Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diferenças consi<strong>de</strong>ra que to<strong>da</strong>s as pessoas têm o igual<br />
direito <strong>de</strong> viver <strong>de</strong> formas diferentes sendo que todos/as são respeitados/as. Dessa<br />
maneira, to<strong>da</strong>s as pessoas têm garantido o direito a expor suas idéias e argumentar,<br />
não se preten<strong>de</strong>ndo opiniões homogêneas, mas o conhecimento <strong>da</strong>s diferentes<br />
formas <strong>de</strong> pensar e viver, o que resulta num processo mais profundo <strong>de</strong> reflexão<br />
pessoal.<br />
A metodologia <strong>da</strong> Tertúlia é embasa<strong>da</strong> na leitura <strong>dialógica</strong> entendi<strong>da</strong><br />
como um processo <strong>de</strong> ler e criar sentido a partir <strong>de</strong> uma obra. Assim Loza (2004)<br />
expõe a importância <strong>de</strong> tal ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />
33<br />
Leitoras e leitores fomentam a compreensão, aprofun<strong>da</strong>m suas<br />
interpretações <strong>literária</strong>s e refletem criticamente sobre a vi<strong>da</strong> e a<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> através do diálogo com outros leitores. Desta, maneira se<br />
geram possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> transformação pessoal e social. Este tipo <strong>de</strong><br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gera um novo sentido ao processo educativo e cultural <strong>de</strong><br />
ler (p. 67).<br />
A Tertúlia Literária Dialógica é um espaço aberto em que todos/as<br />
po<strong>de</strong>m participar, tanto crianças, como jovens e adultos têm livre acesso.<br />
Loza (2004) <strong>de</strong>monstra uma importante experiência <strong>de</strong> Tertúlia Literária<br />
Dialógica <strong>de</strong>ntro do contexto escolar - um trabalho que ain<strong>da</strong> não foi realizado no<br />
Brasil, e que po<strong>de</strong> trazer novos sentidos para a educação. E evi<strong>de</strong>ncia que os/as<br />
alunos/as adolescentes que não gostavam <strong>de</strong> leitura criaram o hábito <strong>de</strong> ler <strong>de</strong>vido<br />
à dinâmica <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que se difere <strong>da</strong> proposta escolar, que prevê a leitura <strong>de</strong><br />
livros como um ato obrigatório e individualizado, e que não permite a troca <strong>de</strong><br />
conhecimentos e não motiva a leitura. Também <strong>de</strong>spertaram gran<strong>de</strong>s<br />
aprendizagens como o respeito aos colegas, melhoria <strong>da</strong> maneira <strong>de</strong> se expressar,<br />
no caso <strong>de</strong> crianças que eram muito tími<strong>da</strong>s, e, soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as crianças que<br />
apresentam maiores dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, entre outras.<br />
Já no ensino primário em que também foi implanta<strong>da</strong> a Tertúlia na escola<br />
CP Padre Orbiso <strong>de</strong> Victoria-Gasteiz, os resultados não po<strong>de</strong>riam ser diferentes:<br />
foi notado o aumento <strong>da</strong> auto - estima dos alunos mediante o diálogo igualitário, a<br />
soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> e a melhora na leitura e no vocabulário. Observe o relato <strong>de</strong> uma<br />
aluna apresentado no artigo <strong>de</strong> Loza: “[...] pouco a pouco vamos compreen<strong>de</strong>ndo o<br />
significado <strong>da</strong> leitura [...] Esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>de</strong> servir para ler serve também<br />
para escrever bem as palavras [...]” (2004, p.69).