexo, a<strong>da</strong>ptando-se<br />
às necessi<strong>da</strong>des internas e externas inerentes a ca<strong>da</strong> etapa evolutiva, desde a infância até a<br />
velhice. A aprendizagem parece obedecer a uma “curva normal” na qual até i<strong>da</strong>de adulta,<br />
os conhecimentos aprendidos vão se acumulando e se integrando ao aparato psicológico de<br />
ca<strong>da</strong> individuo, mol<strong>da</strong>ndo a sua própria maneira de aprender, até a velhice, quando se<br />
observa um declínio normal <strong>da</strong> plastici<strong>da</strong>de psicológica e cerebral para processar estímulos<br />
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